Foi lançado na manhã desta terça-feira (29) o Serviço de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência Sexual (SAVS) do município de Brusque. O ato oficial ocorreu com solenidade realizada no auditório da Uniasselvi e seguida por palestras sobre o tema que ocorrem durante toda esta manhã.
O programa que tem por objetivo prestar apoio às vítimas da violência sexual contará com a participação de duas enfermeiras, uma psicóloga e duas médicas, do município.
O trabalho será desenvolvido por meio de uma célula implantada na Políclina que deverá atuar em parceria com outros órgãos, como é o caso do Ministério Público, Instituto Geral de Perícias (IGP) e a Polícia Civil (PC) que investiga os casos.
“A gente sabe que a maioria das pessoas procura primeiro o atendimento em saúde, porque ainda há muito preconceito e as vítimas, muitas vezes sentem vergonha, então o que nós vamos fazer é trabalhar em conjunto ao Ministério Público na produção e recolhimento de provas”, explica o secretário de saúde, Humberto Fornari.
Segundo ele, todas as equipes do atendimento primário que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) foram preparadas para prestar o atendimento imediato, tanto físico quanto psicológico e devem dar o apoio necessário no acolhimento das vítimas.
Na prática
Boa parte das vítimas da violência sexual em Brusque são mulheres, além de crianças e adolescentes com idades que vão dos 5 aos 17 anos. Com o SAVS o atendimento será conjunto a exemplo do que já ocorre em municípios vizinhos, como é o caso de Blumenau.
Para a delegada da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Brusque (Dpcami), Rosi Barbosa Serafim, o objetivo do programa é evitar a perda de provas contra os autores dos crimes.
“A partir do momento em que os órgãos estão interligados tem início uma ação conjunta a partir da entrada da vítima no hospital que já deve notificar a polícia e seus agentes da ocorrência. A contar daquele momento já inicia uma investigação para identificar a autoria do crime”, explicou.
O crime de violência sexual é um crime hediondo e as vítimas necessitam de acolhimento e apoio psicológico. Segundo o secretário de saúde de Brusque, o município possuía uma dívida de mais de 150 anos com as vítimas deste tipo de violência e o programa vai ao encontro desta necessidade. “Vamos trabalhar de forma integrada a fim de gerar um maior acolhimento das vítimas, gerando provas para a identificação dos autores deste tipo de crime”, finaliza Humberto Fornari.
Palestras
Ao longo da manhã, a programação contou ainda com palestras sobre o tema da violência sexual. A primeira delas foi ministrada pela promotora de justiça de Brusque, Suzan Perin Carnauba, que fez uma resenha sobre o tema “A relação da violência sexual, no âmbito do Poder Judiciário”.
Na sequência a assistente social e representante do Governo do Estado de Santa Catarina, Carmém Lucia da Rocha Martins, apresentou dados epidemiológicos da violência sexual no estado e falou sobre a linha de cuidados na atenção integral à saúde das pessoas em situação de violência.
Já a médica ginecologista e obstetra do programa SAVS de Blumenau, Dra. Marilena Messina Brower, falou sobre a experiência do programa no município vizinho e trouxe relatos.
O encerramento será feito pela enfermeira da Clínica da Mulher de Brusque, Thaisi da Cunha, e pela enfermeira, Renata Maria da Costa, que atua como diretora dos serviços especializados da secretaria municipal de saúde de Brusque.