A Escola Estadual Yvone Olinger Appel, de Brusque, e a Escola de Educação Básica Professor João Boss, de Guabiruba, serão pioneiras na região com a aplicação da nova metodologia para o ensino médio prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional aprovada em 2017.
As duas escolas de educação básica iniciam com o ‘Novo Ensino Médio’, a partir de 2020. Para isso, a coordenadoria regional de educação em Brusque está realizando a formação de professores com cerca de 60 educadores (as) que lecionarão nas escolas conforme à matriz curricular que está em processo de construção.
De acordo com informações repassadas pela coordenadoria regional em Brusque, as duas escolas atuarão em caráter experimental (projeto piloto) e até 2022, o novo ensino médio será estendido à todas as escolas brasileiras. “O objetivo deste novo modelo é preparar o aluno para um projeto de vida em que ele será o protagonista das suas ações”, explica o coordenador regional em Brusque, João Eugênio Rovaris.
Com o novo ensino médio, os alunos terão aumento de 5 horas na carga horária semanal e uma reorganização curricular flexível. Segundo informações do Ministério da Educação (MEC), os alunos poderão escolher, de acordo com o conteúdo ofertado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as áreas de conhecimento que pretenderão seguir, além da formação técnica.
A mudança tem como objetivo garantir a qualidade do ensino e aproximar as escolas à realidade dos estudantes, considerando as novas demandas e complexidades do mundo.
Na prática
Para atuar com a nova metodologia, os professores (as) precisam se reorganizar. Nas duas escolas, eles começaram a preparação dos professores com encontros semanais que acontecerão até o final do semestre. As reuniões ocorrem toda quarta-feira. O objetivo é estudar o novo plano de ensino e elaborar os conteúdos por meio de itinerários formativos que serão ofertados para escolha dos alunos.
Perfil do estudante
Para ofertar os itinerários, as escolas desenvolveram pesquisas que revelam o perfil dos estudantes. Foram ouvidos, também, professores e a família.
Na escola de Guabiruba, entre os 455 alunos destacaram-se a preferência pela formação técnica com base em eixos como empreendedorismo e assuntos pertinentes à indústria criativa, como desenvolvimento de games e outras áreas da tecnologia, por exemplo. A segunda área de maior interesse foi a de humanas, sociais e linguagens.
O mesmo foi observado no colégio de Brusque. Entre os 364 alunos, o destaque ficou com as áreas técnicas e profissionalizantes, seguida pela área de criação e humanas.
O que pensam os educadores
A diretora Rosinei da escola João Boss avalia como positiva as mudanças propostas para o ensino médio. Para ela, o novo modelo está estruturado em preparar os cidadãos para o mundo e para a vida. “A maioria dos adolescentes não estão preocupados com o dia de amanhã. Eles vivem o hoje e nós precisamos preparar esse jovem para a vida, para planejar o futuro”, diz.
Já a diretora da escola Yvone Olynger de Brusque, Michele Voltolini, falou sobre a importância das mudanças. “O aluno poderá escolher o que ele quer para o futuro. A mudança, ao meu ver é positiva, mas ainda é muito cedo para fazer uma avaliação. Só saberemos colocando em prática”, disse, revelando a preocupação dos demais professores. “Por outro lado, os nossos professores demonstram certa preocupação, pois os colégios particulares preparam os alunos para o vestibular, ou seja, para ingressar em uma universidade”, pontua.
Enem Digital
Com as mudanças no Novo Ensino Médio, o Exame Nacional (Enem) também precisará passar por alterações. Desta forma, foi anunciado o ‘Enem Digital’ que será realizado pela primeira vez em 2020, também em carácter experimental.
De acordo com informações repassadas pela coordenadoria de Brusque, apenas 15 capitais brasileiras aplicarão a prova neste novo formato ligado ás diferentes áreas do conhecimento. Em Santa Catarina, as provas serão realizadas em Florianópolis com caráter opcional.
O Enem é desenvolvido pelo Instituo de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) que tem até o ano de 2026 para tornar o processo 100% digital.