Com o isolamento social provocado pelo novo coronavírus, grande parte das empresas de Brusque mandaram seus funcionários trabalharem diretamente de casa.
A necessidade de se fazer reuniões, por vezes diárias, resultou na popularização de uma ferramenta “freemium” (gratuita, mas com funcionalidades especiais pagas) de videoconferências online.
Trata-se do Zoom, que apenas em março reuniu três vezes mais usuários que o concorrente Microsoft Teams.
As ações da Zoom, listadas no ano passado a uma média US$ 36, estavam sendo negociadas a US$ 122,94 na manhã desta terça-feira (7º). O valor de mercado da empresa mais que dobrou desde o final de janeiro.
“Nós utilizamos o Zoom para as conferências pela internet há algum tempo”, comenta Tiago Vailati, CEO e Cofundador da empresa brusquense Hiper, que atua no ramo da tecnologia voltada para o micro e pequeno varejista. “É uma ferramenta muito completa para conciliar, desde a conversa por vídeo, o compartilhamento de tela e a interação entre as pessoas. Nós usamos com uma alta frequência para reuniões internas e para transmissões abertas no Youtube, onde é comum apresentarmos para centenas de pessoas”.
“Um bom exemplo de uso é a tradicional reunião semanal com todo o time da Hiper, que chamamos de Reunião 360º e acontece há mais de 4 anos, às sextas-feiras. Neste momento de trabalho em home office, com todas as pessoas do nosso time em suas casas, temos feito a Reunião 360º através do Zoom, com transmissão ao vivo para o time através do Youtube”, complementa o empreendedor.
O vendedor Matheus Moreira, colaborador da software house, também aprova o uso da plataforma. “Estou acostumado a usar softwares como o Hangouts, do Google, mas o Zoom é muito bom. É dinâmico, fácil de comunicar e não trava”.
Polêmica
Porém, nem tudo foram flores na relação usuário/empresa durante os últimos dias. Reportagem da CNN Brasil afirma que milhares de conversas de vídeo de usuários do aplicativo foram disponibilizadas na internet, o que levanta uma grande preocupação em diversos setores da sociedade.
Os receios vão desde espionagem corporativa, até mesmo governamental. “Cometemos alguns erros”, afirmou Eric Yuan, CEO da companhia, para a CNN.
Na entrevista em que admite a falha, Yuan afirma que a companhia “cresceu muito rápido” e que agora vai voltar seus olhos para as questões relacionadas com a guarda de dados pessoais dos usuários. “Aprendemos nossa lição, vamos dar um passo para trás e concentrar esforços em privacidade e segurança digital”, afirma.
Para a sócia-proprietária da franquia Portal da Cidade Brusque, Daiane Rossano, o problema com os vazamentos foi um fato isolado e não configura um impeditivo para a utilização da plataforma, sobretudo nas pequenas e médias empresas.
“Ele veio de encontro com a necessidade de muitas pessoas, por isso teve um crescimento tão exponencial. Mas eu vejo que os crackers não precisam da nossa informação, ele não vai querer saber o que os pequenos e médios empresários estão conversando”, opina.