Estudantes e educadores do do campus Brusque do Instituto Federal Catarinense (IFC) saíram às ruas para um primeiro ato contra as reduções do orçamento da instituição. Ao todo, 39% do orçamento de cerca de R$ 1,3 milhão foram retirados.
Para o diretor geral do IFC, Júlio César Pedroso, a alegação de contingenciamento, alegada pelo Ministério da Educação é preocupante e o corte recorrente de verbas levou a um quadro crítico. No início do mês, representantes do instituto falavam em “sobrevivência” do órgão.
Segundo ele, um grupo estadual especializado estuda se houve inviabilidade jurídica do processo por exceder o limite permitido por lei. Sem uma alteração do panorama, os recursos necessários para itens básicos como pagamento de segurança, luz e água seriam afetados.
Além deles, o representante alega que a qualidade do ensino também seria afetada. Sem recursos para reposição a compra de materiais para uso nos laboratórios só deve durar até próximo do segundo semestre. “Se o corte for nesse tipo de material teríamos dificuldades para algumas atividades. E é nisso que achamos que vai prejudicar a qualidade de ensino”, esclareceu.
Desmistificar panorama
O ato público da tarde desta quarta foi pacífico e teve momentos de conscientização. Exposição de cartazes e entrega de panfletos foram feitos pelo grupo. Presidente do grêmio estudantil, João Guilherme Comandolli Jordão, 16 anos, afirma que o perfil adotado foi uma forma de aproximar a população local da realidade vivida pelos estudantes.
Com os banners tentaram demonstrar projetos desenvolvidos pelos alunos para a comunidade local. Durante a noite, também haverá a exibição dos números do orçamento e impactos dos cortes na rotina do IFC. “Antes de tudo nós nos informamos, é sempre um erro tentar se mobilizar por algo que não se sabe”.
Ele reforça a preocupação com a qualidade de ensino e operação do IFC. Exemplifica com a participação em eventos e visitas técnicas para os estudantes. “Se já era complicado antes conseguir, agora será mais complicado”.