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“Nunca fui contrário à redução salarial”, diz Sebastião Lima sobre voto polêmico

Portal da Cidade buscou o lado do vereador Sebastião Lima (PL), que explicou os motivos em ter contrariado o voto de redução salarial do grupo de oposição

Publicado em 28/06/2020 às 03:16
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(Foto: Câmara Municipal de Brusque)

A polêmica sessão da Câmara de Brusque da última terça-feira (23) repercute até hoje. Diversas listas com os nomes dos vereadores que votaram favorável e contrário à emenda de Marcos Deichmann (Patriota) foram divulgadas. Porém, algo ficou difícil de compreender: o voto de Sebastião Lima (PL).

O vereador do Partido Liberal faz parte do grupo de oposição no Legislativo brusquense. Inclusive, até o início deste ano, era líder do bloco.

Porém, logo em uma das votações mais importantes do ano na Câmara Municipal de Brusque, que propunha os valores salariais dos agentes políticos para a legislatura 2021/2024, Sebastião Lima contrariou o posicionamento dos vereadores oposicionistas e votou junto com a base do governo municipal, preferindo não acatar a emenda de Deichmann, que visava uma significativa redução salarial, e votou pela fixação dos salários dos agentes políticos, no que se refere ao prefeito, vice-prefeito, secretários municipais, presidente da Câmara e vereadores.

Buscando compreender o estranho posicionamento do vereador, nesta semana a reportagem de Portal da Cidade Brusque buscou contato com ele, que explicou os motivos de ter votado contrário à Emenda Substitutiva 1, de autoria do líder de seu bloco.

Sebastião Lima é o atual presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira, e deu parecer favorável ao Projeto de Lei 20 e 21/2020, da fixação nos subsídios dos agentes políticos, passando a proposta para votação plenária.

A emenda de Marcos Deichmann, conforme explica Lima, foi apresentada um dia antes da sessão que votaria os rumos dos salários. Além do mais, ele afirma que foi contrário à qualquer aumento salarial para a classe política ainda quando o projeto estava sendo debatido.

“A proposta da elaboração do projeto de aumento e a inclusão do 13° salário chegaram às comissões no dia 15 ou 16 junho, momento em que eu e o vereador Keka Morelli (Podemos), juntamente com assessoria jurídica, nos reunimos. Inclusive, inicialmente propusemos a redução dos subsídios e não aceitamos a inclusão do abono de Natal”, afirma.

“Acontece que, após já ter sido elaborado o nosso parecer, surgiram duas emendas ao projeto, sendo a primeira das emendas para proposta que visava a redução dos salários, apresentada somente um dia antes da sessão. E a segunda foi apresentada no dia da reunião, não havendo tempo hábil para um maior debate sobre o tema”, explica.

Sebastião Lima foi eleito o vereador mais votado em Brusque no ano de 2016. Com a abertura da janela partidária, ele trocou o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) pelo Partido Liberal (PL), que anunciou, recentemente, o coronel da reserva da Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC), Moacir Gomes Ribeiro, como pré-candidato pela legenda nas eleições municipais.

Em novembro, Lima deve concorrer novamente à uma cadeira no Poder Legislativo ou, desta vez, no Executivo. Assim, justifica seu voto contra à emenda de redução salarial para não ser taxado como oportunista em ano de eleição, para não parecer, também, que está tentando tirar proveito disto. “Como o projeto era uma proposta para o próximo mandato, com a preocupação de parecer uma atitude eleitoreira, optamos pelo congelamento salarial”, diz.

Por fim, Lima se defende: “Nunca fui contrário à redução salarial em si, apenas me mantive fiel ao parecer por mim apresentado, evitando ceder a propostas apresentadas em cima da hora, sem um maior debate. Para quem acompanha meu trabalho na Câmara de Vereadores sabe que eu sempre defendi em minhas manifestações o que é justo para a comunidade”, finaliza.

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