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Política

Processo de cassação de prefeito e vice deve ir para plenário

Vereadores decidirão pela continuação do processo ou pelo seu arquivamento

Publicado em 17/02/2020 às 07:22

(Foto: divulgação)

O pedido de cassação do prefeito Jonas Paegle e Ari Vequi, protocolado na semana passada pelo vereador Paulinho Sestrem (Patri) na Câmara Municipal de Vereadores de Brusque, segue tramitando no Legislativo.

Após ser notificado e receber o processo administrativo, o corregedor do Legislativo, vereador Cleiton Luiz Bittelbrunn (Patri), devolveu a matéria para o presidente da Câmara, Ivan Martins (PSD).

Apesar de declaradamente contra à matéria, segundo apurou o jornalismo de Portal da Cidade Brusque, Martins deverá submeter a matéria a escrutínio do plenário.

Ao que tudo indica, essa possibilidade não preocupa o governo, já que a votação para rejeitar o processo deverá ser decidida por maioria simples.

O Governo de Brusque, que possui, em tese, nove cadeiras, contra seis da oposição, precisa, apenas, de oito votos para derrotar a empreitada jurídica de Paulinho Sestrem.

Entenda

Paulinho Sestrem protocolou na Câmara uma representação contra Paegle e Vequi em 7 de fevereiro. No texto, o parlamentar denuncia prefeito e vice-prefeito por “coação a vereador” e “submissão e intimidação do Poder Legislativo”.

Ele descreve a sua versão sobre os fatos que se sucederam desde que publicou em suas redes sociais um vídeo no qual contestava os dados sobre a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) construída no bairro Santa Terezinha inseridos pelo governo municipal – ainda em 2019 – no site do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). As informações, para Sestrem, levariam ao falso entendimento de que a estrutura já estaria aberta e atendendo a população.

Quando a gravação começou a repercutir, a Prefeitura procurou esclarecer, em texto encaminhado à imprensa, que a inscrição efetuada junto ao CNES seria uma exigência do Ministério da Saúde e alegou que o município não tem recebido verbas federais por conta desse cadastro. Por meio das redes sociais e da imprensa, membros do alto escalão do Poder Executivo, dentre eles o prefeito, procuraram desmentir o vereador.

O secretário municipal de Saúde, Humberto Fornari, e o procurador geral do município, Edson Ristow, protocolaram na Câmara uma representação ética contra Sestrem, requerendo ao corregedor a cassação do mandado do vereador ou a aplicação de outra penalidade por quebra de decoro parlamentar e conduta aética.

Em 4 de fevereiro, na primeira sessão ordinária do ano, Sestrem ocupou a tribuna para se defender e disse que as ações tomadas pelo Executivo representavam “um ataque institucional” à Câmara.

Na mesma data, ele exibiu o telão do plenário mensagem que afirma ter recebido do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, dando conta de que estariam equivocados os argumentos da Prefeitura de que “o cadastro do pronto-atendimento [no CNES], mesmo sem estar em funcionamento, é um procedimento normal, a pedido do próprio Ministério” e que “o lançamento de nomes de profissionais que atuam na Secretaria de Saúde no CNES foi uma formalidade solicitada pelo governo federal”.

De posse das informações, o vereador acusou o governo municipal de mentir para população e anunciou, então, que apresentaria um pedido de cassação dos mandatos de Paegle e Vequi, ato que viria a se concretizar três dias depois.


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