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CVV Brusque dobrou número de atendimentos após liberação do 188 para todo Brasil

Centro de Valorização da Vida atendeu mais de 11 mil pessoas só nesta segunda (2). Brusque conta também com outras opções para quem procura ajuda emocional

Publicado em 05/07/2018 às 03:47

(Foto: Prefeitura de Araraquara/Divulgação)

Você já imaginou se sentir tão sozinho e mal compreendido por sua família e amigos, a ponto de ligar para um completo estranho e abrir toda a sua vida para ele? É assim que milhares de pessoas buscam ajuda através do 188, número do Centro de Valorização da Vida (CVV).

A partir deste domingo (1°) as ligações para o CVV se tornaram gratuitas para todo o Brasil, antes, apenas alguns estados brasileiros tinham a cobertura do 188. Qualquer pessoa que queira falar sobre qualquer assunto pode ligar.

O CVV atua na prevenção de suicídio, que é a quarta causa de morte entre os jovens, e os idosos, estão na faixa etária de pessoas que correm mais riscos de cometer suicídio, um tabu que muitas pessoas e instituições não sabem como abordar.

É contra essa mão que o CVV atua, de forma voluntária e humanizada os mais de 8 voluntários de Brusque se dispõe a ouvir qualquer pessoa que queira falar, se abrir.

“É importante salientar que apesar de ser um programa de prevenção ao suicídio o CVV não se restringe somente às pessoas que têm alguma intenção suicida, todas as pessoas que se sentem de alguma maneira angustiadas, ou até mesmo tenham um sentimento feliz e não tem com quem conversar e compartilhar isso pode ligar para o 188”, explica Fernando Amauri Poli, voluntário há um ano do CVV Brusque.

Diante da liberação do 188 para todo o país, o CVV Brusque recebeu mais de 40 mil ligações, na segunda-feira (2) foram mais de 11 mil atendimentos. “Se a gente considerar que a média que a gente vinha tendo, até o dia 1°, era de 6 mil a 7 mil a gente praticamente dobrou o número de atendimentos diários”, afirma Fernando.

Os atendimentos no CVV são todos os dias durante 24 horas, ao ligar para o 188, mesmo estando em Brusque, você não será, necessariamente, atendido por alguém aqui da região. O número vale para todo o território nacional e você pode ser atendido tanto por alguém de Santa Catarina como de São Paulo ou Manaus. 

Vale lembrar que o telefone não é a única opção para ser atendido pelo CVV, você pode trocar e-mails ou falar através do chat, ou ir até uma central do CVV para ser atendido pessoalmente. “Em brusque nós ainda não atendemos pessoalmente, por conta da estrutura, mas esse é o nosso objetivo. Porém, outras centrais atendem pessoalmente, como Blumenau, por exemplo”, explica Fernando.

No site https://www.cvv.org.br/quero-conversar/ você encontra todas as estas opções e como cessar o chat e e-mails do CVV.


Quero ser um voluntário do CVV, o que eu faço?

Diante da demanda nacional, o CVV de Brusque busca novos voluntários que estejam dispostos a ouvir quem quer falar, ou trabalhar em outras áreas da instituição.

Para ser um voluntário em Brusque, você pode entrar em contato através do email: brusque@cvv.org.br , no telefone (47) 99912-4961 e  site https://www.cvv.org.br/voluntario/  para atuar em todo o Brasil.

“Para ser um voluntário você precisa fazer o PSV, que é um treinamento de um dia e se você se identificar com o trabalho você passa para o estágio, que são 21 horas divididas em sete dias e depois disso, você faz os quatro primeiros atendimentos acompanhado, e só aí, é avaliado se você pode ou não ser um voluntário do CVV” explica Fernando.

Vale lembrar que os voluntários do CVV não atuam apenas nos atendimentos, “você pode trabalhar no Grupo de Apoio a Sobrevivente do Suicídio (GASS), CVV Comunidade, e outras muitas formas de ser voluntário do CVV e não necessariamente atender”, salienta.


Terapia é importante?

Muitas pessoas não se sentem a vontade de ligar para um completo estranho e abrir sua vida e se perguntam se um consultório psicológico seria a melhor opção. A psicóloga Maria Verônica Zink explica que a terapia está ligada não a um problema psicológico mas sim, na busca por autoconhecimento do corpo e mente além da qualidade de vida.

“A psicologia serve para autoconhecimento, reflexão, o papel do psicólogo é apontar caminhos e junto com o paciente encontrar opções favoráveis para seu desenvolvimento e solução de problemas”, explica Maria.

A psicóloga desenvolve um trabalho em grupo com pessoas que querem emagrecer mas não conseguem facilmente, “o grupo trabalha na mudança de pensamento, no autoconhecimento e assim faz com que as pessoas entendam o que faz elas comerem mais, ajudando no controle da ansiedade entre outros fatores”, salienta a profissional.

Na prevenção ao suicídio a psicoterapia age de forma fundamental a fazer com que as pessoas encontrem um suporte e motivos para ter alegria na vida. O grupo de terapia pode ser um opção mais barata para quem não consegue pagar uma consulta individual.

A estudante de psicologia, Heloisa Heckert começou a fazer terapia em novembro do ano passado e já nota os benefícios do tratamento a curto e médio prazo. “Comecei a terapia quando estava passando por um momento de sobrecarga física, emocional e de estresse intenso, imediatamente comecei a organizar melhor a confusão sentimental pela qual estava passando. Consegui analisar com mais exatidão meus pensamentos e consequentemente comportamentos disfuncionais”, explica a estudante.

Há muito preconceito em torno de opções que podem ajudar a quem está passando por problemas de baixa ou alta gravidade, mas buscar atendimento pode ajudar não só a pessoa que está passando por este momento difícil, como também, quem está em seu entorno.

Na rede pública de saúde é possível receber atendimento nos Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), os atendimento são nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros e são indicados para pessoas com problemas de baixa gravidade.

Outra opção é o CAPS 2, desenvolvido para pessoas com transtornos mentais graves. Os pacientes podem ser encaminhadas pelas Unidades Básicas de Saúde, ou por espontânea vontade. “neste caso as pessoas estão com transtornos graves, um risco iminente de suicídio ou depressão e podem vir através do Hospital Azambuja também", explica Alícia Fagundes, diretora da saúde mental da rede pública. As pessoas podem procurar assistência psicológica nas UBS ou na Policlínica.

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