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PENTAVALENTE

Em falta nos postos de saúde, famílias desembolsam mais de R$ 350,00 com vacinas

DVE informou que a distribuição está prejudicada por cerca de 90 dias; Problema é nacional

Publicado em 12/11/2019 às 21:08
Atualizado em

(Foto: Divulgação/Reprodução )

Deise Spotti procurou o posto de saúde do bairro Guarani para vacinar o filho Tales na última semana, mas não encontrou a vacina pentavalente. Ela deve ser tomada em três doses, uma aos dois meses de vida, outra aos quatro e a última dose aos seis meses.

Com a falta da vacina na rede pública de saúde, a mãe teve que buscar o medicamento na rede privada. “Eu tive que vacinar o Tales no particular. Paguei R$ 350,00 à vista”, relata. Se o pagamento fosse feito de forma parcelada, o valor subiria para R$ 380,00. 

A filha mais velha da Deise tem quatro anos e também ficou sem vacina. “Ela também não pôde ser vacinada pela falta das vacinas de difteria, poliomelite e tétano".

O mesmo ocorreu com Michele Spotti Gomes. Ela é prima da Deise e o filho que já está com três meses. Á reportagem do Portal da Cidade, Michele relata que procurou pela vacina pentavalente em quatro postos de saúde da região: No Dom Joaquim, Bateas, Guarani e Policlínica.

“Nós não encontramos. O relato foi que estava em falta e que não há previsão para chegada. A princípio tinha uma lista de espera em que poderíamos dar as outras vacinas e deixar essa pendente para quando chegasse”, revela.

De acordo com Michele, a lista era grande e por isso optou pelo atendimento particular. “No mês que vem ele [filho] completa quatro meses e teremos que pagar no particular novamente se quisermos deixar as vacinas do nosso filho sem atraso”, diz.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina pentavalente é a combinação de cinco vacinas individuais em uma única e previne de múltiplas doenças, ao mesmo tempo. Entre elas estão difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta.

Em Brusque

Brusque recebe as vacinas do Ministério da Saúde através da Regional de Blumenau. Segundo informou a enfermeira da Vigilância Epidemiológica (DVE) de Brusque, Natália Cabral Marchi, a vacina pentavalente está com a distribuição prejudicada por cerca de 90 dias, apesar do ministro da Saúde ter alegado que já está enviando para os estados milhares de doses.

Natália explica que o desabastecimento ocorre em razão do recolhimento da pentavalente por parte do fabricante Biological e o processo de compra do novo produto.

Em outubro, Brusque recebeu cerca de 200 doses através do estado (Gersa Blumenau). “Isso não durou um dia nas salas”, revela Natália.

O último pedido mensal de Brusque chegou no dia 05 de novembro, quando o município recebeu outras 390 doses. “O que sabemos não ser suficiente para regularizar a situação das crianças em atraso, porém nosso pedido não condiz com a quantidade recebida”, explica.

Já na quarta-feira (6) seguinte essas vacinas foram distribuídas nas 15 salas vacinais atuantes em Brusque. No entanto, doses extras ainda são necessárias para suprir a demanda. “Permanecemos realizando pedidos extra ao Estado, mas ainda não temos um posicionamento da regularização”.

Além da vacina pentavalente, o município permanece em falta da vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) que é aplicada como reforço D1 aos 15 meses e reforço D2 aos 4 anos.

Neste mês, o município também não recebeu quantitativo das seguintes vacinas: DTP, DTPa infantil, HIB e varicela monovalente. “O quantitativo de DTpa adulto também veio reduzido e solicitamos priorizar somente as gestantes”, finaliza Natália.


Entenda a falta de vacina pentavalente em Guabiruba


Problema Nacional

Para que a vacina seja ofertada no calendário de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), ela precisa ser adquiria por meio do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), já que ela não é produzida nos laboratórios brasileiros.

O problema da falta da vacina, não é uma exclusividade de Brusque, mas é nacional. O processo da distribuição vacinal tem início no Ministério da Saúde que faz o repasse das vacinas para os estados que devem encaminhar às regionais e cada regional divide o quantitativo entre seus municípios.




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