Portal da Cidade Brusque

SUPERAÇÃO

Um ano e meio após tragédia, mercado supera desafios e dá lição de perseverança

Incêndio no ano passado destruiu toda a estrutura do Mini Mercado Dalmarco

Publicado em 01/07/2020 às 23:05
Atualizado em

(Foto: Portal da Cidade Brusque)

Domingo, 24 de fevereiro de 2019. Um curto circuito causa um incêndio que arruína toda a estrutura do Mini Mercado Dalmarco, no Santa Luzia. Quase um ano e meio depois, ficou provado que a força das chamas pode até ter destruído a edificação, mas não o legado, a tradição e a união de um negócio familiar que já dura seis décadas.

Além do mercado, o incêndio consumiu e comprometeu parte da residência do proprietário, Valcemir Dalmarco, mais conhecido no bairro como “Pi”. Ele, que herdou o estabelecimento dos pais, Marta e José, sequer estava em casa quando o incidente ocorreu. A família foi avisada por telefone por vizinhos. Nessas horas, é difícil manter os pés no chão. Passa-se um filme na cabeça, se pensa em desistir, em baixar os braços. Perde-se a força de seguir lutando. As chamas levaram embora todos os bens da família, com exceção dos automóveis. Equipamentos do mercado, mercadorias, estoque e todo o trabalho de uma vida reduzidos à cinzas. Da casa, salvaram-se alguns móveis. Sem seu lar e sem seu negócio, eles se mudaram para a casa de Marta, a mesma que iniciou a trajetória do Mini Mercado Dalmarco em Santa Luzia.


Estrutura do mercado foi consumida pelas chamas. Foto: Arquivo



Incêndio mobilizou a comunidade. Foto: Jaison Lorencetti/Diplomata FM

Alan Dalmarco, filho de Valcemir, cresceu em meio aquele cenário, mas não estava em Brusque no dia do ocorrido. De Florianópolis, a pouco mais de 100 km dali, ele era informado. Ao recordar aquele momento, os olhos enchem, a voz embarga. “Para mim foi um baque grande, eu nasci ali. A gente é do comércio desde sempre. Posso dizer que nasci em cima de um balcão de mercado. Toda uma vida de trabalho e luta dos meus pais tinha ido embora”.


Foto: Arquivo

A união da comunidade e da família Dalmarco para recolocar de pé o legado de 60 anos foi primordial para que eles encontrassem forças para enfrentar esse desafio. A Associação de Moradores do Santa Luzia organizou rifas e auxiliou na reconstrução do estabelecimento. Alan é grato ao dizer que houveram pessoas que voluntariamente vieram ajudar a família a retirar móveis da casa e realizar a limpeza. “Quando nos mudamos para o galpão novo, teve gente que até veio nos ajudar a pintar”. O novo espaço, bem próximo ao antigo, pertencia à empresa de transportes Santa Luzia, era um depósito, foi cedido inicialmente e depois alugado pelo proprietário Orlando Klann. “Temos muito a agradecer, eles nos ajudaram muito. Funcionários vieram aqui nos ajudar a retirar as coisas do depósito para que o mercado voltasse a funcionar”, afirma Alan.


Galpão onde hoje funciona o Mini Mercado Dalmarco. Foto: Celio Bruns Jr

É difícil descrever os sentimentos que essa tragédia deixou para a família. Mas é possível citar um dos mais fortes: gratidão. Para Alan, o lamentável episódio serviu para que ele pudesse evoluir como pessoa. “Às vezes acontecem essas coisas, a gente fica desnorteado, mas depois vemos que aquilo te empurrou para frente, você aprendeu muita coisa. Tudo vai depender da forma que você encarar. A partir do momento que acontece alguma coisa assim e você se vitimiza, sem abrir a cabeça para aprender algo com aquele fato, você regride, fica parado naquilo”.

Fundado em 1960, por Marta e José Dalmarco com o nome de “Venda da Marta”, o mercado naquela época era um armazém. Em 1988, os fundadores saíram de cena e o mercado passou para os filhos, Valcemir e Elsa, passando adotar o nome atual. Desde sempre, o Mini Mercado Dalmarco faz parte do cotidiano dos moradores do Santa Luzia. Cinco anos depois, Valcemir e a esposa Márcia passaram a administrar o local. Desde então, com a ajuda dos filhos e colaboradores, abastecem a comunidade do bairro com produtos diariamente. Ao todo, são sete pessoas trabalhando no mercado. A estrutura antiga, atualmente está em ruínas, como testemunha daquela história.



Marcas da tragédia ainda persistem no local do incêndio. Foto: Celio Bruns Jr


Ainda é possível ver parte da estrutura afetada. Foto: Celio Bruns Jr



Aos fundos da edificação, ficavam o açogue e a padaria. Foto: Celio Bruns Jr

Hoje, o mercado mais tradicional do Santa Luzia funciona normalmente. Todos os dias pela manhã, a família acorda com o mesmo entusiasmo de sempre. Prova disso são os stories no Instagram do mercado, onde se vê Alan e a irmã Tarciana com energia, informando aos clientes das ofertas do dia. A tragédia ficou para trás. Cicatrizes que deixaram uma lição de perseverança e superação.



Alan (no centro, de camisa verde), Márcia e Valcemir (ao lado direito). Foto: Redes sociais



Interior do Mini Mercado Dalmarco atualmente. Foto: Celio Bruns Jr

Clique aqui e acesse o Instagram do mercado

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