Começa a ecoar com força nos bastidores políticos do estado um suposto flerte do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), com o Democratas (DEM). A relação de carinho com a agremiação demista já não é de hoje. Colombo começou sua história no partido quando o mesmo ainda possuía o nome PFL (Partido da Frente Liberal), militando desde a sua fundação, em 1985, até 2007, e depois, de 2007 à 2011, com a nova nomenclatura.
Interessado em efetuar uma renovação no partido, a intenção seria capitalizar o seu nome em busca das eleições 2018, onde muito provavelmente será um dos postulantes ao Senado Federal.
A especulação ganha força a partir do momento em que o deputado estadual Gelson Merísio, hoje o nome forte no PSD e pré-candidato natural ao cargo de governador no próximo pleito, não possui a mesma popularidade com a população catarinense. Trocando em miúdos: Colombo não veria como favorável para a sua imagem o fato de subir ao palanque junto do candidato Merisio. Ainda mais quando pode ter pela frente candidatos bem posicionados como Esperidião Amin (PP), Décio Lima (PT), Napoleão Bernardes (PSDB), Dalírio Beber (PSDB), entre outros.
Pessoas mais próximas do governador fazem a seguinte leitura das possibilidades: se ficar no PSD, Raimundo terá de ser candidato ao Senado contra o sempre forte PMDB, ao qual tem aproximação ideológica. Assim, caso desistisse da candidatura, ele não cumpriria o acordo estabelecido de renunciar ao mandato para que o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) governasse SC durante o ano de 2018. Indo para o DEM, porém, Raimundo é candidato ao Senado, renuncia ao mandato, cumpre o acordo com o PMDB, Pinho Moreira é governador, não postulando ao Senado, fazendo com que a ala demista ganhasse o apoio dos peeemedebistas. Historicamente, ganhar o apoio do PMDB em uma eleição é sempre algo que pesa.
Além de descapitalizar a imagem de Merisio, a filiação de Colombo ao Democratas abre a porta para uma aliança com os tucanos, do forte pré-candidato ao governo do estado, Paulo Bauer (PSDB).
Deputados vão junto
João Paulo Kleinubing e João Rodrigues, nomes do diretório estadual do PSD na Câmara dos Deputados, acompanhariam Raimundo Colombo nesta possível mudança. Ao menos um deputado estadual também seguiria os mesmos passos do atual governador de Santa Catarina.
O que dizem as lideranças?
Procurado pela reportagem de Portal da Cidade Brusque, o setor de comunicação de Colombo negou qualquer articulação. "O governador Raimundo Colombo diz que nunca tratou com ninguém quaisquer articulações para deixar o PSD e fazer renascer o DEM em Santa Catarina. Garante que não falou com nenhum dirigente partidário para tratar desse assunto. Colombo reafirma que não tem nenhuma intenção de promover troca de partido e diz não ver fundamento nessas informações", comentou seu assessor de imprensa.
Paulo Gouvêa, presidente do DEM Santa Catarina, vê como improvável o fato. "Não há tratativas e acho praticamente impossível que aconteça. Se ele próprio cogitou, não sei. De nossa parte não houve cogitação alguma", disse.
Presente em Brusque durante esta quarta (25), o deputado estadual Ismael dos Santos (PSD), terceiro candidato mais votado nas últimas eleições, também considera a especulação improcedente. "Da parte do governador isso não transitou nas conversas, até mesmo nas mais íntimas. O que pode acontecer é ele não renunciar e continuar como governador, buscando espaço até como ministro no próximo Governo Federal", completou.
