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Saúde Pública

Brusque registra 194 novos casos de sífilis entre janeiro e setembro de 2019

Público com idade que vai dos 30 aos 59 anos representa mais de 57% do total de novos casos da Infecção Sexualmente Transmissível (IST).

Publicado em 01/10/2019 às 07:43
Atualizado em

(Foto: Ian Dietrich/Portal da Cidade)

O município de Brusque registrou 194 novos casos de sífilis entre os meses de janeiro a setembro de 2019. Os dados foram levantados a partir de uma solicitação da redação do Portal da Cidade Brusque à equipe da vigilância em saúde do município.  

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria “Treponema Pallidum”. Apesar da descoberta da penicilina em 1928, a erradicação nunca foi totalmente conquistada.

De acordo com o levantamento, em Brusque, o diagnóstico é recorrente entre o público com idade que vai dos 30 aos 59 anos. Eles representam 57,4% de todos os casos registrados. Outros 33,3% são jovens com idades que variam dos 18 aos 29 anos. (Confira a tabela a baixo).

O público masculino representa 55% do total de pacientes diagnosticados. Os outros 45% são mulheres.


Apesar dos números apontados pela vigilância, os novos casos não representam um crescimento exponencial. O enfermeiro da vigilância em saúde, Ulisses Canquerini Silva, aponta que o ano de 2018 fechou com cerca de 240 casos. Por isso, ele considera que os novos casos registrados em 2019, sigam a mesma constante.

 “Os índices se mantém estáveis para o ano de 2019”, diz ressaltando que “em nosso município, o público mais vulnerável para contrair este agravo são os adultos jovens, correspondendo a faixa dos 18 aos 29 anos”.

A sífilis pode ser transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas em que há o contato com lesões de pele e membranas mucosa. Também há a possibilidade da transmissão por via vertical intra-útero, onde há a disseminação hematogênica ao feto por contato direto durante o parto a partir de uma gestante infectada. Outro meio de transmissão, porém mais raro, ocorre na transfusão de sangue realizada sem a tríade adequada.

De acordo com Ulisses, as consequências da sífilis não tratada precocemente, podem ser devastadoras ao organismo humano. “Pode comprometer vários órgãos como pele, olhos, coração, ossos, cérebro e sistema nervoso. Lembrando que a sífilis é uma doença curável, porém não compete imunidade, podendo reinfectar-se várias vezes”, alerta.

Diagnóstico e tratamento

Conforme explica Ulisses, o melhor diagnóstico é feito por meio do teste rápido para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTS) e VDRL, com exame de sangue.

O tratamento ocorre com a penicilina G Benzatina e pode durar de uma a três semanas, de acordo com os critérios médicos, seguindo o esquema de tratamento conforme orientações da DIVE-SC e do Ministério da Saúde.  

Na segunda fase é feito o monitoramento da doença, onde é solicitado exames para verificar a queda das titulações, no caso de adultos. Para os demais casos de sífilis adquirida, o monitoramento é feito entre 0 e 12 meses podendo ser estendido para até 18 meses para finalizar o caso.  

Para as gestantes, o tratamento é feito preferencialmente com doses semanais, no período de 3 semanas e o monitoramento é mensal. Para o recém-nascido exposto durante a gestação ou com sífilis congênita, o monitoramento inicia no nascimento.  

Ações desenvolvidas em Brusque  

De acordo com Ulisses, em Brusque, recentemente houve uma capacitação de enfermeiros da Atenção Básica e profissionais da maternidade do Hospital Azambuja. O objetivo do treinamento foi a construção de instrumentos de monitoramento para as gestantes e bebês, além do rastreamento de pacientes que trataram deste agravo, porém não retornaram às Unidades de Saúde para o devido monitoramento. 

As ações ofertadas são testes rápidos e exame laboratorial (VDRL) para a detecção das infecções sexualmente transmissíveis em todas as unidades de saúde.  

O tratamento e monitoramento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita. “Porém, a melhor forma de combate é sempre a prevenção com uso de preservativos de forma adequada, independente de classe social, credo e orientação sexual e a conscientização que as ISTS muitas vezes não tem cara e podem levar pessoas infectadas à morte”, finalizou Ulisses.


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