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EDUCAÇÃO

De crianças autistas a jovens de 74 anos, conheça a professora Katia Gastaldi

Neste dia dos professores o Portal da Cidade Brusque entrevistou uma genuína educadora brusquense para homenagear a todos os professores.

Publicado em 15/10/2018 às 01:54

Nesta segunda-feira (15) o dia é inteiramente dedicado aos professores que entregam toda uma vida de trabalho e amor a ensinar. Nas palavras do poeta João Doederlein, professor  “é guia. É às vezes conselheiro e amigo. É quem incentiva a gente a pensar antes de falar”. 

Diversas pesquisas apontam que professor é uma das profissões mais desvalorizadas, segundo a Agência Brasil, apenas 3,3% dos estudantes querem ser professores. 82% dos docentes brasileiros já sofreram algum tipo de agressão em sala de aula, a média é de uma agressão a cada três dias.

Em contra partida a estas estatísticas encontramos professores amorosos que não encaram a educação apenas como uma profissão mas sim, como uma missão de vida, é o caso de Katia Gastaldi, de 39 anos, que leciona para estudantes do ensino médio, do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e crianças autistas.

Gastaldi começou a lecionar há seis anos em um curso técnico onde ensinava sobre rotinas administrativas, com este início ela se apaixonou pela profissão e se formou em Letras e Suas Respectivas Literaturas, fez pós graduação em Educação de Jovens e Adultos e também se especializou em estudantes autistas.

Seu primeiro aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi o Lucas, que na época tinha 17 anos e cursava o 2° ano do Ensino Médio na escola Ivo Silveira, “ele foi a luz da minha vida profissional porque foi por ele que eu comecei a ter esse grande amor pela educação especial”, conta a Gastaldi. De lá pra cá, a paixão pela sala de aula só aumentou.

“O grau [de autismo] dele é grave e eu descobri que era por meio da arte é que ele conseguia demonstrar seu conhecimento, especialmente dentro da comunicação. Então eu comecei a trabalhar isso e descobri um grande artista, eu costumava chamar ele de meu Vicent Van Gogh, porque ele desenhava muito bem”, conta a professora.


Amor por lecionar

Kátia Gastaldi é um exemplo de profissional que escolheu o amor pela educação, “sou apaixonada pela minha profissão, eu sou uma daquelas professoras que quando trabalho não é um peso. Segunda-feira não é um dia chato pelo contrário, é um dia legal por reencontrar os meus alunos. Eu não sou rica, sou professora, mas me considero uma profissional vitoriosa por ver o sucesso dos meus alunos em alcançarem seus sonhos”, conta.

Hoje, Gastaldi trabalha em quatro instituições diferentes pela manhã, a tarde e à noite, além disso usa seus fins de semana para preparar aulas, corrigir provas, trabalhos e projetos, uma realidade de muitos educadores brasileiros. A professora ensina desde crianças a jovens adultos. Katia já chegou a dar aulas para possoas acima dos 70 anos.

“Eu trabalho muito e também trago todo material final para casa, mas sempre quando entro na sala de aula eu ofereço um sorriso. Não importa se é a primeira aula do dia ou a última da noite, o meu sorriso é o mesmo porque meus alunos não podem ser prejudicados, eles precisam de mim e eu estou ali para ajudar. É isso que me faz trabalhar tanto e é isso que me faz buscar ser uma professora melhor o tempo todo”, finaliza. 


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