O ministério de acolhimento, denominado Terremoto Move Alicerce Portas e Prisões (TMAPP) é coordenado pelo pastor da Congregação Batista Brasileira, Tarcísio Quirino, e já atua há oito anos em Brusque. O projeto é independe de igreja ou religião e tem como principal objetivo acolher e reeducar homens que buscam novas oportunidades para se recuperar de vícios em drogas e álcool. Neste período, ele estima ter ajudado mais de mil homens no processo de recuperação.
“Nosso maior proposito é tirar os meninos da rua, mas também, dar uma direção de vida. Oportunidade de ser gente, de ter valor, das pessoas olharem para eles e verem mudança. Essa é nossa motivação, a mudança, a recuperação”.
O pastor, iniciou o trabalho com casas de acolhimento há mais de 28 anos. Ele relata que já foi usuário drogas e sua reabilitação aconteceu em uma casa missionária de recuperação. Depois de recuperado entendeu que seu propósito de vida era ajudar outras pessoas a saírem dos vícios.
Nos 20 anos de atuação passou por instituições de estados como Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Quirino buscava meninos em Brusque para se tratar em outra cidade. Nessas viagens, ele conheceu pessoas que deram suporte para ele iniciar o trabalho no município.
“Toda estrutura que temos hoje são esses amigos que montaram, nós viemos apenas com o trabalho, a engrenagem são eles. A casa funciona por voluntários, eles que matem ela, pessoas que acreditam na razão do trabalho. São católicos, espiritas, evangélicos, cristãos. É uma rede amigos”.
Acolhimento
A casa acolhe pessoas com problemas de drogas, principalmente crack e álcool. De acordo com o pastor, a casa não vai até as pessoas, mas as pessoas procuram o espaço e encontram através dos colaboradores do local.
“Nós somos cristãos e nós recebemos pessoas de todas as religiões, nosso objetivo é o tratamento. E para morar aqui as pessoas precisam se enquadrar na rotina, temos quatro reuniões por dia, atividades, estudo e tem também momento de oração, mas não é uma religião”.
O pastor defende que droga e álcool não são uma questão clínica, mas sim uma questão espiritual. “Essa pessoa precisa de alguma coisa, ela faz essa fuga, até se encontrar. Nossa ideia é que essa questão hospitalar não cura o drogado, porque tira uma droga e dá outra, um remédio. Nos acreditamos que ele precisa aprender a voltar às suas origens, aos tempos bons e que ele precisa decidir a mudança”.
O dia a dia
Como o trabalho realizado é pastoral. Ao chegar na casa missionária a pessoa tem seu primeiro contato com o pastor. Ali, ele vai receber todo suporte necessário como moradia, alimentação e produtos básicos. O espaço também é a casa do pastor, e com ele já chegaram a morar 56 homens.
“Quando a pessoa chega aqui ela precisa saber onde ela está. E aqui não é uma clínica, eu não sou médico. Aqui é minha casa, e na minha casa eu atendo pessoas e dou esse suporte cultural, espiritual para eles”.
Quirino salienta que a casa de recuperação oferece um método de vida, mas depende da pessoa querer ou não ficar. “A recuperação é a vida toda, mas a decisão que é um ponto importante. Mas se não cuidar as pessoas voltam a usar. Precisa trabalhar a decisão e não esquecer de onde saiu, se não eles voltam para lá”
A casa possui uma rotina. Há estudos, aulas, músicas, lazer, quatro reuniões diárias, conversa e orações. Ele explica que a método utilizado é o tratamento espiritual.
“Ele precisa decidir. Porque para ele não voltar para lá, mas deve esquecer que saiu de lá. Nós usamos a fé para ele ter um suporte, sem religião, apenas acreditar e usar isso para mudar sua vida. Nós os chamamos de filhos, porque nós cuidamos e demos outra vida para eles e continuamos mantendo contato”, conclui.
Atualmente, a maior necessidade da casa atualmente são os materiais didáticos e produtos de higiene pessoal.
