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ELEIÇÕES 2020

Conheça os candidatos com os nomes mais curiosos das eleições deste ano

Entre os nomes mais "exóticos" das candidaturas a vereador, três são do Podemos e dois são do PSL

Publicado em 14/10/2020 às 05:40
Atualizado em

O período eleitoral chegou e com ele nomes curiosos de candidatos. Em Brusque, não é diferente. Mas quem são essas pessoas? Por quê optaram por usar esses nomes e não seus verdadeiros?

A lei eleitoral diz que “o nome para constar da urna eletrônica terá no máximo 30 caracteres, incluindo-se o espaço entre os nomes, podendo ser o prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou nome pelo qual o candidato é mais conhecido, desde que não se estabeleça dúvida quanto a sua identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente”. (Art. 25 resolução Nº 23.609, de 18 de dezembro de 2019). Não é permitido também na composição do nome a ser inserido na urna eletrônica, o uso de expressão ou de siglas pertencentes a qualquer órgão da administração pública federal, estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta.

Donald Trump Bolsonaro (PSL)

Entre as candidaturas registradas a vereador, não restam dúvidas que a que mais chama atenção é a de João Sá Teles Santana, ou melhor, “Donald Trump Bolsonaro”. O candidato do Partido Social Liberal (PSL) é fã declarado dos presidentes dos Estados Unidos e do Brasil. “Eu sou seguidor das ideias, das pautas de governo do Bolsonaro. As pautas que ele defende são as mesmas que as minhas. E o Trump, da mesma maneira. Eu me identifico com os dois. Eu sou um patriota, conservador dos bons costumes, defendo a família, a pátria e Deus”, se apresenta.


Ele acredita que associar seu nome a dois dos políticos mais populares de direita pode alavancar sua candidatura, fazendo com que as pessoas se sintam identificadas. “Brusque é uma cidade conservadora, de gente cristã. Estou convicto que minha ligação com o Bolsonaro vai me render votos”, projeta.

Santana diz que deseja defender o que considera a “família tradicional”, formada por homem, mulher e filhos. Reforça também que uma de suas principais bandeiras é acabar com o que chama de “doutrinação de ideologia de gênero”. O candidato lembra que a principal função do vereador é fiscalizar o executivo. “É o dever do vereador. E também defender a população. Meu slogan é ‘Brusque acima de todos, Deus e a família acima de tudo’. Quero uma Brusque com um empresariado mais produtivo, com mais emprego, com melhores condições para professores e alunos”.

A candidatura ganhou grande repercussão. Santana concedeu entrevistas a grandes jornais como a Folha de São Paulo e Extra e seu nome apareceu em sites da Alemanha e do México. Ele estima que seu nome foi citado em mais de 30 veículos de imprensa, dentro e fora do Brasil. Não é a primeira vez que ele concorre ao cargo de vereador. Em 2004 e 2008 ele pôs seu nome à disposição para a vereança, mas não foi eleito.

GargamelBolsonaro (PSL)

Antônio Carlos Weidgenant já é conhecido há muito tempo como Gargamel. Seu objetivo, na verdade, era ser candidato a prefeito. Porém, seu partido, o PSL, optou por não lançar concorrentes ao cargo máximo do executivo brusquense. “Na realidade me preparei para ser prefeito. Desde 2018, falava ‘GargamelBolsonaro pré candidato a prefeito’. Devido a coligação, não tive outra alternativa a não ser candidato a vereador, para lutar pelos animais abandonados e por uma clínica veterinária para atender os animais de pessoas pobres e os de rua. Além de um canil e gatil para recolher os aninais e castrar as fêmeas e colocar para adoção”, se apresenta, já revelando uma de suas propostas.


A exemplo do colega de partido, ele também optou pelo nome de Bolsonaro por se identificar com os ideais do presidente. “Eu sou extremamente conservador e religioso. Sou contra o PT”, diz, enviando uma imagem que mostra uma pessoa retirando o símbolo do Partido dos Trabalhadores de uma bandeira do Brasil.

De acordo com Weidgenant, sua principal bandeira é defender os animais, lembrando também de suas intervenções nos bastidores que auxiliaram outras pessoas. “Fiz colocarem creches e postos de saúde, até construírem policlínica, biblioteca, conselho tutelar e banheiros públicos. Dei um jeito de resolver a falta de água convencendo os prefeitos a fazerem captação”, conta.

