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SAÚDE

Janeiro Branco: Cuidado com a saúde mental ainda é tabu entre brusquenses

Psicólogos explicam a importância da campanha que promove o cuidado com a saúde mental e hábitos que podem ajudar a manter a mente e emoções mais saudáveis

Publicado em 10/01/2019 às 02:54
Atualizado em

(Foto: Reprodução)

Nos últimos anos os brasileiros têm dormido e acordado sob bombardeios de informações através das redes sociais. Durante o dia são tantas pressões e cobranças as quais somos impostos que não comparar nossa vida com a da blogueira fitness do Instagram fica praticamente impossível. Por estes e outros motivos que os profissionais da saúde mental como psicólogos e psiquiatras criaram a campanha Janeiro Branco.

A ação busca chamar a atenção para o cuidado com a saúde mental a fim de trazer mais bem estar e qualidade de vida para as pessoas. O psicólogo Jones Dias explica que porque Janeiro foi o mês escolhido e a relevância da campanha.

“A escolha pela data é justamente por ser um período de renovação e elaboração de metas, visto que é o primeiro mês do ano. Hoje, muitas pessoas acabam não dando a devida a atenção para a saúde mental. Por isso a relevância da campanha. Cuida-se muito da saúde física e pouco das emoções”, explica Dias.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é um estado de bem-estar em que o indivíduo reconhece suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera e é capaz de contribuir para a sua comunidade. Ou seja, é necessário estar bem física e psicologicamente para estar saudável.

Jones Dias afirma que alguns estudos mostram que uma a cada três pessoas terá algum sofrimento psíquico no decorrer da vida. Nesse sentido, a busca por psicoterapia vem crescendo. “Progressivamente percebo que estamos conseguindo quebrar o preconceito instalado na população em relação aos profissionais de saúde mental”, afirma o psicólogo. Muitas pessoas ainda acreditam que a ajuda psicológica está reservada a pessoas com problemas mentais, mas a terapia pode ajudar no autoconhecimento e soluções de problemas e questões pessoais.

O que prejudica a saúde mental hoje?

Questionado sobre as principais causas do sofrimento psíquico Dias explica que, “cada sujeito é único e possui sua subjetividade. O que causa sofrimento num indivíduo, pode não causar em outro. Depende de alguns fatores tais como histórico de vida, suas crenças, sua resiliência, entre outros”. Porém ele aponta alguns hábitos que podem causar sofrimento e problemas emocionais, como por exemplo:

Comparação

 A comparação prejudica a autoestima. Dias aconselha, “não se compare as pessoas, se inspire nelas. Cada um tem sua peculiaridade e qualidade”.

Esperar a aprovação dos outros

O psicólogo salienta sobre a importância das pessoas focarem no que agrada a elas. “Faça algo bem feito por você e não pelos outros. Reconheça seu esforço e se orgulhe por isso. 

Criar expectativas em relação ao outro 

Muitas pessoas acabam elevando suas expectativas em relação a outra pessoa. “Não crie expectativa, defina resultados e objetivos. Resultados depende de você e não do outro. Faça sem esperar algo em troca”, afirma Dias.

Sempre pensar que não se é capaz

Esse pensamento pode desencadear uma crença de inutilidade e você pode acabar acreditando nisso. Você se sentirá inútil. “Modifique seu pensamento. Nós somos o que nós pensamos”, afirma. 

O psicólogo salienta ainda sobre a importância do cuidado com o corpo, “além desses hábitos, um estilo de vida não saudável como má alimentação, falta de exercícios físicos e atividades estressantes durante o dia podem prejudicar sua saúde mental”.

Opções alternativas

Em Brusque há alguns grupos focados em temas específicos que tratam da saúde mental, um deles é comandado pela psicóloga Maria Verônica Zink, que é focado no comportamento alimentar. “O grupo tem o objetivo de auxiliar as pessoas que desejam emagrecer de forma saudável. As pessoas buscam não apenas emagrecer mas também parar de comer alimentos não saudáveis em excesso e praticar exercícios físicos, enfim cuidar realmente da saúde”, explica a psicóloga.

Zink salienta que se afastar de relacionamentos abusivos que envolvem afetividade ou amizade e de ambientes tóxicos como um emprego que não traz satisfação, também colabora para um melhor cuidado da saúde mental.

A psicóloga afirma ainda sobre o tabu que muitas pessoas têm de procurar ajuda psicológica, porém Zink explica que procurar este cuidado mental é tão importante quanto cuidar de problemas físicos. “Quando alguém diz que quebrou um braço ou está com o colesterol alterado as pessoas indicam um médico e não apenas dizem que é falta de força de vontade, fé ou motivação. O mesmo é com problemas como ansiedade, depressão entre outros, é necessário ajuda especializada até mesmo em situações pontuais que incomodem o indivíduo”, salienta.

A rede pública através do CAPS oferece tratamentos psicológicos e psiquiátricos para a população. Além disso muitos livros podem ajudar a manter a saúde mental em dia. 


 


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