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EDUCAÇÃO

Marcos Deichmann quer criar projeto semelhante ao Escola Sem Partido, em Brusque

Em sessão da Câmara de Vereadores parlamentar criticou questões do Enem que traziam pautas sobre racismo, machismo, homofobia e comunidade LGBT.

Publicado em 06/11/2018 às 22:57
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Vereador Marcos Deichmann (Patriota) (Foto: Câmara de Vereadores de Brusque/Divulgação)

Durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Brusque, na noite desta terça-feira (6), o vereador Marcos Deichmann (Patriota) criticou a primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que trazia questões de Linguagem, Ciência e Redação, no último domingo (4), sobre questões de racismo, machismo e comunidade LGBT.

Segundo Deichmann, as questões apresentadas são “opiniões pessoais de cada um” e que devem ser discutidas através de campanhas, “é uma questão de conscientização e não de avaliação, se um aluno tem uma opinião contrária sobre o tema quem é que está certo?”, questionou.

As questões do Enem que foram apontadas por Deichmann trazem como proposta a interpretação de texto e reflexões sobre desigualdades sociais, de gênero e raça. Sobre as questões a respeito de racismo Deichmann salientou que, “os movimentos anti-racista são ainda mais racistas porque dividem a população”, ele completa que o tema, “não caberia em um exame como o Enem”.

Escola sem partido

O parlamentar também discursou sobre temas específicos da cultura LGBT que foram abordados no exame, uma das questões sobre interpretação textual traziam dialetos da cultura LGBT.

“Porque colocar este tipo de questão? Isso não faz parte da grade curricular do Ensino Médio, apenas é discutido dentro da sala de aula”, afirmou.

O vereador salientou que está trabalhando na formulação de um Projeto de Lei em Brusque, semelhante ao Escola Sem Partido, para proibir professores de expressar ideologias políticas dentro da sala de aula e com isso, evitar a doutrinação dos estudantes. A intenção do parlamentar é que o projeto entre em votação ainda este ano.

Questionada sobre a intenção do parlamentar, a Secretária da Educação de Brusque, Eliani Busnardo, afirma que é preciso encontrar um equilíbrio. “Entendo que nem sempre é possível se abster de qualquer ideia política, principalmente na área de humanas. Mas não pode haver doutrinação, pregação ideológica. É preciso encontrar um equilíbrio”, salienta. 

O vereador Paulinho Sestrem (PRP) também se manifestou com críticas ao Enem durante a sessão desta terça-feira, “é uma inversão de valores, querem preparar quem? Uma vergonha”. 

A propaganda política em sala de aula já é proibida em todo o Brasil, porém o vereador Marcos Deichemann reforçou a importância de criar uma lei específica para Brusque, ele afirmou ainda que a comunidade LGBT e negra busca muitas vezes “se vitimizar” e não procurar seus direitos de maneira igualitária. 

Jair Bolsonaro também se manifestou sobre o tema

Na última segunda-feira (5), o presidente eleito Jair Bolsonaro, em entrevista a TV Band, também criticou as questões sobre a comunidade LGBT apresentadas no Enem. O presidente chamou de “doutrinação desacerbada” os temas apresentados, “é uma vexame ver o que caiu na prova do Enem”, afirmou.

Na entrevista Bolsonaro foi questionado sobre o posicionamento da deputada estadual eleita em Santa Catarina, Ana Campagnolo, (PSL), que pediu para que os estudantes gravassem ou filmassem declarações feitas por professores em sala de aula, que fossem contrárias ao presidente eleito. 

O pedido repercutiu em toda a mídia e redes sociais e o Ministério Público abriu uma investigação sobre o caso diante da preocupação dos professores com a declaração da parlamentar. 

Durante a entrevista Bolsonaro afirmou que os professores “tem que se orgulhar e não ficar preocupados” diante das gravações dos estudantes. Em Santa Catarina o uso de celular nas salas de aula das escolas públicas e privadas é proibido pela Lei Ordinária n° 14363/2008. 

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