Ele diz também que tentará a convencer o prefeito eleito, independente de quem for, a construir um hospital municipal infantil e maternidade no Steffen. “Da mesma forma ajudar a colocar pediatras e ginecologistas nos postinhos de saúde dos bairros, equipamentos de ultrassonografia para realizar pré-natais nos postos e as gestantes serem atendidas por médicos e não por enfermeiros nos exames de pré-natal.

De acordo com Weidgnenant, a Justiça Eleitoral está tentando impedir que os candidatos utilizem o nome de Bolsonaro em suas candidaturas, embora haja outros 81 candidatos no país todo que adotaram a mesma estratégia. “Tenho centenas de vídeos com esse nome. Se o povo quiser me ajudar e ajudar os animais, aceito a doação de campanha através do voto. Inclusive aqueles que iram votar nulo e em branco ou se abster, compareça na urna e ‘senta o dedo’. Vai que eu faça mais votos que o prefeito eleito? E não importa se você vota no Ciro Roza, no Ari, no Paulo, no Coronel, no Paulinho ou no Guilherme. Aceito doação de votos de todas as pessoas”, afirma, citando todas as candidaturas ao executivo.

Banana (Podemos)

Talvez você não conheça Ernani Donizeti de Godoy, mas provavelmente já ouviu falar no “Banana”. Proprietário do Canal 24 Horas, o comunicador é candidato a vereador pelo Podemos. Mas afinal, por quê ele tem esse apelido? “Veio na época de criança, nunca gostei de brigas e jogávamos futebol todos os dias. Dependendo onde a gente jogava, se nosso time ganhava a partida, era briga na certa. Eu segurava a onda e a galera que gostava de briga falava: ‘tu és um banana, vamos brigar com esses caras’, aí o apelido pegou”, relembra.


Banana defende sobretudo, as entidades. Há mais de 30 anos ele está ligado direta ou indiretamente a diversas delas .“Sou padrinho na fundação da Escola Charlotte, Rede Feminina e do Hospital Joana de Gusmão, que é referência no combate ao câncer Infantil. Estamos na Apae, Lar Menino Deus, Lar Sagrada Família, Anjos do Peito, Acapra AMA Brusque e mais todos envolvimentos na ajuda de tantas crianças e suas famílias”, frisa.

Ele foi candidato a Deputado Federal em 2018, mas acabou não sendo eleito. “Eu sou o candidato das entidades, do voluntariado”, se define.

Balaio (Podemos)

Valdeci Domingos Fumagalli é conhecido por todos como Balaio. Ele trabalha há mais de 40 anos como músico, produtor artístico e empresário. “Toquei em mais de 30 bandas em Brusque. Quero trabalhar bastante em cima de cultura, que é uma área que eu tenho conhecimento, pois passei a vida trabalhando com isso”. O apelido surgiu na época em que ele tocava em uma banda. “Um companheiro em um dos shows me chamou de Balaio em tom de brincadeira, o apelido acabou ficando e durou até os dias atuais”, explica.


Ele crê que o uso de apelidos por parte de candidatos em eleições é algo comum, pois muitas pessoas são muito mais conhecidas pelo público através de seus apelidos do que pelo nome de registro. “Muitas pessoas durante esses quarenta anos de música não sabem meu nome verdadeiro, mas todos me conhecem como Balaio”.

Balaio se apresenta como um candidato que irá lutar pelos direitos da classe artística e musical. “Nesses tempos de pandemia, vimos como é uma classe desamparada. Muitos artistas, músicos e pessoas que trabalham no meio cultural, contribuem para o entretenimento da população e foram simplesmente esquecidos, sem nenhum apoio do governo, sem nenhum auxílio, tendo que lutar para conseguir sustentar suas famílias. Minha principal bandeira é a defesa da classe artística”, se indigna.

Entre algumas ideias de projetos estão a diminuição do Imposto sobre Serviço (ISS) para artistas, músicos e empreendedores individuais e a ampliação da escola de música na fundação cultural, sendo disponibilizadas aulas de canto, instrumentos musicais e outras atividades artísticas. “Queremos também fazer um estudo para tentar implementar esse serviço nas escolas municipais”, afirma Balaio.

É a primeira vez que ele concorrerá a um cargo público. “O que me fez dispor meu nome nesta eleição foi ver o descaso com a classe artística nestes tempos tão difíceis”, conclui.

Outros candidatos

A reportagem ainda tentou contato com os candidatos “Negona do Povão”, do PV e “Soneca”, do Podemos, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.


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