O Brasil está entre os vários países do mundo que adotam o mês de maio como sendo o de conscientização sobre a Doença Celíaca, patologia autoimune que afeta o intestino delgado, interferindo na absorção de nutrientes essenciais ao organismo, quando ocorre a ingestão de glúten.
Glúten por sua vez, é a principal proteína presente no trigo, aveia, centeio, cevada, e no malte. A ingestão de alimentos com este tipo de proteína pelos celíacos se torna tóxica e provoca lesões no sistema digestivo.
A intolerância permanente ao glúten em pessoas geneticamente predispostas faz com que o único tratamento seja a dieta isenta da proteína por toda a vida. De acordo com a gastroenterologista Josiane Fischer, algumas das consequências de quem ainda não descobriu que sofre da doença é a desnutrição, a diminuição de vitaminas e anemias.
A profissional médica também explicou, durante entrevista concedida a Portal da Cidade Brusque, que na hora do diagnóstico é importante a pessoa não deixar de ingerir glúten. “Se a pessoa não comer alimentos com glúten, estaremos impedidos de fazer o diagnóstico para descobrir se ela é sensível, intolerante ou celíaca. O celíaco pode ter sintomas até mesmo fazendo um pão na mesma forma que fizeram pão com uma farinha normal. Só o contato já basta. É muito importante as pessoas saberem se são celíacas por conta, até mesmo, do risco de câncer no intestino. Por isso é importante um diagnóstico correto”, explica.
Conforme Fischer, é preciso se conscientizar de que o consumo de glúten é extremamente perigoso, mesmo que feito com moderação. “Normalmente alguns pacientes conseguem ficar sem por alguns meses, mas voltam a ingerir porque por vezes não sentem sintomas. Mas o contato é extremamente perigoso”, continua.
Como identificar a presença da doença
Os sintomas da Doença Celíaca podem ser vários. Desde uma diarreia, uma cólica e, até mesmo, lesões na pele. Em caso de suspeita, a dica é sempre procurar um gastroenterologista. É possível encontrar a especialidade nas unidades básicas, através do Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico mais comum é realizado através de exame de sangue, mas, também, podem ser solicitadas biópsias e endoscopias.
“Geralmente os celíacos utilizam pães especiais, já temos macarrão com outro tipo de farinha (...) geralmente o fubá é muito utilizado na doença celíaca. Eu sempre encaminho meus pacientes ao site da Associação dos Celíacos do Brasil (ACELBRA), onde existem várias dietas e receitas sem glúten”, ressalta Josiane.
Tirando a parte ruim de ter que restringir completamente o uso do glúten, de acordo com a profissional médica é possível notar diversas melhorias na qualidade de vida dos pacientes celíacos que aderem a uma dieta controlada. “Eles acabam preferindo mesmo não utilizar mais, pois, a melhora no dia a dia é significativa”, pontua.
Celíacos no Brasil
Uma pesquisa de 2016 aponta que um a cada 600 brasileiros são celíacos. O número, porém, pode ser maior, já que as pesquisas apontam apenas os já diagnosticados.
