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Acapra divulga nota sobre gata que sofreu maus tratos; dono quer animal de volta

ONG defende que solicitou a permissão do tutor para tratar animal, mas não obteve resposta

Publicado em 18/02/2020 às 06:46
Atualizado em

(Foto: Divulgação/Reprodução)

A Acapra de Brusque divulgou ontem (17) em suas redes sociais uma nota de esclarecimento sobre a gata que sofreu maus tratos no último final de semana. 

Segundo a ONG, o animal foi encontrado com dores e sinais de febre, sendo necessária a intervenção de um veterinário. Como a gata foi encontrada dentro de um terreno privado, os voluntários solicitaram aos tutores do felino a permissão para leva-la à consulta, porém, não havia ninguém em casa e diante da necessidade, a levaram para atendimento médico. 

A gata recebeu os atendimentos e foi constatado que ela não estava prenhe, como se imaginava, e sim com apenas um inchaço abdominal. Apesar do estresse e das dores, o estado de saúde do animal era aceitável. 

De acordo com a nota, no domingo a noite (16) um senhor publicou em suas redes sociais que era dono da gata e que teve o animal retirado de sua residência sem permissão, chegando a acusar os voluntários de roubo. O homem vem exigindo a devolução do animal e fez ameaças por conta da foto postada. 

A ONG diz que considera os atos praticados com a gata como "abomináveis" e que "espera que que todos os indivíduos que podem ser vistos nas imagens sejam punidos". A Acapra defende que "de maneira alguma interpreta o ato como um roubo visto que não houve essa intenção e que o ato foi endossado por policiais presentes". 

A Acapra finaliza a nota sustentando que o objetivo maior é o bem do animal e que há um protocolo de que quando um animal é resgatado e posteriormente alguém vem a público alegando ser seu tutor, o mesmo é chamado para uma conversa com um ou mais membros da diretoria para esclarecimentos e orientações, e após isso o animal é devolvido conforme direito assegurado por lei ao tutor. 

O dono do animal foi convidado a se reunir pessoalmente com a diretoria para que haja essa conversa e uma resolução para o caso. 

Nos últimos dias, muitas pessoas se comoveram com o caso e se ofereceram para adotar o animal.

Nota da Acapra na íntegra

NOTA DE ESCLARECIMENTO

No início da tarde do último sábado (15/02) começou a circular dois vídeos com imagens de três adolescentes praticando maus tratos em uma gata que aparentava estar prenha, em poucas horas ambos foram viralizados e chegaram ao conhecimento de alguns voluntários da Acapra, sendo os mesmos divulgados em nossas redes sociais no sábado a noite como tantas outras imagens de maus tratos que já recebemos. No domingo de manhã as imagens já estavam sob total domínio público, e paralelo a isso surgiram imagens da parte dos envolvidos no vídeo exibindo uma arma de fogo, por conta disso foi decidido dentro do grupo da diretoria da ONG que o caso necessitava de uma missão de resgate para averiguar se a gata se encontrava viva e em que estado de saúde. Na metade da tarde de domingo um grupo de voluntários se dirigiu ao local acompanhado por policiais do pelotão de patrulhamento tático, após uma rápida busca a gata foi localizada deitada no canteiro de uma residência, a mesma apresentava sinais de dor e estado febril e por essa razão os presentes acharam que uma consulta com um veterinário se fazia necessária. Por ela estar dentro de um terreno particular os voluntários questionaram os vizinhos e foram informados de que os moradores da casa eram os tutores da gata e por essa razão chamaram por eles diversas vezes para pedir permissão para levá-la, porém não obtiveram sucesso. Visto que o estado de saúde da gata não parecia perfeito os voluntários acharam por bem levá-la da mesma maneira e retornar mais tarde para esclarecimento com os tutores, sendo que essa decisão foi endossada e teve total apoio e permissão dos policiais presentes. A gata então foi conduzida a uma clínica parceira e devido a grande comoção popular que já havia se instaurado foi postada uma foto informando que a mesma havia sido encontrada e estava sendo tratada. Na consulta foi constatado que a gata não estava prenha e sim com inchaço no abdômen e que era castrada, e aparentava estar em estado de saúde aceitável apesar dos sinais de stress, provavelmente devido ao trauma que sofrera na noite anterior. No mesmo dia a noite um senhor veio a público através de suas redes sociais alegando que a gata pertencia a seus pais e que a mesma havia sido retirada sem permissão de seu terreno, abertamente acusando os voluntários envolvidos de roubo. O mesmo ficou em conversa com dois membros da diretoria por várias horas durante a noite de domingo e também durante toda a segunda feira, exigindo que devolvêssemos sua gata e alegando que ele e sua família (incluindo seu filho adolescente) estavam sofrendo ataques e ameaças por conta da foto postada.

Contextualizado o caso, gostaríamos de pontuar algumas coisas:

- O caso veio a público e se espalhou antes do envolvimento direto da Acapra, visto que as imagens foram compartilhadas incansavelmente via WhatsApp;

- A ONG considera os atos praticados com a gata abomináveis e espera que a lei dos maus tratos seja cumprida e que todos os indivíduos que podem ser vistos nas imagens sejam punidos;

- Foi constatado que o vídeo que mostra os adolescentes forçando a gata a ingerir bebida alcoólica foi feito em outro dia e lugar e muito provavelmente não se trata do mesmo animal;

- Os voluntários removeram a gata de onde estava por se preocuparem com sua saúde e bem estar e acreditaram sinceramente que seus tutores fossem concordar com o ato;

- A ONG de maneira alguma interpreta o ato como um roubo visto que não houve essa intenção e que o ato foi endossado por policiais presentes;

- A gata encontra-se bem cuidada, com peso e pêlo saudáveis, e segue internada por ainda apresentar sinais de stress e se fazerem necessários exames complementares;

- Na interpretação da maioria dos membros da diretoria os atuais tutores dão a gata um bom tratamento visto que a resgataram com saúde debilitada, providenciaram sua castração e cuidaram do restabelecimento de sua saúde após o resgate, e precisam apenas de algumas orientações para melhorar sua segurança e bem estar diários;

- A ONG de maneira alguma culpa os tutores pelos maus tratos sofridos nas imagens compartilhadas visto que é comum gatos serem mantidos livres nos terrenos de suas casas e a mesma ter sido tirada de seu quintal pelos infratores sem que seus tutores tivessem conhecimento do fato, algo a que grande parte das pessoas que possui animal de estimação está sujeita;

- A ONG rechaça duramente qualquer tipo de ataque ou ameaça aos tutores e suas famílias, principalmente as direcionadas ao neto menor de idade que teve de ser afastado de suas atividades escolares, e presta sua sincera solidariedade;

- O maior interesse dos voluntários envolvidos é o bem estar da gata, independentemente da opinião popular ou outras interferências externas.

Deixados os devidos esclarecimentos, informamos que atualmente é protocolo da ONG o seguinte plano de ação: quando um animal é resgatado e posteriormente alguém vem a público alegando ser seu tutor o mesmo é chamado para uma conversa com um ou mais membros da diretoria para esclarecimentos e orientações, e após isso o animal é devolvido conforme direito assegurado por lei ao tutor. Por essa razão o tutor da gata foi convidado a se reunir pessoalmente com a diretoria para que essa conversa aconteça e posteriormente o caso possa ser encerrado da melhor forma possível, especialmente para a gata. Estamos no aguardo do retorno do mesmo e assim que isso acontecer postaremos atualizações.




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