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TEATRO

Fanny, A Rainha da Cidade tem novas sessões neste sábado (30) e domingo (31)

Espetáculo lotou o Teatro do Cescb no último final de semana; ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e na Livraria Graf

Publicado em 27/03/2019 às 07:59
Atualizado em

(Foto: Divulgação/Reprodução)

Após estrear com casa lotada no último final de semana, o espetáculo teatral “Fanny, A Rainha da Cidade” será reapresentado neste sábado, 30, às 20h, e domingo, 31, às 19h, no Teatro do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (Cescb). Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e na Livraria e Papelaria Graf, a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada).

A montagem do Trama Grupo de Teatro - concebida com o propósito de homenagear uma das mais icônicas personagens de Brusque - recebeu o patrocínio da Prefeitura de Brusque - através da Fundação Cultural de Brusque e com recursos do Fundo Municipal de Apoio à Cultura (edição 2018), e o apoio do Centro de Treinamento Sorjai, Griô Filmes, Livraria e Papelaria Graf, Raffcom e Renaux View. Literatura como matéria-prima

“Fanny, A Rainha da Cidade” pretende recuperar memórias, histórias e impressões relacionadas à Francisca dos Anjos de Lima e Silva Hoerhann, popularmente conhecida como Fanny, que no século passado esteve à frente de uma famosa casa de prostituição no bairro Santa Terezinha, em Brusque. A despeito da marginalização da atividade, ela quebrou paradigmas, conquistando notório respeito e inegável admiração social.

Em “Fanny, uma vida em perspectiva” (Grupo Uniasselvi, 2010), carro-chefe das obras literárias estudadas pelo grupo Trama para a criação do espetáculo, o escritor Aquiles Duarte de Souza a descreve como sendo “dona de dignidade ilimitada, dama corajosa, batalhadora” e “uma mulher muito à frente do seu tempo”.

No decorrer do processo criativo que deu origem à peça, somaram-se à pesquisa literária o capítulo “A bicicleta da Fanny”, do livro “Pedalando pelo tempo - História da bicicleta em Brusque” (Nova Letra, 2011), de Ricardo José Engel; o capítulo “Quem era Fanny?”, do livro “Histórias e Lendas da Cidade Schneeburg” (S&T Editores, 2009), de Saulo Adami e Tina Rosa; o capítulo “Fanny, a bugra carismática”, do livro “Quando os sinos falavam ao Vale” (Odorizzi, 2009), de Quido Jacob Bauer; o texto “Médico das moças da Fanny”, do livro “Doutor Nica” (DOM, 2012), de Saulo Adami e Jeanine Wandratsch Adami; e trechos do livro “Sentinela do Passado I”, organizado pelo professor Reinaldo Cordeiro, com crônicas de Laércio Knihs (Nova Letra, 2008). Outras fontes de pesquisa foram a reportagem “Francisca dos Anjos, a Fanny, símbolo da independência feminina”, publicada no caderno “Mulheres na História”, do jornal O Município, em 8 de março de 2018; a entrevista “Fanny, uma lenda viva de 90 anos”, publicada pelo mesmo periódico em 13 de julho de 1990; o artigo “No tempo das bicicletas”, publicado pelo jornal A Voz de Brusque em 20 de julho de 2002; a matéria “História de Fanny vira livro”, do blog História de Brusque, de 3 de janeiro de 2011; e a página “Francisca dos Anjos de Lima e Silva”, do site enciclopédia.brusque.sc.gov.br.

Origem indígena

Em dezembro passado, o grupo de teatro viajou até a terra indígena Ibirama - La Klãnõ, situada entre os municípios catarinenses de Doutor Pedrinho, Itaiópolis, José Boiteux, Rio Negrinho e Vitor Meireles. Pela margem do rio Hercílio, os atores foram conduzidos por moradores até as ruínas do posto indígena Duque de Caxias, fundado em 1914 por Eduardo de Lima e Silva Hoerhann, sobrinho-bisneto do duque e marido de Fanny nas décadas de 1920 e 1930. Funcionário do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) do governo federal, ele tinha a missão de “pacificar” os povos indígenas ao Sul do Brasil, dos quais fazia parte a jovem Francisca, filha de um índio Xokleng e de uma mulher de origem europeia. No mesmo local, à beira do rio, também ficava a casa onde viveram Eduardo e Fanny, mas a propriedade acabou desaparecendo com as inundações causadas na reserva pelo represamento de águas na Barragem Norte, construída em 1970 para amenizar as cheias no Vale do Itajaí.

Em Ibirama, Eduardo dá nome ao museu histórico do município. O Trama também esteve no local, que preserva uniformes, utensílios, armas, imagens e parte da história do “Katangará”, como foi apelidado pelos nativos. Em algumas das fotos que ornam as paredes do museu, ele, figura controversa e que divide opiniões, aparece acompanhado de Fanny, de filhos do casal e índios aos quais impunha, a mando do Estado, a cultura dos colonizadores.

Autores da peça, Talita Garcia e Everton Girardi - que também fazem parte do elenco do espetáculo, além de Girardi ser diretor da montagem - explicam que todo o levantamento realizado pelo grupo serviu de matéria-prima para a criação de Fanny, A Rainha da Cidade. No processo de trabalho - acrescentam, o texto dramatúrgico proposto e o trabalho dos atores se retroalimentaram, transformando os ensaios, as cenas e o espetáculo em si. O resultado, destacam, é uma obra de ficção, baseada principalmente na literatura e em relatos orais, sem a pretensão de se tornar um documentário sobre a história de vida de Dona Fanny, mas com o propósito de reverenciá-la como símbolo de independência, resistência e empoderamento feminino.

Sinopse

A casa de tolerância da Fanny vai de vento em popa na Santa Terezinha. Tudo o que ela não espera é retornar da lavadeira com uma notícia de tirar o sossego: algum desavisado esqueceu o pijama em meio aos lençóis de suas moças. O pior é que a peça íntima tem as iniciais do dono caprichosamente grafadas. Mas não há tempo para delongas: hoje é dia de receber amigos e clientes para mais uma noite que vai ficar na história da cidade. 

Serviço

Fanny, A Rainha da Cidade.

Dias 30 e 31 de março de 2019.

Sábado às 20h - Domingo às 19h.

Teatro do Cescb - Rua Pedro Werner, 180, Brusque (SC).

Duração: 1h15min.

Classificação indicativa: 16 anos.

Ingressos: Teatro do Cescb e Livraria e Papelaria Graf - R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia entrada).

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