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Mandetta cita importância da Ammvi: "ação conjunta é sempre bem-vinda"

Em entrevista ao Portal da Cidade, ex-ministro comentou sobre a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi)

Publicado em 14/08/2020 às 03:52
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(Foto: Reprodução)

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, concedeu, na última segunda-feira (10), uma entrevista exclusiva ao Portal da Cidade, ainda quando os casos de coronavírus em Brusque estavam em crescimento desordenado.

Mandetta vem, recentemente, prestando auxílio a diversos municípios catarinenses e comentou sobre a eficácia da realização de ações conjuntas entre as cidades que compõem uma região. Porém, disse que o calendário eleitoral é um grande inimigo do enfrentamento à covid-19.

Questionado sobre a importância da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) em buscar uma união entre as cidades, Mandetta disse que as ações conjuntas são essenciais. “Não tenha dúvida que quando você se movimenta em bloco, protege muito mais gente”, afirma.

Por outro lado, segundo ele, os prefeitos acabam passando por dificuldades para tomar alternativas por conta da repercussão que estas medidas terão em ano de eleição, podendo prejudicá-los em uma possível busca ao pleito. “Os prefeitos estão muito pressionados por conta do calendário eleitoral. A pressão do comércio e das pessoas que querem manter suas atividades comerciais abertas é legítima e faz parte da vida da cidade. Então, se você envolver só prefeitos, você vai ter basicamente um enfoque político”, esclarece.


Mandetta concedeu entrevista por Skype ao Portal da Cidade Brusque. Foto: Skype/Portal da Cidade

Apesar do calendário eleitoral atrapalhar na elaboração de medidas de enfrentamento, Mandetta reforça que em determinadas ocasiões, principalmente em caso de colapso no sistema de saúde, é necessário que sejam tomadas decisões conjuntas, onde entra a importância da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí. “Os números de Brusque marcaram 100% dos leitos de UTI ocupados, ou seja, vocês não conseguiam atender mais ninguém e teriam de buscar ambulâncias para levar as pessoas para outras cidades. É lógico que quando você chega neste ponto, se você reunir os pastores, os padres, as associações comerciais, às indústrias e falar: ‘olha, chegamos neste ponto', onde vira uma roleta russa, onde qualquer um que precisar de um leito, não vai ter, a cidade se junta desde que haja transparência e verdade nos dados”, diz.

“O fato de você deixar só os prefeitos e falar que apenas eles irão decidir, às vezes o prefeito da cidade que não é a sede do atendimento fala: ‘não, eu não vou fechar [o comércio] na minha cidade porque em qualquer problema eu mando para Brusque’. Então tem que haver um entendimento entre as partes”, ressalta.

Por fim, Mandetta conclui que a Ammvi é muito importante neste momento para auxiliar nas medidas de enfrentamento à covid-19. Porém, reafirma que nada iria adiantar se apenas os mandatários municipais forem os responsáveis pelas tomadas de decisão. “Não tenha dúvida que se você puder fazer uma ação conjunta, ela é sempre muito bem-vinda, mas se for somente para os prefeitos analisarem e tomarem essas decisões, normalmente eles tentam atender as duas versões. Até correm atrás de abrir alguns leitos, mas por outro lado fazem sempre um arranjo para que o comércio, se sofrer, sofra o mínimo possível. Tentam ficar nesta balança, tentando se equilibrar porque tem um processo eleitoral que eles sabem que irá refletir nas atitudes que eles tomam”, afirma.

por Thiago Facchini

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