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Afinal, porque os cinemas ainda não voltaram?

Empresário brusquense argumenta por quê o escurinho do cinema é mais seguro do que muita coisa aberta por aí

Publicado em 26/08/2020 às 05:50
Atualizado em

(Foto: Wilson Schmidt Junior)

Estabelecimentos comerciais como bares, restaurantes e lanchonetes já estão autorizados a funcionar há várias semanas, muitas delas durante o auge da pandemia do novo coronavírus em Brusque. Não é nada raro encontrar mesas lotadas de pessoas sem máscaras (afinal estão consumindo algum produto alimentício) conversando entre si.

Enquanto isso, os cinemas, não só no município, mas em todo o Brasil, encontram-se às escuras desde o primeiro trimestre do ano de 2020. Motivados pelo o que classificam ser uma injustiça e uma falta de critérios, empresários da indústria de exibição cinematográfica estão pressionando o Governo do Estado em busca da tão esperada permissão para a retomada.

Sandro Baran, diretor da rede brusquense Cine Gracher Cinemas, é um dos mais de 200 empreendedores que formam o Juntos Pelo Cinema, movimento que luta pelo retorno responsável das sessões. Segundo o empreendedor, ir ao cinema é uma atividade muito mais segura do que várias das que já estão em pleno funcionamento.

Um dos principais argumentos defendidos por ele é o fato de o coronavírus não ser transmitido pelo ar, mas apenas por contato com pessoas infectadas, ou então por meio de gotículas microscópicas de saliva. Além do uso de máscaras, o executivo lembra que as pessoas quase não falam durante a exibição de um filme.

“É uma atitude desigual, sem equilíbrio”, ressalta Baran. “A minha pergunta é: são cinco meses fechados. Qual é a empresa que consegue ficar esse tempo sem nenhuma forma de faturamento, sem liquidez nenhuma, e mantendo cerca de cem funcionários e as estruturas funcionando, com todos os encargos?”.

Os funcionários da rede Cine Gracher Cinemas voltaram ao serviço apenas na semana passada, após um longo período de inatividade. A intenção é preparar as 30 salas espalhadas por Santa Catarina e Paraná para um retorno que, acredita-se, vá ocorrer em setembro.

Sandro, que já contraiu covid-19 há algumas semanas, acredita que em um determinado período do ano o fechamento dos cinemas, assim como de outros empreendimentos, foi necessário. Porém, a situação, conforme o gestor, encontra-se insustentável.

“Não conseguimos mais segurar (...) a preocupação com a vida é muito importante, mas a economia precisa ser mantida. As coisas precisam voltar, com os devidos cuidados. O cinema está preparado para esse retorno, seguindo vários e vários protocolos”.

Elaborado há meses por integrantes do movimento Juntos pelo Cinema, os procedimentos sanitários para a reabertura consciente dos cinemas incluem a utilização de máscaras, o distanciamento entre cadeiras, a medição de temperaturas, a renovação constante no ar, a higienização das salas entre sessões, dentre outros.

Assista a reportagem em vídeo:
por Wilson Schmidt Junior

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