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ALERTA

Vigilância Epidemiológica de Guabiruba alerta sobre perigos do Caramujo Africano

O inseto pode transmitir doenças e atrapalhar ecossistemas da região

Publicado em 04/02/2019 às 08:59

(Foto: Divulgação/Prefeitura de Guabiruba)

Ele parece inofensivo. Passos lentos, como quem não tem pressa e não quer chamar atenção. Porém, o Caramujo Africano é uma ameaça a qualquer ecossistema e pode transmitir doenças.

Por esse motivo, a Vigilância Epidemiológica de Guabiruba está realizando visitas às áreas com denúncias a fim de coletar e conscientizar a população sobre os danos que o molusco pode causar.

A médica veterinária da Vigilância Epidemiológica, Cintia Hinsching, explica que não há época específica para o aumento de caramujos, já que o animal consegue se adaptar tanto ao frio quanto ao calor.

“Eles gostam de umidade. Quanto mais úmido, mais propício a aparição do caramujo. Por isso, é importante manter o terreno limpo e roçado, sem a presença de entulhos, pois são locais onde ele se aloja e deposita seus ovos”, esclarece.

Cintia diz que como estes animais não possuem predadores no Brasil, o método mais eficiente para o controle é a sua destruição, além das medidas de saneamento ambiental nas cidades. “Estamos orientando a população de como é feita a catação manual segura com uso de luvas ou sacolas”, relata.

Moradora do bairro Guabiruba Sul, Áurea Diegoli conta que o caramujo é figura carimbada na rua e na casa de vizinhos. Por isso, Áurea costuma recolher os bichos e realizar o processo de incineração.

“Pego com uma luva, coloco em uma latinha e queimo, depois coloco um pouquinho de cal e enterro. É muito importante a visita da Vigilância para orientar a população”, completa.

A médica veterinária indica capturar o molusco, coloca-lo em uma lata e incinera-lo, para depois ser enterrado em uma vala com pelo menos 80 cm de profundidade, longe de poços artesianos ou de lençol freático. “Colocar cal virgem para impermeabilizar o solo e fechar”, detalha. O uso de sal não é recomendado nem de veneno.

Lavar bem frutas, hortaliças, verduras e legumes com hipoclorito de sódio e água antes de consumir esses alimentos é uma medida necessária para eliminar o risco de contaminação.

A Prefeitura de Guabiruba divulgou nesta semana a importância dos moradores deixarem seus terrenos limpos e a responsabilidade dos proprietários na ação de limpeza. E reforça o alerta visto que a proliferação dos caramujos é dificultada em locais roçados e sem a presença de entulhos.


O Caramujo

O caramujo-gigante-africano (de nome científico Achatina fulica) é um molusco da classe Gastropoda, de conchacônica marrom ou mosqueada de tons claros. Os adultos da espécie atingem até 18 cm de comprimento de concha e pesam até 500 g.  

Nativo no leste-nordeste da África, acredita-se ter sido introduzido no Brasil através de uma feira na década de 80 como uma opção mais barata ao cultivo e comercialização do escargot, prato típico francês a base de carne de caracóis. O baixo consumo da carne no país, levou os criadores a abandonar o comércio e  despejar os animais nas matas.


Os perigos

O caramujo africano é o responsável pela transmissão de parasitas pertencentes ao grupo dos nematoides do gênero Angiostrongylus, que causam doenças como a  meningite eosinofílica, causada por um verme (Angiostrongylus cantonensis), que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões.

A pessoa é infectada acidentalmente quando ingere alimentos ou água contaminados com larvas de terceiro estádio, presentes no muco secretado pelo caramujo para sua locomoção. Os principais parasitas que podem ser transmitidos pelo caramujo africano são o Angiostrongylus cantonensis e o Angiostrongylus costaricensis.

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