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CORONAVÍRUS

Médico blumenauense se mostra esperançoso após receber vacina de Oxford

Eduardo Campagnaro acredita na possibilidade de uma vacina com eficácia comprovada contra a covid-19 sair neste ano

Publicado em 04/08/2020 às 22:42

(Foto: Arquivo pessoal)

O catarinense Eduardo Campagnaro, médico do Hospital Universitário Gafrée e Guinle, da Unirio, recebeu na última semana a vacina de Oxford, uma das principais apostas no combate e prevenção do novo coronavírus.

Natural de Blumenau, ele revela que foi um dos voluntários após o hospital onde trabalha, que é referencia no tratamento a covid-19, realizar testes com diversos tipos de medicamentos, como cloroquina, ivermectina, nitazoxanida e outras drogas experimentais, não obter êxitos com esses tratamento, o que evidenciou que a vacina seria a melhor alternativa. “No hospital todos os médicos foram deslocados para trabalhar na ala Covid. Claro que poderia ser um risco grande receber uma vacina experimental, mas acho que não mais que trabalhar na ala Covid, onde há pacientes com alta carga viral. O risco de contaminação é um medo diário. Após um plantão, nunca sabemos se estamos infectados ou não”, aponta.

Campagnaro diz que não sentiu nenhum efeito colateral, mas que dois colegas que também receberam a imunização relataram dor no braço, indisposição e dor de cabeça nas primeiras 24 horas, porém, segundo ele, isso não é motivo para preocupação. “Nada diferente do que as primeiras pesquisas realizadas na Inglaterra já tinham demonstrado”.

A expectativa do médico é que este estudo que está em fase 3 termine antes do previsto e que atinja níveis de imunização semelhante aos do estudo da Inglaterra onde 90% dos voluntários converteram IgG em altos níveis, o que, em tese, lhes conferem imunidade ao vírus. O que traz uma esperança de uma vacina efetiva ainda neste ano.

“Estou esperançoso. A Fiocruz, aqui no Rio de Janeiro, que tem parceria para a produção da vacina de Oxford, está montando todo um aparato estratégico para produzir milhões de doses assim que ela for aprovada. Se demonstrar imunização de uma boa parcela e com poucos efeitos colaterais, acredito que este ensaio clínico possa terminar antes do previsto. Assim a produção e distribuição em massa da vacina poderia ser iniciada para finalmente terminarmos de vez com essa pandemia que assola nosso planeta”, conclui.

Eduardo Campagnaro se formou em medicina pela Universidade do Planalto Catarinense (Uniplec), em Lages e está no último ano da especialização em Gastroenterologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na região, ele atuou por dois anos no Hospital Santo Antonio, em Blumenau, e também foi plantonista no Hospital Imigrantes, em Brusque entre os anos de 2018 e 2019.


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