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Hospital Azambuja recebe projeto ‘Cartas a quem precisa’

Alunos da EEF Dr. Carlos Moritz escreveram cartas destinadas a pacientes da unidade hospitalar

Publicado em 20/09/2019 às 05:25

(Foto: Divulgação )

Quanto vale ganhar uma palavra de conforto e carinho? Para quem está acamado, debilitado, ou tratando alguma doença, vale muito. Ainda mais quando as palavras são escritas com dedicação e capricho, e as mensagens de incentivo vêm de crianças, na faixa etária de 12 anos.

Em um mundo de tantas conexões tecnológicas, onde os jovens têm contato mais por aplicativos de mensagens do que de forma pessoal, ver letras miúdas, escritas com cuidado em papeis de carta, dentro de envelopes, tendo como destinatário pessoas que precisam delas, é raro e engrandecedor. 

Assim foi o final da tarde da última segunda-feira, 16 de setembro, para pacientes do Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux – Hospital Azambuja. Na oportunidade foram entregues 22 cartas escritas por alunos do sexto ano da Escola de Educação Fundamental Dr. Carlos Moritz, através do projeto ‘Cartas a quem precisa’. 

A entrega foi feita de forma especial, com a ajuda de ‘carteiros’ voluntários, integrantes do grupo brusquense ‘Anjos de Luz’, que além das cartas levaram, através da música, palavras de esperança e fé. 

O projeto 

De acordo com a professora de língua portuguesa da escola, Juliana Costa Masera, a iniciativa do projeto foi baseada em um caso semelhante, que ocorreu em Curitiba (PR), divulgado no final de 2018 em rede nacional. Inspirada na atitude, ao trabalhar em 2019 com a turma do sexto ano sobre gêneros de comunicação, como carta, e-mail, convite, bilhete, entre outros, ela lançou o desafio entre os alunos, de produzirem cartas para pessoas debilitadas.

“Carta para eles é algo do passado, então imaginei que eles não teriam interesse. Mas com a proposta de escrevê-las aos pacientes do hospital, a interação os motivou muito”, relata. 

Além das técnicas de escrita, foram trabalhados vídeos e outros textos em sala de aula para auxiliar os alunos na produção do conteúdo, já que muitos inicialmente encontraram dificuldades em escrever para alguém que não conheciam.

“Orientamos eles da melhor forma, fizemos eles se colocarem no lugar do outro, em pensar como seria estar aqui (no hospital). Tivemos alunos que adoeceram também e trouxeram esse relato, que melhoraram, para incentivar quem iria ler”, detalha. 

Com as cartas em mãos, a unidade de ensino procurou o setor de Recursos Humanos do hospital, que abraçou o projeto de prontidão.

“É um projeto agregador, ainda mais com a participação de uma escola e de crianças, que se torna algo único e genuíno. Organizamos tudo para termos esse momento e vimos o quanto a humanização fez e faz a diferença, tanto para quem fez as cartas, como para quem as entregou e recebeu. Sem dúvida foi o primeiro de muitos projetos que o setor de RH espera realizar no hospital”, declara a gestora de RH do Azambuja, Juliane Berti Tagliari. 

Pensando na melhor forma de realizar a entrega das cartas, o hospital fez o convite aos sete voluntários do grupo Anjos de Luz, que uma vez por semana realiza visitas na instituição, com música e ações diversificadas, para levar alegria e esperança a quem precisa.

“Entregar as cartas foi uma experiência única. Sempre buscamos uma ideia diferente e hoje vimos a emoção de pessoas que não se conhecem, mas que se emocionaram e se conectaram de alguma forma. Sem dúvida os alunos foram ‘luz’ na vida de muitos. Que a escola continue com ações assim, com incentivos para a valorização e o olhar do próximo”, comenta uma das integrantes, Luciana Ferreira dos Santos. 

Carinho reconhecido 

Ao receber as cartas, a resposta era imediata: entre sorrisos largos e lágrimas de alegria acompanhantes e pacientes leram as mensagens e tiveram o desafio de responde-las aos alunos, criando laços de carinho, retribuídos através das palavras e gratidão. 

Entre eles estava Sérgio Efelmann, que não escondeu a alegria ao receber o envelope. “É um incentivo para a gente, ajuda a ficarmos mais animados e continuarmos na luta. Espero que quem escreveu seja muito abençoado e que nunca falte ânimo e alegria em sua vida”, declarou. 

Da mesma forma, Ise Knop Lamim não conteve a emoção ao ler as palavras. “Foi muito emocionante, gostei muito. Sem dúvida deixou meu dia mais feliz. Desejo aos alunos toda a felicidade do mundo. Muito obrigada por terem escrito”, comentou.   

Para Marta Maria Lopes, que teve alta no final da tarde de segunda-feira, a carta recebida foi um grande presente de volta para casa. “É muito bom saber que existem pessoas que nem nos conhecem e que torcem pela nossa recuperação. Foi uma benção de Deus essa mensagem. Que eles continuem fazendo isso, pois estão fazendo muito bem para outras pessoas”, ressaltou. 

Para a professora, poder ver o projeto concretizado, emocionando outras pessoas, foi muito especial. “Acredito que no mundo em que estamos hoje, ações que promovam essa sensibilização, só nos fazem ganhar. Vimos que algumas pessoas às vezes precisam só disso, de uma palavra de carinho, de apoio. E sem dúvida ficamos muito felizes com o resultado”, completa.

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