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ANIVERSÁRIO

Brusque pelos brusquenses: a cidade sob a ótica de idosos

Nascida e criada em Brusque, Valtrudes Kuchenbecker Bodenmuller relembra a evolução da cidade e conta sobre o seu papel como brusquense aos 78 anos

Publicado em 03/08/2021 às 21:02
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Nascer, crescer e acompanhar o desenvolvimento da cidade há quase 80 anos é o privilégio de poucos brusquenses. Apesar de desafiador, o passar dos anos transformou Brusque de diferentes formas. A cidade encanta as pessoas que chegam e também quem cresceu no município, como é o caso da população idosa.

O papel dos idosos que constituem Brusque vai muito além das próprias histórias de vida. Ao longo dos anos, eles desenvolveram diferentes funções que contribuíram para um caminhar inclusivo da comunidade.

É o que conta a aposentada, Valtrudes Kuchenbecker Bodenmuller. Nascida e criada em Brusque, ela lembra a evolução da cidade em alguns pontos e conta sobre o seu papel como brusquense na sociedade aos 78 anos.

Moradora do bairro Águas Claras ela recorda dos momentos da infância, onde muitas famílias da cidade, assim como a dela, se mantinham com a agricultura familiar, algo bem diferente da atual realidade.

“Brusque era uma cidade pequena, onde muitas famílias dependiam da agricultura familiar. Quando eu era criança nós passamos muitas necessidades, como a falta de agasalhos, por exemplo. Naquela época nós dependíamos da troca de produtos coloniais que produzíamos, com as famílias mais ricas, em troca de outros alimentos. Com o passar dos anos isso mudou e hoje a nossa qualidade de vida é diferente. Com o apoio da comunidade, hoje podemos ajudar quem precisa. O progresso aconteceu, o poder aquisitivo melhorou muito e hoje a gente consegue comprar coisas melhores”, disse.

Muito religiosa, Valtrudes há anos faz parte da Paróquia São Judas Tadeu, localizada no bairro onde mora. Lá, ela desenvolve uma ação social em prol da comunidade e ajuda as pessoas carentes.

“Hoje eu realizo diversas atividades dentro da Paróquia e eu me sinto acolhida pela comunidade. Nós recebemos doações de tecidos e sobra de malhas, e junto com um grupo de costura a gente aproveita os materiais produzindo fronhas, lençóis, camisas entre outras peças. Depois o material é doado a pessoas carentes, muitas delas que vem de outros estados do Brasil. Não importa a cor, a raça e a religião, todos que vão até lá podem pegar quantas peças precisar”, explica.

Conquistas

Apesar de ser pioneira da indústria catarinense, em especial no ramo têxtil, Brusque nem sempre foi assim. A brusquense relembra as poucas oportunidades de trabalho que haviam e afirma que a abertura de novas fábricas, ao longo dos anos, fez com que a cidade oferecesse uma qualidade de vida melhor a todos, principalmente as mulheres.

“Quando eu era jovem não haviam tantas oportunidades de emprego como hoje em dia, era muito ruim você conseguir trabalhar. Naquele tempo uma mulher casada jamais arrumava serviço fora de casa. Não existia tantas confecções como atualmente”, lembra.

A aposentada ainda destaca a importância na conquista das áreas de lazer para idosos em Brusque e diz que é um dos pontos que mais gosta na cidade.

“Uma vez a pessoa idosa não tinha um lazer, e hoje nós temos. Com os clubes que foram surgindo com o tempo, a gente pode sair e se divertir, o que nos ajuda a criar novos laços e novas experiências”, finaliza.

Assim como na história da cidade, os idosos contribuíram para a construção de uma sociedade por anos e anos e, hoje, comemoram junto os 161 anos de emancipação político-administrativa. Parabéns, Brusque!


Por Vanessa Fagundes

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