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SEGURANÇA

Comandante do 18° BPM avalia com preocupação facilidade para posse de armas

Tenente-Coronel afirma estar preocupado com o aumento de crimes violentos como homicídios e lesões corporais graves em Brusque bem como furtos

Publicado em 08/01/2019 às 03:22

Comandante do 18° BPM de Brusque, Tenente Coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, explica seus motivos por não ver com bons olhos a facilidade da legalidade da posse de arma (Foto: Grazielle Guimarães/Portal da Cidade Brusque)

O Comandante do 18° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Brusque, Tenente-Coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, avalia com preocupação a facilidade da posse de arma para a comunidade diante da possibilidade dos números de homicídio e violência doméstica aumentarem consideravelmente.

A posse de armas deve ser facilitada ainda este mês através de decreto anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro. Porém as novas regras para se ter uma arma em local definido ainda não estão estabelecidas e o presidente anunciou nesta terça-feira (8) que a possibilidade de se exigir um cofre para que a arma seja guardada está sendo estudada.

O Tenente-Coronel explica que, “desde que alguns políticos começaram a falar sobre a facilitação do posse de arma eu sempre vi com maus olhos, uma iniciativa não muito inteligente. Eu diria que a restrição ao acesso da arma de fogo deve existir, não tão rígida como está agora, mas deve existir pois é sabido que quanto mais armas tiver na sociedade malandro vai ter acesso a elas, furtando de alguém que tenha a posse desta arma legal”, afirma Ferreira Filho.

O comandante salienta ainda sua preocupação com conflitos leves que podem levar a casos mais graves, como homicídios por exemplo. “Muitos conflitos que hoje resultam em lesões corporais leves ou superficiais  vão acabar resultando em mortes ou lesões corporais graves”, salienta.

Entre 2017 e 2018 o número de violência doméstica em Brusque cresceu de 213 para 315 casos, quase 100 casos a mais em um ano. O Comandante atribui a crescente dos casos a coragem da mulher de denunciar. Porém a preocupação que estas ocorrências evoluam para casos de feminicídios, atualmente ausentes na cidade, é um dos fatores para a preocupação da facilidade na legalidade da posse.

Outra questão que preocupa o Comandante é que, após a legalização do uso pessoal de arma de fogo por policiais de forma permanente em Santa Catarina, o número de furtos destas armas, apesar da qualificação dos agentes, cresceu consideravelmente. Na casa de um cidadão comum a ação de criminosos pode ser ainda mais eficiente.

“Essas armas nas residências acabam sendo mais um alvo dessas pessoas que entram nas residências para furtar, principalmente se desconfiar que ali possui uma arma de fogo. É uma preocupação maior sem sombra de dúvidas. Se os furtos ocorrem com policiais militares, que é um agente mais capacitado, preparado e até mais zeloso com este tipo de equipamento, imagina com o cidadão de uma forma geral”, afirma.

Em Brusque o número de furtos aumentou de 635 para 663, cerca de 10%. O Tenente-Coronel reafirma sua preocupação e salienta a necessidade de capacitação dos cidadãos que desejarem ter uma arma de fogo.

“vejo com preocupação, com muita cautela. Não que não deva ser facilitado a posse de arma mas é necessário ter a avaliação destas pessoas, que não seja liberado o porte e sim somente a posse”, finaliza o Comandante do 18° BPM de Brusque, Tenente-Coronel Otávio Manoel Ferreira Filho

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