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Visita do Gaeco

Pirola solta o verbo contra suposta truculência do MP e Judiciário

Ex-presidente da Câmara revelou ontem (6) que o Gaeco esteve na Câmara para investigar uma simples denúncia de calúnia

Publicado em 07/02/2018 às 03:30

(Foto: divulgação)

A visita do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), força-tarefa que atua na repressão dos crimes de maior complexidade ou relevância social no estado, estremeceu os pilares da Câmara Municipal de Vereadores no final do ano de 2017. Correndo em segredo de Justiça, a investigação foco dos integrantes da equipe que veio até Brusque se tornou um mistério que colocou em evidência principalmente os parlamentares, que se viram rodeados de olhares desconfiados de uma população cansada de notícias sobre crimes de corrupção.

O mistério, porém, foi dissolvido durante a tarde desta terça-feira (6), na primeira sessão legislativa do ano de 2018. Em tom bastante indignado, o até então presidente da casa, Jean Pirola (PP), soltou o verbo contra a atuação do Ministério Público e do Poder Judiciário, que autorizou a vinda do Gaeco para investigar uma denúncia de calúnia. Isso mesmo que você leu. Calúnia. Segundo o parlamentar, inclusive, não foi sequer um vereador alvo das investigações e, sim, uma integrante do setor jurídico da Câmara.

Contra ela, o Ministério Público acreditou haver conduta imprópria, já que a mesma teria gravado um vídeo em que critica o fato de um casal de promotores de Brusque, que moram sob o mesmo teto, receberem ambos o famigerado auxílio-moradia, que ultimamente vem tomando grande parte das discussões políticas no Brasil. 

“Fizeram a retirada de dados do computador e a apreensão de telefone de uma das funcionárias da Câmara. E a gente sabe que não é verídico, que não foi feito na Câmara, não foi feito internamente. Pesquisaram todos os computadores e aqui não encontraram nada. O que nós ficamos tristes foi o procedimento, a falta de harmonia e a independência entre os poderes, que foi deixada de lado. Se era um problema com um funcionário da casa, o Poder Judiciário deveria avisar a presidência da Câmara para depois tomar atitude que foi tomada. Fomos pegos de surpresa”, avalia Pirola.

Ainda segundo o progressista, além de uma suposta truculência por parte do MP e do Judiciário, é de se ressaltar, também, o exagero de se empregar a força tarefa do Gaeco para uma investigação de calúnia. 

“Pelo fato de terem trazido a público a folha de pagamento de servidores do Ministério Público, onde casados entre si, morando no mesmo lugar, ambos recebem auxílio moradia. Essa foi a discussão. Nós ficamos muito chateados como Poder Legislativo. Fomos praticamente invadidos com apreensão de equipamentos. Naquele momento a imprensa e a comunidade achavam que era algum vereador. 24 horas depois é que tomamos conhecimento do que se tratava. Será que toda denúncia de calúnia o Ministério Público vai solicitar ao Judiciário que instigue o Gaeco a investigar em 24 horas? São essas as questões que temos que levantar. O Gaeco serve para crimes pesados e não para verificar uma possível calúnia contra um ou dois servidores do MP”, finaliza.


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