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Política

Vereadores criticam governo estadual pela desativação da ADR Brusque

Plenário aprovou requerimento pela manutenção de uma coordenadoria regional no município

Publicado em 16/03/2018 às 07:58

(Foto: divulgação)

Os vereadores Ivan Martins (PSD) e Rogério dos Santos (PSD) apresentaram em conjunto requerimento no qual pedem o envio de mensagem ao governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (MDB), para que reveja a decisão de desativar a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Brusque. Caso a medida seja realmente definitiva, os parlamentares solicitam que seja mantida, no mínimo, uma coordenadoria regional em Brusque, no intuito de atender às demandas locais e dos oito municípios da região. A proposição foi aprovada por unanimidade na última sessão ordinária, dia 13.

“Brusque, há muito tempo, é jogada na vala comum por aqueles que poderiam reconhecer o que o nosso município representa para Santa Catarina. Somos a oitava economia do Estado e, infelizmente, não somos respeitados como deveríamos ser”, disse Martins, para quem o ato teve “um requinte de crueldade muito grande”. Ele relacionou essa afirmação aos pedidos, não atendidos, para que Brusque se tornasse referência no tratamento de câncer, tendo em vista que mais de 700 moradores do município precisam se deslocar a Blumenau para se submeter aos procedimentos necessários. Além disso, acrescentou, 350 pessoas retiravam diretamente na ADR Brusque remédios distribuídos pelo Estado. 

“A moralidade pública é ferida quando se faz um paciente oncológico se deslocar até outra cidade para buscar medicamentos, sob o pretexto de que existe amparo legal para tal medida”, argumentou Sebastião Lima, o Dr. Lima (PSDB), que elogiou a iniciativa dos autores do requerimento. Na mesma linha, pronunciou-se Ana Helena Boos (PP), que destacou a carência de representatividade política de Brusque na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Os prejuízos que a desativação da ADR trará aos profissionais que atuavam diretamente na agência e aos professores contratados pela Educação estadual também foram abordados por Martins: “O funcionário está sujeito a ter de se deslocar até Blumenau, assim como os professores, para a escolha de vagas, pois 50% deles são ACTs [admitidos em caráter temporário]. Imagine esse povo todo ir a Blumenau para escolher uma vaga”, enfatizou. “O que o governador pensa de Brusque, já sabemos, por essas atitudes. Agora, temos que dar a nossa resposta, mostrar o nosso descontentamento. Isso não pode passar em branco”.

Jean Pirola (PP) questionou: “Brusque, Itajaí e Blumenau tinham ADRs. Fechou só a de Brusque. Por que é que, no Sul do Estado, continuam em atividade as ADRs de Criciúma, Araranguá e Tubarão? Porque aquela é a terra do vice-governador, uma terra com muita representatividade, sete deputados estaduais e três federais. Sou contrário a todas as ADRs. Então, que fossem todas excluídas, porque não é justo. A forma como isso foi feito precisa ser revista. E se o motivo foi diminuir o custo da máquina pública, quanto vai custar para o Estado o deslocamento dos servidores até Blumenau, ou, quanto vai custar para o funcionário esse deslocamento?”

José Zancanaro (PSB) também usou a tribuna: “Onde é que estão as nossas lideranças, o nosso deputado [Serafim Venzon]?”, indagou. “Onde estão os deputados federais que aqui buscaram votos: Peninha Mendonça, Cesar Souza, além do estadual Carlos Chiodini, que também fez votos em Brusque? Escondidas, que não vêm defender a cidade?”

Claudemir Duarte, o Tuta (PT), disse que “a população não vai sentir falta dos ‘chavões políticos’, que são os cabeças das ADRs, mas sim daqueles que trabalham e vestem a camisa”. Para ele, o governo municipal deveria ter se posicionado de forma a manter a agência em funcionamento, pois sem a ADR, afirmou, a situação da cidade e de seus quase 130 mil habitantes só irá piorar.

Coautor do requerimento, Rogério dos Santos (PSD) reforçou as colocações de Martins: “É uma vergonha para Brusque que, na semana seguinte à sua posse, o governador Pinho Moreira tenha tomado esta atitude, sem medir as consequências. Brusque é o oitavo arrecadador de tributos de Santa Catarina, dentre aproximadamente 300 outros municípios. A extinção da ADR é lamentável sob todos os aspectos. Pedimos que pelo menos sejam mantidas as gerências da Educação e da Saúde, em outras palavras, uma coordenadoria”.

Cleiton Luiz Bittelbrunn (PRP), por sua vez, criticou o tratamento dispensado a Brusque tanto por Raimundo Colombo (PSD) como pelo atual governador, citando como exemplo as tentativas frustradas de trazer ao município uma escola de formação da Polícia Militar e, agora, a desativação da ADR.   

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