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Câncer de intestino mata mais que o de próstata e mama, diz médico Paulo Coppini

Legislativo recebeu em sessão ordinária o Dr. Paulo Coppini, que discorreu sobre prevenção, detecção precoce, sintomas e tratamento da doença

Publicado em 02/10/2017 às 06:16

Foto: divulgação

Convidado a participar da última sessão ordinária da Câmara de Vereadores, dia 26, o médico coloproctologista Paulo Coppini ocupou a tribuna da casa legislativa para falar sobre prevenção, detecção precoce, sintomas e tratamento e do câncer de intestino. O convite partiu dos vereadores Paulinho Sestrem (PRP) e Sebastião Lima, o Dr. Lima (PSDB), em alusão ao “Setembro Verde”, campanha da Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci).

O especialista reforçou as estimativas oficiais de que, entre 2016 e 2017, mais de 30 mil brasileiros terão recebido o diagnóstico da enfermidade: “No Brasil, este câncer é o terceiro em incidência entre todos os tumores. Cerca de 15% dessas lesões são de intestino”. Quase a metade (44%) dos pacientes, alertou Coppini, não consegue se curar. “É o segundo tipo de câncer que mais mata no país, depois do câncer de pulmão. Mata mais do que os cânceres de próstata e de mama”, frisou.

De acordo com o médico, pessoas com mais de 50 anos de idade devem se submeter à colonoscopia, exame que possibilita retirar pólipos intestinais benignos em estágio inicial e que têm potencial para, mais tarde, transformarem-se em tumores. Aproximadamente 70% dos casos de câncer intestinal, disse, são derivados dessas anomalias. “Estudos mostram que a remoção dos pólipos reduz as chances de você ter câncer em 90%”. Exames de sangue também são aliados na investigação da doença, precedendo a colonoscopia.

As medidas preventivas, observou, devem começar mais cedo, aos 40, para quem tem histórico familiar da doença, ou ainda, dez anos antes da idade do familiar acometido pelo câncer de intestino. O consumo excessivo de carne vermelha, embutidos, amido e refinados, afirmou, pode aumentar as chances de desenvolvimento da patologia, bem como o sedentarismo, o tabagismo, a obesidade e o consumo de álcool.     

“Carnes brancas, proteína de origem vegetal, gorduras insaturadas, os grãos não refinados, como aveia e farelo de trigo, legumes e frutas diminuem o risco”, observou. “A prática rotineira de atividades físicas, conforme trabalho publicado já em 2002, reduz o risco de câncer em 40%, independentemente de ser gordo ou magro”, esclareceu.

Os sinais e sintomas da doença listados pelo especialista são: sangue nas fezes, dores e cólicas na barriga por mais de 30 dias, alteração do funcionamento intestinal, perda de peso rápida e não intencional, anemia, cansaço, fraqueza e vontade frequente de evacuar. O tratamento é cirúrgico e, dependendo de cada caso, associado à quimioterapia e a radioterapia. 

Após a apresentação, Coppini respondeu a uma série de questionamentos formulados pelos vereadores. Sebastião Lima, o Dr. Lima (PSDB), agradeceu o colega de profissão por ter atendido o convite do Legislativo e ressaltou: “A bandeira de qualquer país que quer ir para frente é a educação. O Dr. Coppini age num extremo do problema, que é onde os médicos podem agir, junto aos adultos, mas deixo um apelo ao Executivo, para que faça uma ação no outro extremo, criando nas escolas programas educativos voltados à prevenção. Da mesma forma, a Secretaria de Saúde deveria fazer campanhas permanentes e repetitivas, para que as pessoas conheçam os riscos que estão correndo”. 

Na mesma linha, Paulinho Sestrem (PRP) também se manifestou: “Quando a gente fala em prevenção, vejo também a questão educativa, que é fundamental. Na Comissão Especial do Sistema Municipal de Saúde, levantamos a ideia de encaminhar informativos de forma permanente aos lares brusquenses, através do Samae”. 

 

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