A consolidação de eventos como
a 2ª Sfilata del Vino, ou Desfile do Vinho, em tradução literal, reforçou a
tendência de Guabiruba dedicar ainda mais esforços para o estímulo ao turismo
local. A avaliação é do diretor de Turismo, Andrei Müller. O direcionamento
também faz parte do Plano de Turismo local, com estratégias para o setor até o
ano de 2025.
Um dos principais pontos do
documento, descreve Müller, é a conquista do título de “A Terra do Pelznickel”,
considerado por ele um dos principais atrativos de visitantes para a cidade.
Além de consolidar a atividade natalina, segundo o diretor, o estímulo para
outros eventos típicos da cidade é uma tendência para o desenvolvimento do
setor.
De acordo com Müller, ao
aproveitar elementos da cultura local, a cidade consegue se destacar e atrair
visitantes e autoridades de diferentes cidades. Com a atenção, afirma, a
tendência é que os eventos antes locais e comunitários cresçam. “Em especial a
Festa Italiana, que já está bem enraizada e é bem caracterizada como um
diferencial”.
Müller destaca o engajamento
da população no desenvolvimento das atividades. O diretor afirma que o uso do
turismo como uma ferramenta para geração de renda para cidade tem sido bem
recebido pela população. Ele reconhece a necessidade de melhorias para o
município consiga atrair um grande número de visitantes, mas com a organização
das diretrizes necessárias, acredita ser possível perceber os resultados nos
próximos anos.
Para o diretor, além do
retorno financeiro gerado pelas programações, elas exercem um papel importante
no resgate e preservação da cultura da cidade. Entre as ações previstas estão
atividades sobre turismo nas escolas municipais e de divulgação da cidade.
Associação
e profissionalismo
O Desfile do Vinho foi criado
como parte da divulgação da 9ª Festa Italiana, marcada para 16 de março, no
Oratório Santo Antônio, do bairro Lageado Alto. Até esta edição as duas
programações eram organizadas pelo trabalho voluntário de descendentes de
imigrantes italianos e moradores da comunidade.
Apesar do engajamento, a falta
de uma entidade representativa limitava o apoio e busca por recursos em
programas públicos de incentivo ao turismo. Desde o ano passado, parte dos organizadores
e moradores trabalham para tentar reunir a comunidade em uma associação
própria.
A Associação Cultural Italiana
de Guabiruba (Acig), ainda tramita para ter sua criação oficializada, mas já
possui uma diretoria e estatutos pré-organizados. Amilton Stedile, integrante
recorrente da organização dos eventos será o diretor administrativo da
entidade.
De acordo com ele, a tendência
é que a documentação leve cerca de 60 dias para ser finalizada. Além da
organização da festa e do desfile, a entidade também pretende dar sequência no
desenvolvimento do Memorial Italo-Guabirubense Sacristão Francesco Selva. A
estrutura fica ao lado da capela Imaculada Conceição, uma das referências da
colonização local.
Para ele, a busca é uma forma
de profissionalizar o trabalho comunitário e deve ser importante para garantir
melhorias e crescimento dos eventos. “Precisávamos criar uma identidade e ser
visível dentro da cidade, legalmente, para poder caminhar nisso junto com o
Poder Público”.
Valorização
cultural
O memorial está em construção
há cerca de 11 anos, com trabalho voluntário da comunidade e custeado com os
valores arrecadados nas festas e eventos realizados. Para Stedile, com a
mobilização foi possível perceber um resgate e interesse da população mais
jovem pela cultura dos antepassados.
Nele estão desde fotos, livros
e registros dos colonos italianos na cidade e região. O acervo ainda está sendo
catalogado e a tendência é que a estrutura ganhe um paisagismo especial para
servir como atrativo turístico no bairro. Para o futuro, Stedile, espera ser
possível manter o espaço aberto para visitação. Hoje, ele funciona apenas em
eventos específicos ou com agendamento.
“Dentro de um projeto de
turismo de longo prazo é importante criar eventos ao longo do ano. Hoje temos
pontos turísticos que ainda não são tão explorados e estas atividades podem
contribuir”, projeta.
Apesar de reconhecer as
dificuldades para tirar uma iniciativa deste porte do papel. De acordo com ele,
a medida ainda está sendo desenvolvida e parcerias são avaliadas a execução:
“Ainda está em desenvolvimento. Queremos, pelo menos, realizar o início de uma
sede própria para entidade”.