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História

Nos 75 anos de sua morte, saiba quem foi Carlos Renaux

Imigrante alemão, Cônsul fez história em Brusque e recebe homenagens até hoje

Publicado em 27/01/2020 às 02:01
Atualizado em

(Foto: Brusque Memória)

Você pode até não saber exatamente quem é ele, mas com certeza já ouviu ou leu o nome dele por algum lugar de Brusque. Na cidade, Carlos Renaux é nome de avenida, de estádio, de clube de futebol, de colégio e de hospital. 

Mas afinal, quem é esse homem que rende tantas homenagens em Brusque?

Karl Christian Renaux nasceu em Lörrach, distrito alemão na região administrativa de Freiburg, no estado de Baden-Württemberg, em 1862. Na Alemanha, cursou o equivalente ao ensino médio e trabalhava em um banco, através de uma carta de recomendação escrita por um gerente alemão. Desembarcou no Brasil aos 20 anos de idade e inicialmente viveu em Blumenau.

De acordo com a obra “Brusque, os 60 e 160: Elementos da nossa história”, de Rosemari Glatz, Carlos Renaux chegou a Brusque pouco tempo depois, quando arranjou um emprego na filial da Asseburg & Willerding, atuando no comércio de exportação de produtos coloniais. No ano posterior, adquiriu a empresa.

Foi o Superintendente Municipal da cidade em várias gestões, cargo correspondente ao de prefeito nos dias atuais. O livro de Rosemari Glatz diz que Carlos Renaux foi um dos chefes republicanos locais da Revolução Federalista e neste período foi preso e submetido a conselho de guerra, onde foi condenado à morte por fuzilamento. Renaux foi salvo da morte por seu adversário político, Elesbão Pinto da Luz.

Fábrica Renaux

Alguns anos atuando como comerciante renderam economias suficientes para Renaux montar a primeira empresa têxtil da família Renaux. O ano era 1892, quando ele completava 30 anos de idade. Com oito teares manuais, contratou tecelões poloneses e implantou a tecnologia têxtil na região. Em 1918 a empresa transformou-se em uma sociedade anônima, alterando seu nome para Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A., com os filhos e filhas de Carlos Renaux, e respectivos sogros, como acionistas. Seu filho Otto Renaux foi eleito presidente.

De acordo com a obra “História Econômica do Município de Brusque”, de Erich Arnold von Buggenhagen, em 1935 a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A. possuía três unidades fabris, 294 teares e 649 trabalhadores, com um porcentual de 22,50 da total da mão-de-obra empregada no ramo têxtil no estado catarinense.

No final da década de 1940, a indústria implantou na cidade a primeira unidade na região com capacidade de girar o fio penteado. Nos anos 60, implantou uma tecnologia de resinas sintéticas com a finalidade de produzir tecidos de algodão à prova de rugas.

Em julho de 2013, após anos de instabilidade econômica e administrativa, a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux teve sua falência decretada após 121 anos de fundação.

Cônsul

Em 1918 foi nomeado cônsul honorário do Brasil e passou a ser chamado e conhecido pelo título. Também financiou a oficina onde foi produzida a primeira geladeira brasileira, que recebeu o nome de Consul em sua homenagem. A oficina virou fábrica e transferiu-se para Joinville. Nascia assim a Indústria de Refrigeração Consul.

Evento

Nesta quarta-feira (28) completam-se 75 anos do falecimento de Carlos Renaux. Em sua homenagem, o historiador Paulo Vendelino Kons, a família Renaux e a Prefeitura de Brusque organizarão um evento, amanhã, às 10h, no salão nobre da Prefeitura. Haverá presença de autoridades locais, como os prefeitos de Brusque, Botuverá e São João Batista, além de historiadores e familiares. Posteriormente, uma coroa de flores deverá ser depositada em seu túmulo, no cemitério Luterano.


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