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Sexta edição

Democratização da Saúde e projetos para movimentam Conferência Municipal

Doutor Marco Aurélio de Ros palestrou para auditório lotado

Publicado em 03/04/2019 às 04:27
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(Foto: Marcelo Gouvêa / Portal da Cidade Brusque)

A 6ª Conferência Municipal de Saúde, realizada nesta quarta-feira (3) lotou o auditório da Uniasselvi. O evento serviu tanto para a qualificação de profissionais da saúde, quanto para o debate de melhorias para o setor e para o Sistema único de Saúde (SUS). As proposições estabelecidas na cidade serão apresentadas em evento estadual.

Para o secretário Humberto Fornari, a Conferência e todo o processo prévio ajudaram a aproximar mais os moradores da cidade das discussões sobre o setor da saúde. “Acreditamos que a população deve participar deste movimento de construção e consolidação do Sistema SUS”.



Outro benefício foi a oportunidade de conhecer mais sobre as demandas ligadas ao sistema nos bairros. Exemplificou com a demanda por acessibilidade indicada durante as pré-conferências, além de melhorias do saneamento básico.


Um dos momentos mais aguardados era a palestra do doutor Marco Aurélio de Ros. Médico, ele esteve entre os participantes da 6ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986. O  evento é tido como um dos embriões do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988.


Universal

O especialista, doutor em Educação e Saúde pela Universidade de Sorbonne, na França, reforçou a necessidade de se pensar formas de financiamento do SUS e pensar o serviço como algo universal. Uma das formas indicadas seria aproveitar os recursos abatidos do privados para melhorias e desenvolvimento do sistema.


Ele criticou o congelamento de recursos para o setor, por cerca de 20 anos. O sistema de gestão, reforça , foi desenvolvido após a criação do Programa Saúde da Família (PSF) e tem como foco, atenção primária de alta resolutividade. Pela estimativa dele, com a medida, de 85% a 90 % dos casos poderiam ser resolvidos por ele.


Segundo ele, essas bases também estão presentes em alguns países da Europa como Inglaterra, França, Espanha, Noruega, Itália. Financeiramente melhor para o Estado administrar financeiramente e com uma resolutividade melhor. “Sem verba não se faz o SUS”.


Ainda pendente

O médico afirma que desde a década de 1980 ainda não foi possível implantar o sistema em sua totalidade. Exemplifica com a necessidade de criação do programa Mais Médicos, como forma de suprir a falta de profissionais em áreas distantes de centros urbanos ou áreas periféricas.


A discussão popular já era vontade desde o início do projeto, mas a falta de tradição do país em um Plano de Estado capaz de garantir as bases do sistema acabaram impedindo a medida.  Segundo ele, o modelo foi proposto muito depois do estabelecimento da Constituição, priorizando princípios básicos.


“O SUS, quando se pensou, se imaginava algo universal, integral e equânime. Acontece que o Brasil não é um país iníquo. Temos 75% da população que depende exclusivamente do SUS e um salário que  é incompatível com o setor privado. Não queremos um SUS para pobres, queremos um SUS bom. Sendo bom, ele poderia atender toda a população”, resume.


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