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Tribuna popular

Sinseb pede que aulas voltem após vacinação de profissionais da Educação

Para a vice-presidente da instituição, o retorno “foi precipitado e um descaso com a vida humana”

Publicado em 10/04/2021 às 08:50

(Foto: divulgação)

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque e Região (Sinseb), Orlando Soares Filho, e a vice-presidente, Tânia Pompermayer, apresentaram aos vereadores informações a respeito da retomada das aulas presenciais na Rede Municipal de Ensino, após um ano de atividades remotas devido à pandemia de Covid-19.

Os representantes participaram da sessão ordinária desta terça-feira, 6 de abril, por meio de convite solicitado no Requerimento nº 11/2021, proposto pelo vereador Cassiano Tavares (Podemos) e aprovado por unanimidade na casa legislativa.

Soares Filho prestou reverências a servidores vitimados pela doença e expôs na tribuna o posicionamento da instituição. “De forma pragmática, somos contra a volta às aulas neste momento”, disse, ao contrapor a obrigatoriedade da Lei Estadual nº 18.032, de 8 de dezembro de 2020, que decretou como atividade essencial as aulas presenciais no estado.

Atuação do Sinseb

“Posso garantir que estamos participativos e parceiros em todas as oportunidades em que fomos chamados a opinar”, declarou. O presidente fez uma breve retrospectiva das ações da entidade desde o início da pandemia, junto ao Conselho Municipal de Educação (Comed) e na colaboração para o Plancom municipal, o Plano de Contingência da Educação para a Retomada das Aulas Presenciais.

Ele garantiu que exigem o cumprimento dos protocolos de segurança e que encaminham à Secretaria de Educação todas as denúncias que chegam ao sindicato. “Não queremos o confronto pelo confronto”, salientou. Ele também frisou dois questionamentos enviados recentemente ao Comed: se as escolas estão em dia com o que prega a legislação em sobre o seu funcionamento e se a possibilidade de ensino híbrido passou por discussão pelo Conselho.

O presidente compartilhou queixas que chegam com mais frequência ao Sindicato: “Falta de Equipamentos de Proteção Individual [EPIs], medo dos serventes responsáveis pela desinfecção, não cumprimento das normativas na ponta, flexibilização dos protocolos e falta do mapeamento dos que tiveram contato”, descreveu.

Pesquisa 

Tânia Pompermayer relatou aos vereadores uma pesquisa realizada por ela, como iniciativa do Sinseb. Ela contou que desde o início do ano visitou presencialmente dezoito das mais de sessenta escolas municipais de Brusque e, por receio de contaminação, continuou a pesquisa de forma online. 

“Até 10 de março, tínhamos 88 profissionais da Educação positivados com Covid-19. As informações não batem com as oficiais da Secretaria de Educação”, denunciou. “As escolas sempre foram ambientes alegres e saudáveis, o que eu vi quando fui visitar foi medo e pavor de pegar ou levar [a doença] pra dentro de suas casas”, desabafou.

Vacinação

Pompermayer destacou problemas com o ensino remoto e o híbrido, como dificuldades de engajamento dos alunos e extrapolamento da carga horária de professores. “Nunca se negaram a trabalhar presencialmente, mas eles queriam segurança e essa segurança só virá com a vacina”, esclareceu Tânia.

“Por que não trabalhar mais seis meses deste ano até a [área de] Educação receber a vacina?”, solicitou, ao relembrar o período de praticamente um ano letivo inteiro executado remotamente. “[O retorno] foi precipitado e, em minha opinião, um descaso com a vida humana”, declarou. Para ela, a desvalorização da classe no país ficou mais evidente com o estabelecimento dos grupos de prioridade para vacinação. 

Secretaria de Educação

No bloco de perguntas dos vereadores, os sindicais levantaram problemáticas a respeito da hora-atividade, momento reservado aos professores para planejamento de trabalho. Orlando explanou sobre infraestrutura limitada dos educandários, como por exemplo, o uso de computadores compartilhados, e pediu sensibilidade à Prefeitura para liberação dos professores neste período.

Tânia argumentou que a Secretaria não aceitaria a sugestão, pois os professores estão utilizando este momento para atender alunos virtualmente e registrou dificuldade de diálogo: “A secretária de Educação [Eliani Busnardo Buemo] não dá abertura para discussão sobre isso e nem para opinião do profissional que está na ponta, o professor”, manifestou. “Parece que a secretária está blindada”, lamentou.

Para atender ao Requerimento nº 8/2021, Buemo também foi convidada a trazer informações da pasta ao Poder Legislativo sobre o assunto, devendo participar em breve de sessão ordinária na casa.

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