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Donos de quadras de Society sofrem impactos da pandemia e esperam por reabertura

Impossibilitados de reabrir as portas por decreto estadual, eles lutam para poder voltar a trabalhar e reduzir os prejuízos causados pelo novo coronavírus

Publicado em 22/06/2020 às 23:06
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(Foto: Camisa 7/Redes Sociais)

Um dos ramos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus é o de campos de futebol Society. Impossibilitados de abrir as portas desde a metade de março, os donos desses locais vêm sofrendo os impactos dessa decisão.

Um exemplo é o Camisa 7, que possui duas unidades em Brusque, uma no São Pedro e outra no Águas Claras. Fechado desde 17 de março, o estabelecimento está tentando reduzir ao máximo os prejuízos causados pelo fechamento, como explica o proprietário João Paulo Maurici. “É uma situação muito complicada pela falta de informação e consequentemente de uma perspectiva para o retorno, dentro desses 100 dias de paralisação da nossa atividade tivemos algumas possíveis datas de reabertura, mas nenhuma delas se concretizou, e agora não há nem ao menos uma nova data sendo vislumbrada”, reclama.

Uma saída encontrada foi reabrir o bar, em menos dias da semana. “O movimento estava em parte condicionado ao consumo daqueles que vinham até o espaço para jogar futebol, o que causa uma natural queda de faturamento”, afirma Maurici.

Para o proprietário do Camisa 7, é necessário fazer uma leitura mais regionalizada da questão dos contágios, citando também outras atividades em Brusque que já estão operando normalmente. “Já percebemos uma flexibilização bem extensa de todas as atividades. Academias de todos os tipos estão funcionando, restaurantes, lojas, agora inclusive o transporte. E não se engane, tem muita gente jogando bola também, mas sem regulamentação e sem fiscalização”, denuncia. Ele defende a criação de um protocolo para o retorno seguro das atividades. “As medidas de segurança teriam que nos serem passadas pelas autoridades competentes e a fiscalização muito ativa para que tudo seja cumprido, sugere Maurici que diz ainda que as autoridades imaginam os campos societys como o futebol profissional, em estádios e não de forma recreativa, como é oferecido pelos campos.

Outro estabelecimento fechado é o HKR Soccer, no Cedro Alto. O dono do local, Guilherme Kempt diz que por questões financeiras, nem o bar é viável de ser aberto na situação atual. “A situação não está fácil, vendo praticamente todos os outros comércios funcionando, com suas devidas restrições, mas seguindo a vida. Estamos completamente fechados”, afirma.

Kempt revela que os proprietários de campos já tiveram reuniões com autoridades como prefeito, vice-prefeito, Secretário de Saúde da cidade, além da Polícia Militar. “Não devemos ser proibidos de exercer nossa profissão. Juntamente com o Secretário de Saúde de Brusque montamos um plano de retomada, que por enquanto não teve nenhum resultado. Estamos ansiosos aguardando uma posição concreta do estado”, se queixa.

O dono do HKR Soccer diz que o local se compromete a cumprir todas as regras estabelecidas e se adequar da melhor maneira possível para o retorno das atividades com segurança. “Dentro deste plano de retomada estão vários procedimentos que mostra o quanto estamos preocupados com a saúde de todos. O futebol não é o culpado disso tudo. O futebol não pode pagar esse preço por isso tudo. Somos responsáveis e estamos sofrendo imensamente com essa parada”.

Sergio Lang Junior, responsável pelo campo Society da Sociedade Beneficiente Ipiranga, no Souza Cruz, afirma que tudo que todos querem nesse momento é voltar a trabalhar. Ele diz que o campo e o bar estão fechados desde 18 de março, o que leva o estabelecimento a um déficit muito grande, já que não há faturamento e as despesas como aluguel, funcionários, energia elétrica e internet deixam as contas cada vez mais no vermelho. Alimentos e bebidas também estão passando do prazo de validade, agravando a situação. Ele engrossa o coro dos colegas de profissão e cita outras profissões que já retornaram normalmente. “Nós ficamos para trás, parece que somos os vilões, apesar de nós nunca estarmos trabalhando durante a pandemia. Ninguém pode dizer que o futebol foi um disseminador de covid, até porque estivemos fechados”, sustenta.

Lang conta que um grupo no WhatsApp com mais de 20 proprietários de quadras de futebol Society foi criado para tentar resolver a situação. Ele estima que há mais 30 na cidade, embora ainda não tenha conseguido fazer contato. Lang diz que não somente os donos de campos de futebol Society estão sendo prejudicados, mas também donos de quadras de futsal, futebol de areia e outros esportes.

Ele revela que não abre o bar do local pois o movimento é totalmente dependente das quadras. “Geralmente, as nossas lanchonetes são frequentadas por quem está ali jogando. Após o futebol, toma-se algo para hidratar, uma água, bate um papo e já se vai para casa. Hoje é mais viável deixar o bar fechado que aberto com despesas”, aponta.

Sobre as reuniões com as autoridades, Lang diz que foram proveitosas e que contam com o apoio de todos os órgãos envolvidos. O problema, porém, vem de cima, já que o decreto que proíbe essas atividades é estadual. “Temos totais condições de voltar, inclusive nosso ambiente seria muito mais seguro que muitos por aí. Nós fizemos uma comissão e elaboramos um plano de retomada bem completo com a maior segurança possível para todos”. Entre essas medidas de segurança estariam por exemplo, a medição de temperatura das pessoas que frequentam o local, a higienização de toda a quadra, disponibilização de álcool em gel e fechamento de vestiários.

O plano de retomada também prevê um relatório com a situação sintomática de todos as pessoas que desejarem jogar. Qualquer sintoma como febre, coriza ou tosse deve ser informado e imediatamente a pessoa deve retornar para sua residência.


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