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ATUALIZAÇÃO

Vinte educadores são transferidos de escolas para áreas da Assistência Social

Educadores sociais atuavam na inclusão de estudantes com deficiências e agora passam a atender áreas da Assistência Social. Pais se preocupam com mudança

Publicado em 21/01/2019 às 03:09
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Quase 20 educadores sociais que atuavam na inclusão de estudantes com deficiências, em escolas públicas de Brusque, foram remanejados para trabalhar em diversas áreas da Assistência Social e Habitação.

Segundo os profissionais, eles foram transferidos nesta segunda-feira (21), sem aviso prévio, e devem começar a trabalhar nas diversas áreas da Assistência Social já nesta terça-feira (22). 

Já segundo a Secretária de Educação, Eliani Busnardo, o aviso foi dado previamente no fim de 2018 e hoje os profissionais chegaram a reunião cientes de que seriam remanejados.

A Prefeitura Municipal de Brusque salientou que estes profissionais são de origem da secretaria de Assistência Social e Habitação e estavam prestando serviços para a Secretaria de Educação, porém a Educação já tem profissionais que realizam estes serviços e não há mais necessidade dos educadores sociais.

O educador Kelvin Severo, que trabalha há quatro anos na Escola Padre Theodoro Becker, no bairro Bateas, questiona a falta de aviso para os profissionais e estudantes. "Trabalho há quatro anos com os mesmos alunos, desenvolvo com eles diversos projetos ligados a inclusão na educação e hoje pela manhã fomos pegos completamente de surpresa, sem nenhum aviso" afirma

A professora de educação especial do educandário, Luciane Woginski, afirma que a mudança repentina atrapalha não apenas a escola como o trabalho desenvolvido pelo educador. "Ele [Kelvin] fez concurso para a Assistência Social, locaram ele na escola e agora simplesmente retiraram o educador da escola e colocaram em outro local sem o consentimento dele, visto que, há anos ele se capacita para trabalhar com as crianças especiais", afirma a coordenadora.

Quanto a isso a prefeitura ressaltou que o profissional pertence a Secretaria de Assistência Social e por mais que ele atuasse na Educação não significa que ele não poderia ser chamado para sua pasta de origem.

Na Escola Padre Theodoro Becker, Severo desenvolvia atividades com crianças autistas ou com diferentes deficiências intelectuais entre outras. O educador salienta que já na tarde desta segunda-feira (21) os profissionais devem se dirigir a Secretaria de Assistência Social para a distribuição das áreas de atuação. "A tristeza em deixar esses alunos é grande, estamos juntos desde o terceiro ano e estávamos a caminho do sétimo", afirma o educador. 

A mudança preocupa também os pais dos alunos, que ficam sem saber como seus filhos serão auxiliados em sala de aula. "Pra mim está notícia é muito triste, tanto para o Douglas, que é meu filho e necessita de um apoio em sala de aula, quanto para outras crianças que precisam desse auxílio", afirma Evilim Karin Nunes Rosin, mãe de um dos alunos da escola Padre Theodoro Becker.

Evilim salienta que o educador Kelvin Severo, "desenvolveu muito bem o trabalho dele, fez mais ainda do que era sua responsabilidade e o Douglas, graças ao trabalho do educador e da professora Luciane [Woginski], que são os maiores apoiadores dele na escola, evoluiu e chegou onde ele está agora. Ele tem 12 anos, está na sétimo ano e mesmo com todas as dificuldades tem se desenvolvido bem".

Evilim completa dizendo que, "o trabalho do professor Kelvin pra mim é indispensável, porque assim como fez bem pro meu filho fez bem para outras crianças também e faria muito mais se ele continuasse na escola, pra mim é uma perda muito grande", afirma.

A mãe do estudante ressalta ainda que não concorda com a troca dos educadores por auxiliares, porque para crianças como o seu filho, que têm deficiência intelectual, "é importante o trabalho de professores como o Kelvin".

Evilim se preocupa com a evolução do filho na escola com a ausência do professor que a quatro anos trabalha ações de inclusão com os estudantes.

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