Ações consideradas agressivas com público local por parte de vendedores ambulantes são denunciadas por lojistas de Brusque. Em conversa com Portal da Cidade, diversos deles alegam que a situação gera incomodo ao público e afeta as vendas.
De acordo com a proprietária de um estabelecimento que fica no Shopping Gracher e prefere não se identificar, alguns ambulantes tentam promover golpes. “Essa semana aconteceu de uma pessoa entrar na loja pedindo sobre uma promoção, porque eles estavam oferecendo perfumes e havia uma promoção dentro do shopping. Nós informamos que ele poderia ter sido enganado”, relata a empresária.
Segundo Luiz Gustavo Boscariol, proprietário da Livraria Saber e Presidente do Conselho Comunitário de Segurança, são comercializados perfumes, tapetes, óculos, máquina de costura, livros e alimentos diversos. Para facilitar a negociação, os ambulantes usam máquina de cartão.
“No meu ver, eles podem roubar os dados das pessoas, trazendo um produto que não é seguro, não é certificado, não possuem nota fiscal, não pagam impostos. Nós vemos como riscos para o consumidor, tanto na saúde quanto para sua segurança”.
O empresário relata que diversas vezes observou a abordagem ser violenta. “Eles seguram no braço, forçam a pessoa a ouvir. Eles usam dessa forma para coagir a pessoa a comprar, e as vezes, a pessoa compra por medo”.
Outra empresária, que também não quis se identificar, comenta sobre a abordagem ser invasiva. “Eles te cercam, fecham a pessoa de uma forma grosseira, não há respeito”. Para ela, isso atrapalha até mesmo o fluxo do comercio. “Muitas pessoas quando veem eles, atravessam a rua e acabam não passando por aqui e isso diminui nosso movimento. Nosso público passa a ir na concorrência”.
Os comerciantes avistam os vendedores irregulares vendendo as mesmas mercadorias dispostas no shopping dentro do centro comercial.
Situação relatada por Marilia Silva, a vendedora de uma loja de cosméticos localizada na avenida Cônsul Carlos Renaux, conta que alguns ambulantes vendem produtos com a embalagem da loja, porém o conteúdo é adulterado. “Alguns clientes nos avisaram, pois eles vendem o produto à um preço inferior ao da loja”, descreve.
Providências
Fabrício Zen, Presidente da Câmara de Dirigentes de Lojistas explica que a situação irregular dos ambulantes é uma cobrança da CDL perante ao poder executivo há algum tempo.
“Recebemos denúncias dos nossos associados sobre o tema e estamos cobrando o poder público. Nós queremos a execução de atividades de fiscalização e que o executivo elabore um projeto de lei para regulamentar os vendedores ambulantes”.
O presidente relembra que a uma ação foi realizada para regulamentar a venda de alimentos no início de 2018, da mesma forma que há a necessidade neste momento da criação de normativas.
“Nosso posicionamento é que se regulamente e fiscalize essa situação. A prefeitura só vai fiscalizar quando a gente cobrar, eles estão deficitários na fiscalização, eles não têm uma ação especifica. A prefeitura só vai atrás quando pedimos e acaba não sendo eficiente, porque o ambulante consegue ir embora. Se houvesse um trabalho efetivo diário seria mais eficiente. Hoje nós temos mais de 900 associados que geram impostos e renda para o município, por isso estamos cobrando uma iniciativa”, conclui.