Com ideologia econômica de viés liberal, voltada, sobretudo, para a diminuição do Estado, o Novo - fundado em 2011 por pessoas sem carreiras políticas e oficializado como partido político em 2015 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - chegou para ser uma verdadeira expressão de direita num Brasil onde, até então, eram poucas as agremiações partidárias nesse lado do espectro político.
Basicamente, a legenda defende o que toda cartilha liberal preconiza. Entre os principais aspectos, destacam-se: a privatização das estatais, a menor interferência possível do governo sobre a vida do cidadão, o desinchaço da máquina política brasileira, o posse de arma para civis, o fim do voto obrigatório e o fim do fundo partidário.
Apesar de não possuir diretórios municipais em Santa Catarina - apenas o estadual -, nas cidades, as denominadas lideranças ficam encarregadas de evangelizar novos filiados. Em Brusque, por exemplo, o trabalho é gerido por Sabrina Avozani e Ronald Ivar Kamp. Reconhecidos por comandarem manifestos contra a corrupção que encheram as ruas brusquenses nos últimos anos, ambos, integrantes do Movimento Brusque Contra a Corrupção (MBCC), decidiram entrar para a vida política, enxergando no Novo as bandeiras pelas quais sempre lutaram.
“Queremos fazer parte de um processo político. Não necessariamente de uma disputa eleitoral, mas liderando um partido que vem com as mesmas ideias que as nossas”, ressaltou Avozani.
Para Kamp, a política só é considerada suja atualmente porque o brasileiro dá espaço para os acordos espúrios e negociatas nada republicanas ocorrerem. A oportunidade de fazer algo diferente o motivou para também ingressar no partido, que promete, sem medo de trocadilhos infames, renovar o modo como se faz política no país.
“Era uma coisa que me incomodava. Está desse jeito porque pessoas com más intenções estão ocupando os lugares políticos. Pessoas com intenções pessoais. Nós somos contra a corrupção e estamos no Novo por opção”, enfatizou.
Atualmente, não há uma relação exata do número de filiados e apoiadores brusquenses no Novo. O levantamento deve acontecer após o dia 27 de fevereiro, ocasião em que o presidente do diretório estadual, Eduardo Rodrigo Fernandes Ribeiro, vem à Brusque para apresentar oficialmente o partido à população, em um evento que será realizado no Innovare Executive Hotel. “Estamos trazendo nomes muito importantes para o partido em Brusque”, adianta a líder Sabrina Avozani.
Eleições
Com planos ambiciosos para as eleições de outubro e deixando de lado a corrida eleitoral na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), o diretório catarinense do Novo almeja colocar à disposição da população nomes para a Câmara dos Deputados, governo do estado e Senado Federal. Eleger uma base sólida congresso é um dos principais objetivos de 2018. Brusque, de acordo com Avozani e Kamp, terá candidatos.
“Para ser candidato, o Novo tem um processo seletivo de quatro etapas, para daí sim poder avançar numa disputa. A proposta não é lançar candidatos por lançar, mas mostrar um trabalho de uma forma mais pensada, elaborada, de participar da política. Esse teste que é feito para as pessoas que querem ser candidatas é uma forma de realizar uma peneira para analisar a qualidade dos possíveis candidatos do partido”, explica Ronald Ivar Kamp, vice-líder do Novo em Brusque.
Luciano Hang foi sondado
A cada dia que passa, é maior o número de empresários em Brusque que decidem apoiar os ideais do Novo. É o exemplo de Newton Patrício (Cisso) Crespi, proprietário do centro de lojas FIP. Luciano Hang, dono da Havan, que publicamente demonstra seguir exatamente a mesma ideologia da agremiação liberal, já foi sondado, mas até o momento não oficializou filiação.
“O viés dele é o viés do Novo. Agora, questão de filiação ainda não há. Existem diversas especulações. Estamos construindo um trabalho com o empresariado de Brusque”, explica Sabrina.
Apresentação
O evento no Innovare Hotel está previsto para ter início às 19h30 da próxima terça-feira (27). Junto de filiados de Brusque, Eduardo Ribeiro, presidente do diretório estadual do Novo, promete apresentar o partido e sua ideologia aos simpatizantes da direita.
A intenção, de acordo com os líderes, "é mostrar que o partido deseja tirar o poder das mãos do político e entregá-lo ao povo".
Particularidades do Novo
Nenhuma liderança de partido pode ser candidato. Caso tal liderança deseje colocar o nome à disposição da população, esta deve renunciar ao cargo no partido até um ano e meio antes das eleições;
O Novo recebe o fundo partidário por força de lei, mas não o utiliza. O montante fica rendendo em um fundo de investimentos, até que haja amparo legal para a sua devolução;
Os candidatos devem passar por uma espécie de processo seletivo;
O Novo não é favorável às coligações partidárias;