Cerca de 14 mil preservativos foram distribuídos no pavilhão da 34ª Festa Nacional do Marreco (Fenarreco). A ação visa prevenção à doenças e infecções sexualmente transmissíveis. Os preservativos estão localizados na entrada dos banheiros da festa.
O local foi escolhido visando o cuidado com a descrição no momento da retirada. “Eles estão fixados em dispensers junto à entrada dos banheiros masculino e feminino e são repostos conforme demanda”, explica o enfermeiro da Policlínica de Brusque, Álvaro de Carvalho.
Segundo o enfermeiro a distribuição é necessária já que o consumo de álcool durante a festa inibe os reflexos sexuais. “Em virtude desses reflexos é necessária a ação para tentar sensibilizar da importância de prevenir”, complementa.
Boa aparência não protege contra a sífilis
Entre as doenças sexualmente transmissíveis, a mais recorrente é a sífilis que apresentou crescimentos significativos nos últimos anos em toda a região Sul do país. Segundo a farmacêutica do município de Brusque, Camila Gili, a falta de conscientização dos jovens é a principal causa. “A maioria não utiliza preservativos nas relações orais que é um meio de transmissão da sífilis”, relata.
Segundo um levantamento feito recentemente pela vigilância em saúde, no município de Brusque, de janeiro a setembro foram registrados um total de 194 novos casos da doença.
“A gente tem uma geração que nunca viu ninguém morrer por doenças sexualmente transmissíveis e essa geração, até 30 anos, também não viu ninguém morrer de AIDS. Então eles olham para uma pessoa que é bonita, está limpa e cheirosa e não acha que pode ter algum tipo de doença dessa maneira e, aí acaba dispensando o preservativo e, é nisso que ocorre o aumento da transmissão. Isso não é apenas em Brusque, mas sim, a nível de Brasil”, pontua Camila.
AIDS/HIV
Segundo um levantamento feito pela vigilância epidemiológica do município, até o primeiro quadrimestre de 2019, Brusque possuía cerca de 295 pessoas portadoras do vírus HIV sendo acompanhados e outros 280 casos em tratamento. Já no caso da doença de AIDS, são 585 pacientes em tratamentos.
Conforme explica a enfermeira Camila, qualquer pessoa está em condição de risco. “A maioria das pessoas não usam preservativo. Mesmo que a pessoa seja casada há muitos anos, se ela não usa o preservativo ela está em situação de risco, porque indica que pode se contaminar”, explica.
Perfil
Segundo Camila, a doença não escolhe sexo, nem tão pouco se desenvolve apenas em quem tem inúmeros parceiros. “Qualquer pessoa pode ter”, enfatiza.
Ela explica que, no início do ano de 2019, foi feito um levantamento que revelou o perfil dos pacientes. A maioria é heterossexual, sendo constituído por homens, casados e com idade entre os 30 e 35 anos.
