Com prazo para conclusão até
junho deste ano, o Plano de Mobilidade Urbana volta ter eventos públicos para
aproximar a população das discussões para tentar melhorar o fluxo de pessoas e
veículos na cidade.No próximo dia 16, uma segunda audiência deve abordar o
assunto, no bairro Jardim Maluche.
Nele são esperados moradores
do próprio Jardim Maluche, além dos bairros Souza Cruz e Azambuja. A atividade
ocorre no Salão da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, com início às 18h30. O
primeiro evento público para debater o tema ocorreu no lançamento do Plano, em
novembro do ano passado.
O trabalho desenvolvido por um
convênio entre Administração Pública e Unifebe é acompanhado pelo arquiteto e
urbanista da Secretaria de Trânsito e Mobilidade (Setram) de Brusque, Valério
Kozel. De acordo com ele, são nas atividades públicas que a população pode
conhecer mais sobre o andamento e cronograma do trabalho e será fundamental
para o sucesso das propostas.
Paralelo à etapa ocorre a
coleta de dados para elaboração do documento final. O material serve de base
para as simulações e estudo dos modelos para um diagnóstico da situação da
mobilidade urbana de Brusque.
A conclusão do levantamento,
afirma, marca o início da apresentação de propostas para tentar melhorar o
panorama da cidade, que devem compor a última versão do plano. Mesmo sem a
finalização do processo, estima haver entre 20 e 25 pontos considerados
críticos para o trânsito no município. “Não é um projeto político, mas técnico”
Acompanhamento
alemão
Apesar de considerar o prazo
curto para o desenvolvimento das etapas, ele classifica o cronograma com
razoável para o cumprimento do prazo. Kozel ressalta a importância do trabalho,
que deve prever as medidas a serem tomadas no setor. Para isso, propostas
elaboradas nos últimos 20 anos para melhorar o trânsito na cidade devem ser
avaliadas.
“São propostas que não estão
descartadas e serão avaliadas com os técnicos que estão elaborando o plano.
Nele que vamos estabelecer as diretrizes que serão tomadas para a cidade”,
descreve. Na quinta-feira (14) , o trabalho ganha o reforço do doutor em Gestão
de Trânsito e professor da Universidade de Karlsruhe, na Alemanha, Christoph
Hupfer.
O especialista tem servido de
consultor para a elaboração do plano. Em novembro, ele palestrou para a
comunidade e membros da comissão formada para desenvolver o plano. A tendência
é que Hupner fique cerca de duas semanas na cidade para acompanhar os trabalhos
e participar de eventos relacionados ao tema.
Debate
necessário
Vereador e especialista em trânsito,
Paulo Sestrem reforça a necessidade do debate sobre a mobilidade para garantir
a qualidade de vida na cidade. Ele acompanha o tema desde a época que integrou
a equipe da Secretaria do Trânsito, entre 2013 e 2015, além de ter presidido o
Conselho Estadual dos Municípios Integrados ao Trânsito de Santa Catarina
(Comitra).
Apesar de destacar melhorias,
Sestrem afirma ainda haver necessidades em pontos importantes para a mobilidade
pública na cidade, como o incentivo à modais alternativos como o transporte
público e a implantação de ciclovias. As medidas serviriam para reduzir a
necessidade do uso de carros no dia a dia das famílias locais.
Como medida para reduzir o
fluxo de carros dentro da cidade, ele reforça a necessidade de se retomar os
debates para a construção de um anel viário para a área central da cidade. A
estrutura serviria para retirar das ruas do Centro e bairros próximos o fluxo
de carros com destino para outras cidades da região.
Baseado neste conceito,
afirma, foi possível gerar mudanças de trânsito o que o especialista classifica
como “sobrevida” para o trânsito do Centro 1 e Centro 2. As alterações
ocorreram a partir de 2010.
Para ele, a aposta exclusiva
de investimentos nas melhorias da avenida Beira Rio são um equívoco e é preciso
pensar em alternativas para outros pontos de Brusque. “É uma das obras
fundamentais para a cidade, tanto como como canal extravasor e para melhorar a
mobilidade dos brusquenses. Estão vendo ela como uma solução para para a cidade
e não é”.
Ele vê como positiva a busca
por conhecimento especializado, mas ressalta a necessidade de atentar para
demandas já conhecidas, com os acessos entre as ruas Pedro Werner com a Getúlio
Vargas, no Centro, ou a duplicação da Rodovia Antônio Heil, no bairro Santa
Terezinha ou a continuidade da Beira Rio, em direção ao bairro Jardim Maluche.
Tempo
reduzido
Quanto ao avanço dos debates
para o Plano de Mobilidade, Sestrem demonstra cautela quanto aos prazos para
entrega. Com o tempo disponível, acredita haver a necessidade de se ampliar os
debates sobre o tema com a população e compreender as demandas de cada ponto da
cidade. “É preciso tratar a mobilidade e a segurança no trânsito com a
seriedade que ela precisa”.
Desde setembro, uma audiência
pública sobre o tema já foram desenvolvidas. Um total de três eventos
semelhantes são esperados para acontecer até o fim do processo, sendo uma delas
na Câmara de Vereadores. Além delas, outras 10 oficinas estão programadas. De
acordo com ele, as trocas recorrentes dos responsáveis pela Setram acabaram
prejudicando o andamento do processo.
Hoje, houve duas audiências
públicas sobre o tema e deveriam ocorrer um total de sete ou oito consultas do
tipo na cidade. “Está muito em cima, seria interessante que ela chegasse para a
audiência na Câmara já pronta” pondera.
Agende-se
O quê: Audiência pública sobre
o Plano de Mobilidade
Quando: 19/02
Horário: 18h30
Onde: Salão da Capela Nossa
Senhora de Fátima
Público alvo: moradores dos
bairros Jardim Maluche, Souza Cruz e Azambuja