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À Portal da Cidade Brusque, Jair Bolsonaro diz que cogita Peninha como integrante em possível chapa presidencial

Confira a entrevista feita com o político carioca, durante passagem por Blumenau na tarde desta sexta-feira (19)

Publicado em 19/05/2017 às 05:43

Fotos: Portal da Cidade Brusque

Ele chegou trazendo milhares a um dos pavilhões da Vila Germânica, em Blumenau. Não. Não era o primeiro barril de chope da Oktoberfest, mas, sim, o deputado federal, pré-candidato a Presidência da República  e sucesso midiático, Jair Messias Bolsonaro (PSC - RJ). Durante a tarde desta sexta-feira (19), ele proferiu mais uma de suas palestras por Santa Catarina no Eisenbahn Bierhaus, para um público estimado de três mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar.

Portal da Cidade Brusque esteve presente no evento, acompanhando todos os passos do político e militar da reserva. Junto de Bolsonaro estavam seus dois filhos, Eduardo Bolsonaro (também deputado federal, pelo PSC SP) e Carlos Bolsonaro (vereador mais votado do Rio de Janeiro pelo PSC RJ). O anfitrião, porém, foi Rogério Peninha Mendonça (PMDB SC), colega de Jair na ‘bancada da bala’ da Câmara dos Deputados.

De fala não rebuscada, simples e como sempre polêmico, sem meias palavras, o deputado respondeu várias perguntas de nossa reportagem. Há dois anos viajando pelo Brasil, o objetivo da terceira passagem por SC, de acordo com Bolsonaro, é divulgar amplamente o projeto de lei por ele ‘adotado’, porém, de autoria de Mendonça, que prevê a revogação do Estatuto do Desarmamento. “Se bem que a opinião pública já está mais que favorável à flexibilização do porte e da posse de arma de fogo. Tá faltando é os nossos colegas em Brasília. Se não conseguirmos até ano que vem, no futuro, quem sabe, com um congresso diferente, nós tenhamos mais facilidade para aprovar essa revogação que, afinal de contas, é o legítimo direito de defesa que procuramos”, cita.

“Teria que me dar uns 30 minutos pra responder isso aí”, disse ‘cariocamente’ o pré-candidato à presidência, quando perguntado sobre o seu principal plano para o Brasil, caso seja eleito no futuro. Disse, ainda, que para começar um plano bem sucedido é preciso credibilidade. Coisa que o capitão da reserva alega ter. “Vocês sabem como é minha vida pública. Começa por aí. Estou preparado ou não estou? Vejam o padrão dos que passaram por lá e compare o preparo de cada um de nós nessa mesa aqui”.

A polarização político/ideológica é sempre um dos aspectos mais polêmicos de sua fala, em todas as ocasiões em que vem a público. Em Blumenau, não foi diferente. Jair Bolsonaro prega que a esquerda dividiu todo o povo brasileiro durante 13 anos (referindo-se ao período em que Partido dos Trabalhadores esteve no poder central da República). “Homo, hetero, pela cor da pele, pela região… No tocante a isso, encontro catarinense em Roraima. Somos um povo só, o Brasil. Quem sentar na cadeira de presidente é um técnico de futebol que depende de seus políticos regionais para saber as potencialidades de cada local”, continua.

República grampeada

Bolsonaro comentou sobre a situação do momento na política brasileira: a longa conversa repleta de “ssss” e “inaudíveis”, envolvendo Joesley Batista (empresário da JBS) e Michel Temer (PMDB). Apesar de condenar a maneira como o jornalista Lauro Jardim, de O Globo, expôs a situação, supostamente deturpando certas palavras do chefe do Executivo nacional, Jair não mediu críticas ao mesmo por diversas outras partes da gravação, em que o presidente teria prevaricado e sido complacente diante de Batista admitindo interferência nas investigações da Operação Lava Jato. “Tem uma certa coisa que não foi bem assim, no caso uma possível mesada pro Eduardo Cunha, por outro lado, ele ouviu a confissão de um crime e não tomou qualquer providência. O que leva um empresário do porte de Joesley conversar certas particularidades com ele?”, questionou.

Mesmo sendo correligionário de Temer, Peninha, claramente desgostoso com seu partido, pareceu concordar em gênero, número e grau com seu colega da ‘bancada da bala’. 

Insatisfação com o PSC

Pertencente ao quadro de políticos do Partido Social Cristão (PSC), presidido pelo Pastor Everaldo Dias Pereira a nível nacional, Jair Messias Bolsonaro não esconde de ninguém a insatisfação com a legenda. Em Blumenau, ele confidenciou ter várias propostas de outras agremiações políticas. 

Segurança pública

A máxima do ‘bandido bom é bandido morto’ pregada pela direita é vista por Bolsonaro como a solução para situações de extrema violência ao qual vive, por exemplo, o estado do Rio de Janeiro, que já possui quase 60 policiais militares mortos em 2017. Fazer com que agentes de segurança pública não sejam punidos ao defender suas próprias vidas e a sociedade, para o deputado, é um dos aspectos, é um dos caminhos para a paz urbana. “Você tem que dar carta branca para policial matar. Quem acha que é o contrário, que vote nos outros. Eu não serei Papai Noel durante a campanha e Pinóquio depois da mesma, fugindo de vocês. Matar com o apoio da lei. Não temos direito a legítima defesa, temos que mudar o Código Penal (...) pelo que depender de mim e do parlamento, eu libero fuzil 762 proprietário rural. A propriedade privada é sagrada ou não é? Sua casa é sagrada ou não é? No Rio de Janeiro se rouba celular com fuzil e se acha normal”, salienta.

Dobradinha

Pré-candidato à presidência assumido, Bolsonaro não descartou ter Rogério Peninha Mendonça como um possível companheiro de chapa nas próximas eleições. Ele deixou claro, porém, o desejo de estar nas cabeças. “Nós estamos juntos, embolados, mas não muito misturado, para não desconfiarem da gente (risos). O Peninha é um amigo que algum tempo tenho em Brasília. Como ninguém governa sozinho, gostaria de contar com o apoio dele no nosso lado”.

Politicamente incorreto

Geralmente chamado de “mimimi” nas redes sociais, o politicamente correto, considerado exagerado pelo político nos tempos atuais, têm de acabar. Pelo menos na sua visão. “Estão tirando nossa alegria. Não podemos mais fazer piada de cearense cabeçudo mais, do gaúcho macho, de goiano que foi infeliz no casamento e formaram uma dupla, do baiano que gosta de correr pra trás. Você não pode brincar mais. Tudo é preconceito e racismo. Tem que acabar com isso aí, poxa! No quartel fazíamos o futebol de brancos contra negros. A porrada cantava, mas no final tomávamos nossa Coca Cola, refrigerante, batia papo e a vida continuava”, frisa.

Bolsonaro e seus companheiros de política devem retornar à SC no segundo semestre. Passagens por Brusque estão programadas, de acordo com Rogério Peninha Mendonça. Durante a palestra proferida pelo deputado, esteve presente no palanque o ex-prefeito de Brusque, Bóca Cunha (PP).

 

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