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Com ensino alternativo, jardim de infância Waldorf deve inaugurar no próximo ano em Brusque

Iniciativa Waldorf compreende no desenvolvimento humanizado da criança, com foco em brincadeiras lúdicas, contato com a natureza e ações que aflorem a imaginação. Metodologia de ensino defende a alfabetização só após os 7 anos de idade.

Publicado em 04/07/2017 às 07:26

Foto: divulgação

Eles nasceram conectados. Nos primeiros anos de vida já dominam (até melhor que muitos adultos) o manuseio de smartphones e tablets. Os conteúdos próprios para a idade, como a da porquinha rosa ou da dupla de palhaços, que passam na televisão ou em canais de streaming estão disponibilizados aos montes e garantem prender a atenção de uma maneira surpreendente. As crianças de hoje vivem em um mundo cada vez mais virtual.

Nos primeiros anos da escola recebem baldes de conteúdo. Aprendem a ler, escrever e aos quatro anos de idade já sabem contar até 10 em inglês. Têm a agenda semanal preenchida de aulas de idioma, natação, reforço escolar, balé e outros aprendizados que vão compor um currículo extenso.

Uma infância cheia de compromissos e responsabilidades é importante e necessário aos olhos de muitos pais. Mas é um caminho errôneo para tantos outros. Em Brusque, um grupo de pais tem trabalhado para lançar o primeiro jardim de infância pautado na antroposofia – ou seja, voltado para a humanização do aluno.

A ideia é que a criança vá para a escola fazer o que tem que fazer em seus primeiros anos: brincar. A escola, então, utiliza a metodologia Waldorf, que prioriza o conhecimento da natureza, do ser humano e do universo.

Schirlei Soares é mãe de Pedro, de 2 anos e meio de idade. Ela faz parte de um grupo de mães, em Brusque, que objetiva trocar informações sobre a maternidade. Em um dos encontros surgiu o tema “escola Waldorf”, que encantou a todos por ser um método de ensino alternativo.

“Começamos a nos informar e fomos nos interessando cada vez mais e veio a vontade de fazer algo diferente pela educação de nossas crianças”. Cerca de 10 mães e pais se uniram para estudar sobre a antroposofia com o objetivo de iniciar um jardim de infância com metodologia Waldorf em Brusque.

Implementação da Escola Waldorf em Brusque
Para ser intitulada como uma escola Waldorf há vários passos a serem seguidos. O primeiro deles é que os pais precisam estar alinhados com a pedagogia. Por isso, é fundamental que eles estudem os princípios da antroposofia e o desenvolvimento do ser humano. Eles também são responsáveis pela construção e manutenção da escola.

Os pedagogos contratados pela escola precisam ter uma especialização na metodologia Waldorf. Para tornar a ideia possível o grupo já garantiu o apoio da Unifebe e do curso de Pedagogia.
Antes de ser uma escola ensino fundamental e médio a instituição tem que nascer como jardim de infância. Em Brusque, o objetivo é que o local acolha crianças de até seis anos de idade.  Isso significa que até essa fase os alunos não serão alfabetizados – o contato com as letras e números só acontecerão no ensino fundamental.

“Até os sete anos de idade a criança tem que ser criança. Ela precisa desenvolver o físico para depois desenvolver o intelecto”, afirma Schirlei.
O ensino Waldolf é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), ou seja, a criança pode ser matriculada em uma instituição de ensino caso deixe a escola da antroposofia.

Fora das quatro paredes
Vanderlei Oliota é pai de Miguel, de seis meses de idade. Ele faz parte do grupo que objetiva a escola Waldolf em Brusque e se preocupa em deixar o filho em uma creche em que ele não se sinta acolhido.

“Infelizmente, acontece que creches acabam se tornando um depósito de crianças. Quero que meu filho se sinta acolhido e bem no local que ele passa boa parte do dia”.

Além disso, o ensino alternativo defende a aproximação da criança com a natureza. Por isso, as atividades do jardim de infância compreendem em brincadeiras ao ar livre. “O objetivo é que a o jardim de infância seja praticamente um quintal da vovó, onde a criança vai poder se sujar, ter liberdade e aprender com essa experiência”, conta Schirlei.

Infância com menos televisão
Uma preocupação em comum entre os pais que almejam a escola Waldof é o quanto a mídia eletrônica interfere negativamente no desenvolvimento da imaginação da criança. Por isso, um dos desafios é manter a criança em frente à televisão o menor tempo possível.

Schirlei já aplica diversos tópicos da metodologia Waldorf em casa. Um deles é tentar fazer com que o filho se interesse cada vez menos pela TV. Ela confessa que não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível.

“Já tentei tirar 100% da televisão do meu filho e não consegui. Mas dou o meu melhor e vejo que o dia em que ele assiste TV ele fica mais agitado. E os dias em que ele passa brincando ele é, de fato, uma criança. Sem contar que a imaginação está se desenvolvendo melhor”, conta.

Jardim de infância deve inaugurar no ano que vem
Viabilizar o jardim de infância Waldorf em Brusque tem sido prioridade para o grupo de pais. Um passo importante é ter um terreno para construir a instituição e, para isso, os pais afirmam ser necessário disseminar a ideia.
O plano é que o jardim de infância inaugure no segundo semestre de 2018, para abrigar crianças de 2 a 6 anos. Inicialmente, a instituição deve atender cerca de 10 alunos.

Para saber mais sobre a iniciativa Waldorf de Brusque, basta acessar a página no Facebook ou contatar Schirlei pelo número (47) 9 9991-0614.

Palestra vai discorrer sobre antroposofia no desenvolvimento da criança
Após imergir no conteúdo da antroposofia o grupo de pais entendeu ser importante compartilhar. Por isso, a Iniciativa Waldorf de Brusque promoverá a palestra “a criança à luz da antroposofia”, ministrada pelo médico Juarez Furtado, que tem especialização em pediatria, homeopatia, medicina antroposófica e medicina integrativa.

 O evento acontece nesta sexta-feira (7) a partir das 18h30, no bloco E da Unifebe. As vagas são limitadas e devem ser garantidas confirmando presença no evento criado no Facebook aqui.  O convite custa R$ 25, mas Schirlei destaca que a colaboração é espontânea, para cobrir os custos com a palestra.

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