Entre o primeiro atendimento e o procedimento médico a ser feito, foram exatas duas horas para o um homem de 40 anos estar no centro cirúrgico do Hospital Santo Antônio, em Blumenau e ter sua mão novamente reimplantada, foi uma jornada de mais de seis horas de cirurgia, onde os cirurgiões especialistas em mãos, Dr. Filipe Pimont Berndt e Dr. Gustavo Schweigert, com uma equipe formada por anestesista, cirurgião, residentes, enfermeiros e técnicos de enfermagem trabalharam para reimplantar a mão do paciente. O homem teve a mão amputada após uma briga com facão.
Segundo o Dr. Filipe, a cirurgia foi altamente complexa, foram recuperadas duas artérias, cinco veias, 24 tendões, três nervos, além dos ossos. “A agilidade de como ocorreu o atendimento até o paciente ser levado ao centro cirúrgico foi imprescindível para a mão ser reimplantada com ótima perfusão”.
O paciente relata a importância de saber como proceder nesses casos “sempre gostei de ver séries sobre hospitais, e quando ocorreu, eu tive muita cautela, não entrei em desespero. Literalmente posso dizer que eu salvei meu próprio membro para fazer o reimplante, pois quando todos da minha família estavam desesperados, eu consegui ter discernimento para colocar em uma sacola e depois colocar no gelo. É importante que a população saiba como agir caso ocorra com alguém próximo a você”, conclui ;
Este é o quinto reimplante de mão ao nível de punho que ocorreu no Hospital Santo Antônio, os outros foram feitos em 2011, 2014, 2017 e 2019. “Um reimplante deste tipo é considerado raro, pois são diversos fatores que levam a ter uma possibilidade de reimplante bem-sucedido.” complementa Dr. Filipe.
O médico explica como proceder quando um membro é amputado. “Se você testemunhar esse tipo de acidente em que uma pessoa sofre a amputação de um membro, o primeiro passo é tentar acalmar a vítima. Depois pegue o membro amputado e enrole em um pano úmido, de preferência com soro fisiológico, e coloque dentro de um saco plástico, após esse procedimento, colocar em um recipiente (isopor ou caixa térmica) com gelo. Importante ressaltar que não se deve deixar o membro em contato direto com o gelo, pois caso isso ocorra, poderá haver queimadura térmica, ocasionando a impossibilidade de reimplante”, finaliza.
