O dia dos professores (as) celebrado na última terça-feira (15) trouxe à tona uma porção de emoções. Quem é que não teve uma professora ou um professor que marcou a sua história, não é verdade?
Nesta terça, uma publicação feita nas redes sociais chamou a atenção. O brusquense, Waldir Da Silva Neto, usou o seu perfil para homenagear aos professores e em especial, uma professora que fez parte da sua infância.
No post, ele relata que no ano de 1996, quando era aluno da 3ª série do ensino fundamental no colégio Cônsul Carlos Renaux, sofreu um acidente no trânsito e teve que ficar por três meses em repouso e longe das atividades escolares.
A distância da sala de aula poderia fazer com que o menino perdesse a ano escolar, em virtude do conteúdo que seria perdido. Na época, a professora de Waldir era Renati de Marchi de Silva, que leciona na mesma escola até os dias de hoje. “Todos os dias após o expediente, a profe Renati vinha a minha residência dar aula e fazer as provas [...] Jamais me esquecerei dessa atitude”, relata Waldir no texto publicado nas redes sociais.
À redação do Portal da Cidade Brusque, Renati relata com carinho as lembranças que guarda na memória do ex-aluno. “O Valdir era um menino muito tranquilo e educado. Foi muito bom ser professora dele”, diz.
Renati conta que não é adepta ao uso da rede social facebook, mas ficou sabendo através do marido Evandro e de outras colegas de profissão. Ela diz que quando viu ficou emocionada, atitude que se confirmou ainda mais quando, ao meio dia, o telefone tocou. “Ao meio dia e meia ele me ligou e perguntou se eu sabia quem estava falando. Eu não esperava que depois de tantos anos ele fosse relembrar, por que tem coisas que a gente acaba esquecendo”.
A história do Waldir é relata também pela professora. “Quando aconteceu o acidente eu sugeri à família dele que eu fosse até lá levar as matérias e exercícios todos os dias. Quando tinha prova, ele também estudava e eu ia até a casa dele aplicar”, relembra.
A ideia surgiu pois a casa de Valdir ficava no caminho entre a escola e a casa da professora. “Ele morava no caminho da minha casa e como na nossa profissão nós lidamos com o lado humano das pessoas, a gente consegue enxergar o outro lado. Ainda mais sendo uma criança pois isso é muito especial”, pontua.
Em família
Além de Valdir, centenas, se não milhares de outras crianças passaram pelos caminhos da professora Renati que em 2020 completa 30 anos de profissão. Neste período, entre tantos alunos e alunas, ela teve a oportunidade de lecionar para um que é mais que especial: o seu filho, Luiz Antonio. Isso aconteceu no ano de 2012. “Foi uma experiência linda. Além de mãe poder ser professora dele foi maravilhoso”, relata.
A filha mais nova de Renati é a pequena Irene de 8 anos que frequenta a mesma escola. “É uma alegria trabalhar e ter os meus filhos estudando na mesma escola e é tão bom ver a satisfação deles pelo fato de a mãe ser professora”, diz.
Segundo Renati, ao longo de tantos anos de magistério a base familiar sempre foi o seu principal pilar. “O meu marido Evandro sempre esteve comigo em todo este tempo acompanhando e sendo o meu esteio. É a pessoa com quem eu sempre estou e quem sempre tenho para desabafar”.
30 anos dedicados à profissão
Filha de Lauro de Marchi e Elsa Bodenmuller de Marchi, a história de Renati começa em 1988 quando começou os estudos no magistério. Nesta época Renati já cobria férias e fazia outras substituições no caso da ausência de uma ou outra professora.
Na década de 90, com apenas 18 anos, passou a integrar a equipe do Colégio Consul Carlos Renaux, onde atua até hoje. “A minha profissão é gratificante. Eu já sou aposentada e continuo lecionando porque gosto do que faço: lecionar e aprender. Nenhum dia é igual. As crianças encantam. Enquanto eu conseguir fazer brilhar os olhos deles, eu vou continuar dando aula. Peço a Deus uma mente saudável para eu continuar”, diz.
Para Renati, o desejo de formar bons profissionais, mas sobretudo bons cidadãos é o que dá motivação ao exercício da profissão. Segundo a professora, estar na sala de aula é estar em seu chão. “Eu amo estar com eles. Tive que acompanhar as mudanças que ocorreram na sociedade ao longo deste tempo. Tudo com muita paciência e dedicação. A profissão do professor é a profissão que forma e exige muita responsabilidade e eu fico muito feliz por poder cumprir isso e despertar em alguns alunos o desejo de lecionar, também”, finaliza.