Membros da Associação Brusquense de Medicina (ABM) emitiram uma nota alertando para deficiências do sistema de saneamento básico da cidade. O documento, assinado nesta segunda-feira (15) foi encaminhado para a imprensa e destaca para situações “passíveis de comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o grau de habitabilidade ao nível da dignidade das pessoas”.
No material, os representantes da entidade classificam o posicionamento não como uma crítica, mas uma realidade de carência generalizada devido ao crescimento da cidade e sua urbanização. Eles indicam a existência de demandas nos tanto no uso doméstico, quanto industrial.
Os médicos afirmam reconhecer os avanços na área, mas classifica o trabalho como insuficientes. Eles reforçam haver “preocupações com a situação das redes de esgoto no município de Brusque, alertando para a urgente necessidade de se colocar em pauta o tema, como prioridade das prioridades”.
Também em nota, a Prefeitura de Brusque, reafirmou que o “objetivo é avançar, assim que possível, no que se refere principalmente ao tratamento de esgoto”, uma vez que não há um sistema coletivo.
Para o Poder Público, o tema é um “grande desafio” devido às dificuldades financeiras e burocráticas enfrentadas. Na nota, é reforçado que o tema é “estudado e debatido” pela equipe interna e que o município tem um cenário considerado estável nos outros itens do saneamento básico.
Confira a íntegra da nota da ABM:
O desenvolvimento urbano do município, desde os tempos coloniais, seguiu
uma linha de improvisos, medidas paliativas, com obras e serviços sem o
refinado planejamento e engenharia dos tempos atuais.
Não se trata de uma crítica, mas uma realidade que retrata épocas de carência generalizada, quando as realizações aconteciam para atender o imediato, o urgente, sem uma visão de futuro e prosperidade das gerações e da expansão.
Hoje, quando o município alcança um estágio de significativa expansão e
crescimento demográfico, os erros do passado, se assim podemos definir,
acabam por promover situações passíveis de comprometer a qualidade de
vida, a saúde humana e o grau de habitabilidade ao nível da dignidade das
pessoas.
É o caso do sistema de esgoto municipal, tanto de caráter doméstico, sanitário e industrial, cuja precariedade vem expondo o cidadão a situações perigosas,humilhantes e até vexatórias.
Percebemos alguns avanços na área, mas não o suficiente para garantir que rejeitos líquidos e sólidos, alguns altamente poluentes, possam ser tratados, absorvidos e canalizados sem submeter a risco à saúde da população.
Diante dessas reflexões, de caráter meramente apreciativo, a Associação Brusquense de Medicina vem manifestar suas preocupações com a situação das redes de esgoto no município de Brusque, alertando para a urgente necessidade de se colocar em pauta o tema, como prioridade das prioridades,garantindo-se a proteção constitucional à saúde que o poder público deve aos cidadãos.
Brusque-SC, 15 de abril de 2019.
Dr. Sebastião Alexandre Isfer de Lima
Membro da ABM
Dr. Frederico G. Marchisotti
Presidente da ABM
Confira nota do Executivo
A Administração Municipal e o Conselho Municipal de Saneamento Básico trabalham para melhorar o Saneamento Básico de Brusque. O objetivo é avançar, assim que possível, no que se refere principalmente ao tratamento de esgoto, visto que até o momento contamos apenas com fossa e filtro nas residências e não possuímos um sistema coletivo.
É preciso ressaltar as dificuldades financeiras e burocráticas que envolvem a implementação do tratamento de esgoto sanitário, o que certamente é um grande desafio para o Poder Público Municipal. Desafio este, que vem sendo estudado e debatido pela equipe de governo em busca das melhores soluções.
Nas demais áreas que compõem o Saneamento Básico, o cenário é estável. Temos água de qualidade e para os resíduos sólidos possuímos uma empresa licitada que realiza seu trabalho a contento. Também no que se refere a drenagem, avançamos diariamente por meio da Secretaria de Obras.