Hoje as bandas silenciaram. Não teve palanque, não teve fanfarras ou crianças fantasiadas com algum tema escolar… Apenas uma Cônsul Carlos Renaux com ares de fim de ano. Vazia e, até mesmo, um pouco melancólica. Não fosse o frio tradicional denunciando que estamos no inverno, até arriscaria dizer que se tratava de um daqueles dias de dezembro, onde o brusquense migra em peso para o litoral.
Poxa. Logo agora? Logo em 2020? Quis o destino, ingrato ou pregador de peças, que o inimigo microscópico viesse nos confrontar justo quando comemoraríamos os 160 anos de instalação da Colônia Itajahy, “transmutada na Brusque de todos nós”, parafraseando o mais famoso historiador do município, Paulinho Kons.
Pra não dar uma vitória completa ao "covidão", em um ato de resistência, lideranças da cidade se reuniram em regozijo na Praça dos Três Poderes para entoar hinos e hastear bandeiras. Afinal de contas, não nos daríamos por vencidos tão facilmente. Teimoso é quem teima com o brusquense.
E por falar em brusquense... Bom… O brusquense come dificuldades no café da manhã, “chimiado” com uma boa geleia e um saboroso café com cuca! Acostumado a superar tragédias, sobretudo aquelas naturais, o povo forte e resiliente deste município pode até estar um pouco pra baixo neste momento, mas logo, logo, arranjará uma maneira criativa e até rentável de passar por essa anormalidade que nos assola diariamente.
Forjado nas águas que vez ou outra insistem em sair das calhas do Itajaí Mirim, o morador da cidade da Fenarreco, das esculturas, da loja da Estátua da Liberdade, do “parque do avião”, do Vale de Azambuja, aprendeu, na marra, a ser resiliente, forte e empreendedor!
Fique sabendo, “seu corona”, que este ano ficaremos quietinhos sim. Aproveite esse 4 de agosto, pois será seu último. Continuaremos no nosso cantinho. Sem aglomero. Na boa… Mas o seu tempo está contado, tá ok? Daqui a pouco, quando menos esperarmos, você será mais uma página na sofrida, porém, bem-sucedida história brusquense!
Brusque, eu te amo, e não é pouco.