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Economista explica porque renda fixa não morreu, mesmo com nova baixa do Selic

Wagner Dantas conta que nem só de poupança vivem os investidores de renda fixa; saiba mais

Publicado em 07/05/2020 às 04:22
Atualizado em

(Foto: divulgação)

Nesta quarta-feira (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou mais uma vez o quociente do Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia). Com isso, a taxa básica de juros no Brasil sofreu um novo decréscimo, passando de 3,75% para 3% ao ano. É o menor patamar histórico desde 1999. 

Em comunicado ao público, o BC ressaltou que a decisão foi unânime e que novos reajustes para baixo ainda podem ser esperados já para a próxima reunião do comitê. A intenção é fomentar o mercado para que este se recupere dos efeitos financeiros do novo coronavírus.

Com a diminuição das remunerações de alguns tipos de aplicações, é natural que as pessoas se perguntem: a renda fixa morreu? Devo procurar uma gama mais arrojada de investimentos?

Calma! De acordo com o economista e professor universitário de Brusque, Wagner Dantas, ainda é possível fazer dinheiro com operações conservadoras. Com exceção da famigerada poupança, cujo detentores de cadernetas podem já se considerar em prejuízo patrimonial. Isto se dá pelo fato de que a inflação encontra-se, atualmente, na casa dos 3,30%, enquanto a taxa Selic está em 3%.

“Ela [a poupança] é um instrumento muito clássico no mercado de renda fixa, acompanha as reduções da taxa básica de juros e sempre rende 80% do Selic”, explica. “Mas a renda fixa em si é um conjunto de operações e títulos que não se resumem somente à poupança. Se você é conservador e não gosta de investimentos arriscados, ainda existem excelentes outros produtos no mercado, sobretudo para quem quer fazer reserva”.

Uma das opções mais queridinhas dos investidores que não gostam de ficar acompanhando diariamente os sobes e desces do mercado financeiro são os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs).

Neles, os bancos, cooperativas, dentre outros, lançam títulos privados como forma de captação de recursos. Seus prazos e condições variam de acordo com as regras de cada instituição. “Você pode inclusive ir em seu banco para conseguir uma taxa melhor do que a poupança”, enfatiza Dantas.

As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), também emitidas pelos bancos, representam outra opção segura de aplicação. Tais cartas são emitidas por instituições financeiras com o objetivo de financiar determinados setores da economia.

“As próprias cooperativas possuem os Recibos de Depósitos Bancários (RDBs), que são como se fossem os títulos dos bancos, sem contar as corretoras, que possuem várias alternativas para tirarmos o nosso dinheiro da poupança”, salienta.

O Governo Federal também oferece opções de aplicações conservadoras para os cidadãos. São os chamados títulos públicos do Tesouro Nacional, utilizados para subsidiar a expansão da capacidade de endividamento do país.

“O Tesouro Direto tem várias opções para investimento. Ele é, sem sombra de dúvidas, um dos investimentos mais seguros existentes. Para acessá-lo, você precisa escolher uma corretora que tenha acesso ao tesouro direto. Os vencimentos são mais longos, e alguns podem chegar aos 7% de rendimento. Ou seja, praticamente o dobro da poupança (...) basta pesquisarmos para encontrarmos a opção que mais nos agradará”, finaliza.

Siga o perfil do economista Wagner Dantas no Instagram: wagner_dantas.


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