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Equívoco

Movimento articula correção de erro do Congresso Nacional contra SC

Lei que atribui ao município de Santa Teresa, no ES, título de berço da imigração italiana no Brasil, está equivocada, de acordo com historiador brusquense

Publicado em 21/01/2018 às 23:16

(Foto: divulgação)

A correção do que está se relevando ser um erro histórico cometido pelo Congresso Nacional e pela Presidência da República contra Santa Catarina foi tema de encontro de 13 representantes de entidades da sociedade civil e órgãos do poder público, na tarde da última sexta-feira (19), na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc).

A indignação catarinense tem origem na lei federal 13.617/2018, sancionada pelo presidente Michel Temer e publicada no Diário Oficial da União de 12 de janeiro de 2018 que atribui, equivocadamente, ao município de Santa Teresa, no Espírito Santo, o título de "Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil", que de fato pertence a Colônia Nova Itália, no município de São João Batista/SC.

Segundo o historiador Paulo Vendelino Kons, um dos líderes do movimento e que residiu na Colônia, “fundada em 1836 no Vale do Rio Tijucas-grande, a Colônia Nova Itália, no atual município de São João Batista, é inequivocamente o Berço da Imigração Italiana no Brasil. Os 186 pioneiros imigrantes italianos, que viriam colonizar e desenvolver terras brasileiras, aportaram, em março de 1836, na baía norte da Ilha de Santa Catarina, no porto do Desterro (hoje Florianópolis), transportados pelo navio Correio. E 132 destes imigrantes fundaram a Colônia Nova Itália, a pioneira da imigração italiana no Brasil, qu ao longo de décadas recebeu também outras levas de imigrantes italianos.”

Kons explica que o “início da colonização italiana no Espírito Santo ocorreu 37 anos e 11 meses após, em 21 de fevereiro de 1874, quando o navio La Sofia chegou a porto de Vitória, com 388 camponeses do império austro-húngaro e vênetos”.

Estratégias

Os participantes do encontro definiram o Fórum Parlamentar Catarinense, que reúne todos os representantes catarinenses no Congresso Nacional, como espaço prioritário para a correção do erro histórico. Diretor-presidente da Associação dos Descendentes e Amigos do Núcleo Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil (ADANPIB), José Sardo enfatiza que “possivelmente um diálogo entre as bancadas espírito-santense e de Santa Catarina possa resultar na correção do equívoco”. Mas outras medidas serão requeridas caso “caso a verdade seja olvidada e não seja resolvida a questão”. Descendente direto dos pioneiros italianos, o agricultor e memorialista Sardo não descarta até “buscar a correção do erro no Supremo Tribunal Federal, com o auxílio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)”.  

Assembleia Legislativa

Tendo resido por décadas próximo a Colônia pioneira, o deputado estadual Altair Silva foi incumbido, pelos participantes da reunião, de apresentar projeto de lei que vise outorgar a Colônia Nova Itália o título de pioneira da imigração italiana em Santa Catarina. Também apresentá moções para apreciação dos 40 parlamentares estaduais que traduzam um apelo do Parlamento Catarinense a “Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, a Comissão Diretora do Senado Federal e ao presidente da República Michel Temer, concitando-os a procederem a retificação do grave erro histórico, cometido pela Câmara dos Deputados, Senado Federal e Presidencia da República”, conforme documento da ADANPIB dirigido a Assembleia Legislativa.

Governador

Os participantes também enfatizaram a responsabilidade política e legal do governador Raimundo Colombo, concitado-o a se manifestar em defesa da correção do erro histórico praticado contra Santa Catarina. Diego Mezzogiorno, Conselheiro da Câmara de Comércio e Indústria Italiana de Santa Catarina, lembrou o dever legal da “Procuradoria Geral do Estado (PGE) fazer a defesa jurídica de Santa Catarina”.

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