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“Fanny, A Rainha da Cidade” encerra o 10º Festival de Inverno de Brusque

Trama Grupo de Teatro homenageia personagem histórica dia 4 de agosto, no Teatro do Cescb; ingressos estão à venda na Livraria Graf

Publicado em 12/07/2019 às 05:45

(Foto: José Luiz Day da Silva)

“Esta cidade pode até ter um prefeito, mas rainha... Só tu, majestade”, exclama o boêmio Amadeu para Fanny ao se ver repreendido pelo bem-sucedido Arnold, empresário com altas pretensões políticas e que, assim como o primeiro, é frequentador assíduo da “casa de tolerância” mais saudosa da Brusque do Século XX.

Personagens fictícios, os dois figuram entre os amigos e clientes que a dona da propriedade recebe em "Fanny, A Rainha da Cidade" no próximo dia 4 e agosto, às 19h, no Teatro do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (Cescb), para comemorar o aniversário do município que deu a ela o status de realeza.

O espetáculo encerra a Mostra Teatral do 10º Festival de Inverno de Brusque. Os ingressos estão à venda na Livraria e Papelaria Graf e com o elenco, a R$ 20 (preço único). A classificação indicativa é de 16 anos.

Obra de ficção baseada na literatura e em relatos orais, a montagem reverencia a memória de Francisca dos Anjos de Lima e Silva Hoerhann, a Fanny, que marcou época e gerações de brusquenses. Tendo como ponto de partida o livro “Fanny, uma vida em perspectiva” (Grupo Uniasselvi, 2010), de Aquiles Duarte de Souza, o trabalho estreou em março, numa temporada de quatro sessões lotadas.  

Para a nova apresentação, o Trama conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Brusque, através da Fundação Cultural de Brusque e com recursos do Fundo Municipal de Apoio à Cultura; Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque; Beto Pães e Doces; Livraria e Papelaria Graf; Centro de Treinamento Sorjai; Griô Filmes; Renaux View; Rakia - Soluções em Energia Solar; e Raffcom. 

Literatura como matéria-prima

“Fanny, A Rainha da Cidade” pretende recuperar memórias, histórias e impressões relacionadas à Dona Fanny, que no século passado esteve à frente de uma famosa casa de prostituição no bairro Santa Terezinha. A despeito da marginalização da atividade, ela quebrou paradigmas, conquistou notório respeito e inegável admiração social.

Em “Fanny, uma vida em perspectiva”, carro-chefe das obras literárias estudadas para a criação do espetáculo, Duarte de Souza a descreve como sendo “dona de dignidade ilimitada, dama corajosa, batalhadora” e “uma mulher muito à frente do seu tempo”.

No decorrer do processo criativo, somaram-se à pesquisa o capítulo “A bicicleta da Fanny”, do livro “Pedalando pelo tempo - História da bicicleta em Brusque” (Nova Letra, 2011), de Ricardo José Engel; o capítulo “Quem era Fanny?”, do livro “Histórias e Lendas da Cidade Schneeburg” (S&T Editores, 2009), de Saulo Adami e Tina Rosa; o capítulo “Fanny, a bugra carismática”, do livro “Quando os sinos falavam ao Vale” (Odorizzi, 2009), de Quido Jacob Bauer; o texto “Médico das moças da Fanny”, do livro “Doutor Nica” (DOM, 2012), de Saulo Adami e Jeanine Wandratsch Adami; e trechos do livro “Sentinela do Passado I”, organizado pelo professor Reinaldo Cordeiro, com crônicas de Laércio Knihs (Nova Letra, 2008).

Origem indígena  

No mês de dezembro passado, o grupo de teatro viajou até a terra indígena Ibirama - La Klãnõ, situada entre os municípios catarinenses de Doutor Pedrinho, Itaiópolis, José Boiteux, Rio Negrinho e Vitor Meireles. Pela margem do rio Hercílio, os atores foram conduzidos por moradores até as ruínas do posto indígena Duque de Caxias, fundado em 1914 por Eduardo de Lima e Silva Hoerhann, sobrinho-bisneto do duque e marido de Fanny nas décadas de 1920 e 1930. Funcionário do antigo Serviço de Proteção aos Índios do governo federal, ele tinha a missão de “pacificar” os povos indígenas ao Sul do Brasil, dos quais fazia parte a jovem Francisca, filha de um índio Xokleng e uma mulher de origem europeia. No mesmo local, à beira do rio, também ficava a casa onde viveram Fanny e Eduardo, destruída pelas inundações causadas pelo represamento de águas na Barragem Norte.

Em Ibirama, o Trama esteve no museu histórico que leva o nome de Eduardo e preserva uniformes, utensílios, armas, imagens e parte da história do “Katangará”, como foi apelidado pelos nativos. No museu, a figura controversa aparece em fotografias acompanhado de Fanny, filhos do casal e índios - aos quais impunha, a mando do Estado, a cultura dos colonizadores.

Sinopse

A casa de tolerância da Fanny vai de vento em popa na Santa Terezinha. Tudo o que ela não espera é retornar da lavadeira com uma notícia de tirar o sossego: algum desavisado esqueceu o pijama em meio aos lençóis de suas moças. O pior é que a peça íntima tem as iniciais do dono caprichosamente grafadas. Mas não há tempo para delongas: hoje é dia de receber amigos e clientes para mais uma noite que vai ficar na história da cidade.  

Ficha técnica

Título original: Fanny, A Rainha da Cidade.

Autores: Everton Girardi, Talita Garcia e O Grupo.

Direção: Everton Girardi.

Direção de Cenas: Luciano Mafra.

Elenco: Arthur Bigliardi (Martinho), Everton Girardi (Arnold, Eduardo), Fernando Reis (Rico), Janaina Antônia Cavalcante Garcia (Madalena, Nego Edu), Jenifer Schlindwein (Adelaide, Olga), Juliete Silva (Morena, Fanny), Luís Henrique Petermann (Pereira, Eduardo), Roner Lucas (Amadeu, Tavares), Talita Garcia (Fanny).

Figurinos: Andressa Lauz Bigliardi e Juliete Silva.

Confecção de Figurinos: Adelina da Silva.

Cenário: Everton Girardi, Luciano Mafra, Luís Henrique Petermann, Roner Lucas.

Sonoplastia e Trilha Original: João Guilherme Schaefer Minatti e O Grupo.

Desenho e Operação de Luz: Edson Luiz Albino Junior (Juninho).

Audiovisual: Ricardo Weschenfelder.

Maquiagem: Jéssica Tavares e Ícaro Matheus Lima Muniz.

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