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Educação

Ensino a distância para Educação Básica já foi promulgado no Brasil

De acordo com a Doutora em Educação, Dinamara Machado, este é um caminho sem volta

Publicado em 28/06/2019 às 04:38

(Foto: Divulgação)

Na tarde de ontem, 26 de junho, o Núcleo das Instituições Educacionais da Associação Empresarial de Brusque (ACIBr), promoveu a palestra “EAD – Quebrando paradigmas na educação”, ministrada pela Doutora em Educação, que atua no Centro Universitário Internacional Uninter, em Curitiba, professora Dinamara Machado. Cerca de 30 pessoas participaram do evento em uma das salas de treinamento do Centro Empresarial. Durante o encontro foi possível acompanhar a trajetória da evolução do ensino a distância no Brasil e a forma como ele está enquadrado atualmente na Base Nacional Comum Curricular (CNCC).

“Já avançamos bastante em termos de Ensino Superior e especializações nestes 23 anos de regulamentação do ensino a distância no Brasil e quebra de paradigma neste momento está relacionada com a adoção do ensino a distância para a educação básica, o que para o país ainda é uma novidade”, explica a Doutora em Educação, Dinamara Machado. 

Segundo ela, esta prática já é realidade em países como o Canadá, Alemanha, Estados Unidos e África. “Só na Argentina isso já acontece há mais de 40 anos. Ou seja, é algo que o mundo inteiro já pratica e que não vai roubar o lugar do professor na educação presencial. Ao contrário, vai exigir dele mais atividades. No país, o projeto que foi promulgado só atinge a última fase da educação básica, que é o Ensino Médio”, explica Dinamara. 

De acordo com a Dra. em Educação, 13 estados brasileiros já apresentaram suas propostas que são de constituição pública, ou seja, perpassam o Plano Nacional de Educação. A novidade já entra em operação no próximo ano em São Paulo, no Espírito Santo e na Paraíba. Em Santa Catarina já se iniciou uma busca pública para iniciar a proposta e a expectativa é que esta transição encerre até 2024.

“A principal vantagem é a adaptação da escola a este novo jovem que vive na internet e sabe lidar com as mídias sociais. Em contrapartida, as instituições terão que criar materiais adaptados e em consonância com este novo momento. O ensino presencial continuará existindo, mas, no futuro, não falaremos mais em modalidade. Tudo será apenas educação, com momentos aonde o jovem vai para a escola e com momentos aonde ele estuda sozinho. É um formato híbrido”, comenta.

Pelas discussões que tem acompanhado, Dinamara acredita que a aceitação do ensino a distância na Educação Básica passará pelo mesmo processo de aceitação que a modalidade vivenciou no ingresso ao Ensino Superior. Na sua avaliação, a grande vilã desta transição, assim como foi no passado, são instituições aventureiras, que não entregam qualidade e comprometem o avanço do setor. “No começo será tumultuado, mas as coisas irão se acertar”, aposta.

Avaliação 

Para o coordenador do Núcleo de Instituições Educacionais da ACIBr, Otto Hermann Grimm, o assunto abordado na palestra deve ser discutido com profundidade. “Somos defensores da formação básica e do direito que as crianças têm de vivenciar diferentes disciplinas. Mas as novas tecnologias existem e precisamos ficar atentos, ouvir, descobrir o que é. Embora isso ainda seja diferente do fazer”, pontua.

Para discutir o tema, o Núcleo de Instituições Educacionais encontrou na Uninter uma grande parceira para o esclarecimento necessário, já que a entidade tem esta expertise nos cursos de graduação e especialização. “A proposta é que a educação a distância seja um componente curricular na educação básica e não algo considerado extra ou optativo. E a dúvida é até que ponto será uma formação viável para concursos de Enem ou o próprio vestibular. Entendo que é algo que precisa ser bem pensado e avaliado”, enfatiza.

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