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Civismo

Diante polêmica envolvendo o MEC, Brusque aposta na proximidade de escolas e PM

Projetos de integração e acompanhamento são utilizados para melhoria da disciplina, conscientização dos alunos

Publicado em 01/03/2019 às 06:23

(Foto: Portal da Cidade Brusque)

Em meio a uma semana de declarações polêmicas do Ministério da Educação (MEC) quanto aos atos de civismo nas escolas, iniciativas desenvolvidas em Brusque se como alternativas para estímulo à disciplina e respeito. Desde o segundo semestre de 2018, o município conta com o projeto Amigo da Segurança na Escola, desenvolvido em todas as unidades de ensino básico e fundamental.


Na iniciativa, policiais militares reservam parte de sua atuação semanal para um momento de interação com a comunidade escolar. Diferente de outras iniciativas no estado, a proposta foi tentar aproximar as guarnições do dia a dia das escolas, com uma interação especial para casos de alunos com histórico problemático de indisciplina ou envolvido com infrações.


Engajado com a educação desde 1998, quando implantou o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), o comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, vê na iniciativa uma forma de prevenção. “Adotei como meu projeto ‘carro chefe’. Se não for mudada a atitude desse aluno problemático, ele pode ser atendido por nós em ocorrências na rua, alguns anos mais tarde”.


Cada dupla de policiais cumpre um cronograma abrangendo de duas ou três escolas por semana. Os locais são tanto da rede pública, quanto privada.  Em casos mais sérios também há a possibilidade de conversas com os familiares e responsáveis.

Hinos e Bandeira
Na avaliação dele, a medida já contempla parte do papel previsto para um projeto semelhante, desenvolvido em Camboriú e que deve ser expandido pelo estado. Nele, diariamente, policiais participam de atividade de hasteamento de bandeira e execução de hinos, em bairros considerados críticos.


A proximidade entre comunidade escolar e PM, afirma são uma forma de estímulo à organização, disciplina e ao civismo. Ele lamenta que movimentos favoráveis às práticas tenham se destacado na semana pelo embate político. Avalia que os valores gerados com as rotinas estão menos presentes na rotina das escolas, em comparação com seu próprio período de estudante.


“Isso era comum e se cantava praticamente toda a semana. Hoje, os valores mudaram, mas a educação de personalidade, valores e ética são itens que devem vir de casa”, lembra.Na avaliação dele, o respeito à pátria e ao país são essenciais para o reconhecimento e preservação do ambiente público e convívio social. De acordo com ele, o debate deveria deixar de lado vaidades partidárias e levar em conta o sentimento de valorização.

Meio termo
Na semana que o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, gerou polêmica ao recomendar que escolas filmassem alunos cantando o hino nacional e repetindo um slogan do governo, a secretária de Educação, Eliani Buemo, acredita que medidas menos impositivas sejam um caminho melhor. O ato de cantar o Hino Nacional  é obrigatório uma vez por semana para escolas públicas e privadas de ensino fundamental, de acordo com lei federal de 2009.


Como forma de estímulo ao civismo e reflexão sobre o tema, a partir deste ano, a disciplina de Cidadania e Ética foi incluída na grade escolar da rede municipal. Ela é ministrada por professores de História e Filosofia a partir dos anos iniciais.

Em mais de 30 anos no meio da educação, ela acredita que o trabalho com os temas dentro de uma metodologia atualizada são uma opção melhor que tentar replicar disciplinas com base nos modelos de ensino já adotados. “Hoje, a base curricular está sintonizada com nosso tempo e nos apresenta as habilidades que os alunos vão ter ao se desenvolver nas disciplinas.”

Assim como a imposição, ela é cética quanto os resultados da ausência destes símbolos na formação dos alunos. Para ela, ações de conscientização, como as desenvolvidas são mais eficientes por despertar um engajamento maior. Eliani reforça a função dos símbolos nacionais na representação do respeito e o papel da figura dos policiais na formação.

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